O surf é uma prática desenvolvida pelos seres humanos há mais de 4.000 anos que encontrou, em muitos sítios do planeta, as condições ideais para se tornar um dos desportos mais praticados e adorados no mundo.

Portugal é um dos países que mais beneficia do estilo de vida do surf e não é de se estranhar. A nossa profunda conexão com o mar, com o que o oceano nos oferece, o motor económico que nos proporciona, são aspetos que fazem parte do nosso dia a dia.

Com os avanços tecnológicos, dos transportes, da comunicação e da transformação do desporto numa cultura partilhada por milhões de pessoas, cidades como Ericeira, Peniche e mesmo o Porto e Lisboa progrediram e tornaram-se polos, picos sagrados desta prática milenar.

Mas, quais são os primeiros momentos do surf? Como era a relação cultural com os primeiros povos que o praticavam? Como é o início da história do surf? E mais à frente, quais são os grande campeonatos e os melhores surfistas da história?

Abordaremos todas estas questões neste artigo, por isso continue a ler!

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Vamos lá!

A história do surf

Os peruanos reclamam a invenção do surf, com relatos de objetos parecidos com pranchas, feitos de cana para que os seus povos pudessem navegar e "montar" as ondas do Pacífico Sul. No entanto, a relação ancestral mais profunda e conhecida do surf é definitivamente com o povo havaiano.

Surf tubo
Sabe como começou o surf história? Qual a origem do surf? De onde vem esta tradição milenar? Podemos ajudar com todas as perguntas e muito mais! | Fonte: Unsplash.com

A nobreza, as famílias mais importantes e toda a comunidade antiga do Havai se relacionava com as ondas do mar, com a cultura e estilo de vida do surf. Os reis e rainhas eram aqueles que tinham as maiores pranchas e ter uma grande habilidade nas ondas era fator obrigatório para que se assumissem como nobreza.

No ano de 1779, o Ocidente depara-se, pela primeira vez, com a atividade. Os cadernos do Tenente James King, que relatavam a vida à bordo da nau do famoso Capitão Cook, descrevem a modalidade como um passatempo exótico dos nativos havaianos na água da praia. No seu regresso a terras inglesas, relatou a todos como os nativos consideravam surfar uma modalidade desportiva, e como se caracterizava.

A ilha tornou-se, durante o século XIX, uma passagem obrigatória das embarcações na travessia do Oceano Pacífico, por este motivo, os estrangeiros observavam constantemente e tinham contacto com o surf. Este contacto constante ajudou a aumentar o interesse pela modalidade fora das ilhas havaianas.

A princesa Ka’iulani e resistência pelo surf

Uma das personagens mais importantes da história da prática é também uma figura mitológica na história do Havai e muito pelos feitos e batalha para que a cultura permanecesse intacta mesmo com a brutal colonização.

surfista em cima da prancha azul

Os colonizadores, descendentes dos ingleses que primeiramente colonizaram os Estados Unidos, quando entraram em terras havaianas, proibiram qualquer manifestação cultural originária e nativa, incluindo o surf.

Ka’iulani arriscava a sua vida, mantendo escondidas, pranchas ancestrais, utilizadas por chefes e reis de tribos. Cada prancha que Ka’iulani salvou, hoje representa a história viva do Havai e são consideradas património de toda a sociedade do Havai.

Ka’iulani é referência de resistência e personagem do centro para que os costumes e culturas ancestrais resistam até hoje.

O Havai moderno, depende do mar e do surf, economicamente e culturalmente, lá estão as maiores ondas do mundo, grande parte dos melhores surfistas nasceram lá e é dos picos e locais mais desejados por todos os amantes do desporto.

A história do surf em Portugal

Na nossa terra, o pós Revolução dos Cravos fez com que o surf pudesse avançar e que fosse desmistificado como um hobby exclusivo de hippies dos anos 60. A partir deste momento, a evolução da modalidade no nosso país foi constante e hoje colhemos os frutos da liberdade para abrir a cabeça para novas ideias.

Foi na transição dos anos 80 pra os anos 90 que as competições nacionais em Portugal descolaram, assim os primeiros grandes nomes do surf de cá puderam florescer, ao passo que no começo dos anos 90, os surfistas portugueses davam trabalho a grande nomes como o próprio Kelly Slater.

A Federação Portuguesa de Surf só foi criada em
1989

Atualmente o calendário de competições da modalidade em Portugal é extenso, englobando o surf masculino, feminino, júnior e até dos miúdos que apenas iniciam o caminho nas ondas. Veja os principais campeonatos de surf em Portugal:

  • Circuito Nacional de Surf Esperanças;
  • Circuito Nacional de Surf Open;
  • Circuitos Regionais.
  • Campeonato Nacional de Surf Masters.

O nosso Frederico Morais, conhecido por Kikas, é o representante máximo do surf em Portugal, sendo o surfista português com o maior número de títulos conquistados. Mas há cada vez mais nomes que lhe tentam roubar o recorde!. Estamos a espera de, num futuro próximo, podermos comemorar a vitória num campeonato mundial de surf e este não é um sonho impossível.

Mas vamos então falar um pouco mais sobre as grandes competições deste desporto no mundo!

Quais são as competições mais importantes e os circuitos mundiais?

Portugal hoje é um centro primordial das competições do desporto no calendário nacional e mundial. As praias de Peniche, Nazaré, Ericeira e Carcavelos são conhecidas mundialmente pela sua beleza sim, mas também pelas condições propícias para o desporto.

Pranchas de surf
Quais são as principais competições do surf mundial? Sabe distinguir e quais são as diferenças entre cada prova e torneio? E que portugueses competem em cada um? | Fonte: Unsplash.com

O WCT (World Championship Tour) e o WQS (World Qualification Series), são os campeonatos mais importantes do mundo, movendo diversas cidades, celebram toda a influência do desporto no mundo e visita as principais praias de todos os continentes, sítios paradisíacos como a Gold Coast australiana ou as ilhas Fiji.

O WCT é relativamente novo e foi criado em 1992, embora houvessem outros campeonatos mundiais nos anos anteriores. Para aceder à liga, é necessário ser um dos 40 vencedores dos campeonatos locais, um dos melhores colocados no seu campeonato nacional. Os participantes desafiam-se em conjunto e vão se eliminando uns aos outros até que dois finalistas se enfrentam pela conquista da etapa. Aquele que vence mais etapas é sagrado o melhor dentro de água.

pool
Campeão inigualável

Kelly Slater foi o primeiro campeão do WCT e não parou de vencer até 2011, com 11 títulos seguidos, um recorde absoluto que dificilmente será batido. 

Para os atletas acederem à liga principal, é necessário disputar a principal competição de acesso da modalidade, os World Qualification Series ou WQS. Os mais talentosos homens e mulheres surfistas competem para definirem quem são os 36 que vão ao WCT. A etapa em Portugal é feita na Ericeira!

Como mencionamos, aqueles que vencem as etapas do WQS e mantêm as melhores posições durante o ano nas etapas nacionais e continentais, são classificados para a elite da competição. Estes surfistas de todos os cantos do mundo passam pelas seguintes praias:

  • Gold Coast, Austrália;
  • Ilhas Fiji;
  • Teahupo’o, Taiti;
  • J-Bay, África do Sul;
  • Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil;
  • Peniche, Portugal;
  • Oahu, Havai.

Uma menção honrosa para o WCT feminino, que funciona como uma competição individual desde 1984, numa consolidação do impacto das mulheres no desporto!

No próximo capítulo saberemos quem são os grandes nomes do WCT na atualidade e também aqueles que desafiam o Canhão da Nazaré na competição das ondas gigantes.

Os melhores nomes do surf de hoje e o GOAT

Atualmente, com a globalização do desporto, não são apenas os australianos e norte-americanos, incluindo os havaianos, que dominam a arte de surfar. Os portugueses, ingleses e brasileiros também batalham pelo título principal e têm nomes entre os melhores do surf dos dias de hoje.

  • Frederico "Kikas" Morais de Portugal.
  • Gabriel Medina do Brasil;
  • Ítalo Ferreira do Brasil: atleta com forte ligação com Portugal;
  • John John Florence do Havai;
  • Kanoa Igarashi do Japão;
  • Conner Coffin dos Estados Unidos;
  • Morgan Cibilic da Austrália;
  • Jordy Smith da África do Sul;
As ondas gigantes de Nazaré
Quem são os maiores nomes do surf do WCT às ondas gigantes da Nazaré? Sabe o nome de algum deles e quando deixaram a sua marca na cidade? | Fonte: Unsplash.com

Os nomes e as respetivas nacionalidades confirmam a popularização do desporto e o seu nível de globalização com todos os continentes representados entre os melhores do surf na atualidade. Mas vamos ver um pouco mais sobre cada um deles?

Frederico Morais, o “Kikas” nasceu em Cascais em 1992, ano do primeiro WCT da história. O surfista português mais conhecido começou a praticar bodyboard aos 6 anos e, atualmente, treina três vezes ao dia para dominar os supertubos. Compete no circuito da Liga Mundial de Surf masculino (WSL) desde 2017, e fez carreira entre os circuitos principal e de qualificação.

John John Florence também nasceu em 1992, em Honolulu no Havai. Considerado um dos mais surfistas mais talentosos da sua geração, é conhecido pelo seu estilo fluido e inovador, tanto em ondas grandes como pequenas. Começou a surfar muito cedo e rapidamente se destacou no cenário do surf mundial, ao conquistar múltiplos títulos. Além do seu talento impressionante nas competições, também é admirado pela sua abordagem técnica e artística, bem como por sua paixão pela navegação à vela e pelo respeito ao meio ambiente.

Kanoa Igarashi nasceu em 1997, em Huntington Beach na Califórnia, mas os seus pais eram japoneses. Começou a surfar aos três anos de idade e rapidamente se destacou nas competições juvenis. Tornou-se o surfista mais jovem surfista a vencer o US Open, com apenas 18 anos. A competir pelo Japão, representou o país nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde conquistou a medalha de prata! É conhecido pelo seu estilo técnico e agressivo, e é uma inspiração para os jovens surfistas em todo o mundo.

Morgan Cibilic nasceu em 1999, em Newcastle, Nova Gales do Sul. Emergiu no cenário internacional do surfe no Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL) em 2021, quando surpreendeu todos ao terminar a temporada entre os top 5. É conhecido pelo seu estilo agressivo e consistente, que rapidamente lhe trouxe respeito e admiração no circuito. O seu desempenho impressionante e determinação constante fizeram dele uma das jovens promessas mais empolgantes do surf australiano e mundial.

Por último, Jordy Smith nasceu 1988, em Durban na África do Sul. Conhecido pelo seu estilo poderoso e versátil, destacou-se rapidamente a nível mundial, conquistando diversos títulos júnior antes de se profissionalizar. Tornou-se um dos maiores competidores na Championship Tour, destacando-se pela capacidade de combinar manobras aéreas inovadoras com um surf de linha clássico. Além disso, teve uma enome influência no desenvolvimento da modalidade na África do Sul!

Os nomes que desafiam o Canhão da Nazaré

A Praia do Norte em Nazaré é a mais conhecida do mundo quando falamos de ondas gigantes.

close-up sde surfista na prancha

Lá, foram surfadas as maiores ondas já registadas na história do surfe e, desde a chegada do especialista das ondas gigantes, Garrett McNamara, a praia se tornou o grande destino para os aventureiros e os recordes foram sendo batidos.

Nuno Figueiredo, de Portugal, e Rodrigo Koxa, do Brasil, surfaram ondas de quase 30 metros de altura. A brasileira Maya Gabeira tem uma vasta história com a região. Maya sofreu um acidente no ano 2013 que quase lhe custou a vida e depois entrou para o Guiness Book, surfando a maior onda já registada até então.

O histórico Kelly Slater

Kelly Slater é o surfista que mais venceu títulos mundiais de surf, no entanto, esta não é a única conquista fascinante da sua carreira. Confira a lista de recordes quebrados por Kelly durante as duas décadas em que transformou o desporto:

  • Maior número de vitórias na carreira: 56;
  • Recordista de vitórias no CT: 54;
  • Maior número vitórias na mesma época: 7;
  • Títulos Mundiais: 11 (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011);
  • Maior número de títulos mundiais consecutivos: 5;
  • Recorde de vitórias no Pipe Masters: 7 (1992, 1994, 1995, 1996, 1999, 2008 e 2013);
  • É o Campeão Mundial mais jovem da história: 20 anos (1992);
  • Também é o Campeão Mundial mais velho da história: 39 anos (2011).

GOAT na linguagem popular do desporto quer dizer: Greatest Of All Time ou Melhor de Todos os Tempos, por todos este motivos, Slater é o GOAT do surf e influenciou a próxima geração de brilhantes atletas que continuam o legado deixado pelo atleta.

Qual é o material necessário para aprender surf

É fácil perceber que, para atletas experientes ou iniciantes, o principal material para a prática da modalidade são as pranchas. Com a evolução da atividade, as pranchas evoluíram igualmente, possuindo vários estilos: Tow-In, Malibú, Evolutiva, Gun, etc.

Mulheres que surfam
Conheça os materiais necessários para surfar e para aprender a surfar. O equipamento deve ser ajustado ao seu corpo, à praia onde vai praticar e o seu nível de experiência. | Fonte: Unsplash.com

Mas vamos ver um pouco mais sobre cada um deles:

  • Tow-in: as mais pequenas, ideias para ondas grandes, porque proporcionam uma grande estabilidade, contudo vêm com footstraps para se manterem sempre junto aos pés;
  • Fish: modelo largo, com poucas curvas, curto e com uma cauda de andorinha. Não é indicado para ondas de grande potência, grandes ou com tubos ocos. No entanto, é uma ótima opção para ondas com pouca força, porque desliza facilmente no mar;
  • Retro: curtas, grossas e com uma longa superfície frontal, o que facilita a sua mobilidade durante a atividade nas ondas médias ou pequenas;
  • Evolutiva: ideal para os iniciantes na modalidade, é maior e tem uma espessura mais larga, permitindo maior flutuabilidade ou estabilidade;
  • Gun: com ponta e cauda afiadas, é perfeita para aproveitar uma onda grande, porque acelera bastante sobre a água.

Além destes, encontramos os modelos mais clássicos: Longboard e Shortboard.

A Shortboard é a prancha mais utilizada e o seu design evoluiu muito durante os anos de modernização do desporto. É uma prancha indicada para qualquer tipo de onda, porque foi desenvolvida para melhor apreciação das manobras nas ondas mais velozes. No entanto, é preciso ser um surfista bastante técnico para dominar a velocidade proporcionada pela Short, por isso, não é recomendada para iniciantes. Estes modelos costumam ser escolhidos pelos profissionais que competem nos circuitos mundiais da modalidade.

A clássica Longboard é uma prancha de ponta grossa e, tal como o nome indica, bastante longa. O modelo é inspirado nas primeiras pranchas de que se têm notícia, uma vez que diziam que os chefes das tribos surfavam com pranchas de até 4 metros, feitas com os troncos das árvores nativas.

Além disso, não se pode esquecer do famoso fato de neoprene, essencial para a prática nos mares portugueses, principalmente durante os meses do inverno. Poderá optar entre: Shorty, Long John ou Full Suit. A escolha depende do tipo de cobertura que preferir e do local onde for surfar.

Se tiver duvidas sobre a escolha que deve fazer, pergunte ao seu professor de surf ou a outros surfistas da zona. Ou, claro, a um dos vários profissionais da Superprof! Os nossos professores estão disponíveis e dispostos a partilhar todos os seus conhecimentos com os alunos interessados, incluindo aconselhá-los na escolha do equipamento ou exemplificar os motivos porque um elemento ou material pode ser mais vantajoso que outro na sua situação.

Basta entrar na plataforma, pesquisar pelos professores da sua zona e escolher. Temos a certeza que em três tempos terá encontrado o surfista perfeito para o ajudar. E estará a surfar como um pro sem sequer se aperceber! Esperamos que tenha gostado deste artigo e que se comece a aprofundar num dos desportos mais importantes e com maior contacto com a natureza do mundo.

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Rodolfo Rodrigues

Sou um comunicador, músico e redator brasileiro que vive em Portugal. Escrevi e apresentei programas na televisão brasileira. Lançei 4 álbuns com minhas composições. Atualmente, sou Diretor de Comunicação de um pequeno clube de futebol português, redator freelancer e pai de um miúdo que não para de correr pela casa.