Correr é muito mais do que um simples exercício físico, é um estilo de vida que transforma o corpo, a mente e até a forma como vemos o mundo à nossa volta. Seja num parque tranquilo ao amanhecer, pelas ruas movimentadas da cidade ou em trilhos de montanha, a corrida oferece uma liberdade única, um escape do quotidiano e uma oportunidade constante de superação pessoal. Para muitos, é uma forma de aliviar o stress, encontrar equilíbrio ou conquistar metas ambiciosas, como completar uma meia maratona ou simplesmente manter uma rotina saudável.
Nos últimos anos, o número de praticantes tem aumentado significativamente no país, com mais pessoas a descobrirem os benefícios físicos e mentais da corrida. Paralelamente, o acesso a melhor equipamento, tecnologia de apoio e informação especializada tem tornado esta atividade mais acessível e eficaz para todos os níveis, desde o corredor iniciante até ao atleta experiente. Para ajudar quem está a começar, vamos explorar tudo o que precisa de saber para tirar o máximo partido da corrida: desde as melhores sapatilhas e acessórios, até dicas de treino e estratégias para manter a motivação. Se está a começar ou quer evoluir, este guia é para si. Prepare-se para dar o primeiro passo, ou o próximo!
Quais são os melhores ténis para correr?
A construção das sapatilhas de corrida já não se limita apenas ao conforto ou à durabilidade, entramos na era do desempenho energético, da personalização e da sustentabilidade. E a escolha das sapatilhas que vai utilizar para correr deve ter em conta vários fatores: o tipo de passada, a distância percorrida, a frequência do treino, os terrenos em que corre e, claro, os seus objetivos pessoais. Uma boa sapatilha não só melhora o desempenho, mas também ajuda a prevenir lesões e facilita a recuperação.
Atualmente, os principais fabricantes apostam em materiais avançados como espumas de última geração, placas de carbono e designs que unem praticidade a funcionalidade. Entre os muitos lançamentos mais recentes, destacam-se alguns modelos recomendados por corredores e especialistas da indústria, como:
- Puma Velocity Nitro 3: a sua espuma NITRO proporciona excelente amortecimento com retorno de energia. É ideal para treinos diários e corridas longas, e tem um preço bastante acessível;
- Nike Pegasus 41: ideal como sapatilha de treino diário. É neutra, oferece boa durabilidade e um ajuste firme graças ao contraforte de calcanhar e mesh ventilado;
- New Balance Fresh Foam X 1080 V14: excelente amortecimento para treinos diários e corridas longas, com boa durabilidade e tecnologia de transição rocker, embora seja considerada pesada por alguns corredores;
- Asics Gel Nimbus 27: é ideal para corredores neutros que procuram conforto máximo e suporte em treinos longos e frequentes. Uma excelente opção para quem sofre com impacto;
- Adidas Adios Pro 4: ideal para corredores rápidos e provas até maratona. Forte retorno de energia, construção leve, mas alta exigência no ritmo e preço premium.
A escolha deve basear-se nas suas necessidades individuais e no tipo de utilização prevista.
Além das sapatilhas, também não se deve esquecer do resto do equipamento. Roupa de algodão está fora de questão. Camisolas leves, de secagem rápida, calções ou leggings com bolsos discretos e costuras planas são preferíveis. E muitas vezes negligenciadas, as meias são responsáveis por grande parte do conforto do pé. Devem ser feitas de tecidos sintéticos, com zonas de reforço e sem costuras internas.
O que comer antes de correr?
As refeições pré-treino têm como objetivo fornecer energia suficiente para o esforço, para garantir uma boa performance sem causar desconforto gastrointestinal. O tipo de alimento e o intervalo entre a refeição e o início da corrida dependem da duração e intensidade do treino.
Para corridas curtas, até 5 km, uma pequena refeição realizada entre 30 minutos a 1 hora antes é suficiente. Deve-se dar prioridade a hidratos de carbono simples, e pequenas quantidades de proteína e gordura saudável também são bem-vindas, mas em moderação para não atrasar a digestão!

Já para distâncias entre 5 e 10 km, é aconselhável algo mais completo, entre 1 a 2 horas antes da corrida. No caso de provas longas, como meias-maratonas ou maratonas, a refeição prévia deve ser feita com 2 a 3 horas de antecedência, dando prioridade aos hidratos de carbono complexos como arroz, massa ou batata-doce, sempre acompanhados de uma fonte de proteína leve.
Em corridas curtas, não é necessário ingerir alimentos durante o esforço, apenas água suficiente para se manter bem hidratado. No entanto, em corridas a partir dos 10 km, é recomendada a reposição de energia sob a forma de barras, gomas ou frutas secas.
Nestes casos, a ingestão de 30 a 90 gramas de hidratos de carbono por hora pode diminuir o risco de quebra de rendimento. Também se deve hidratar e manter hidratado de forma constante, especialmente em dias quentes. Beber pequenas quantidades de líquidos ou bebidas isotónicas de 15 em 15 minutos é uma boa forma de evitar a desidratação e a hiponatremia.
Depois de terminada a corrida, é essencial não adiar a recuperação nutricional. Nos primeiros 30 a 60 minutos após o esforço, o corpo está mais recetivo à reposição de glicogénio e à síntese proteica. Nesta altura é recomendado fazer refeições equilibradas, com hidratos de carbono e proteína, que acelera a recuperação dos músculos e previne dores tardias.
As melhores aplicações para corrida
Hoje em dia, é raro ver um corredor sem smartphone, smartwatch ou auriculares. As aplicações de corrida permitem monitorizar dados como ritmos, distâncias, tempos e calorias queimadas. Muitas vão mais longe, e possuem até a opção de criar planos de treino personalizados, completar desafios motivacionais e têm uma forte componente social. São, de facto, aliadas valiosas nesta jornada, não apenas para melhorar a performance, mas também para manter a motivação e o compromisso.

Entre as inúmeras opções disponíveis, algumas opções de apps corrida destacam-se pela sua popularidade, funcionalidades e fiabilidade:
- Strava: talvez a aplicação mais conhecida entre corredores e ciclistas. Os segmentos (secções específicas de um percurso) são uma funcionalidade muito apreciada, e permitem competir contra outros corredores que passaram no mesmo local. Além disso, os dados recolhidos são muito completos e a análise é bastante intuitiva;
- Nike Run Club (NRC): destaca-se pela sua acessibilidade (porque é totalmente gratuita) e pelos treinos guiados por voz, muitos deles gravados por treinadores ou atletas de elite da marca. A interface é apelativa e a integração com smartwatches como o Apple Watch é excelente;
- Runkeeper: uma aplicação muito equilibrada, adequada tanto para principiantes como para corredores experientes. Oferece planos de treino personalizados, opções de corrida intervalada, e permite o acompanhamento de métricas essenciais como tempo, ritmo, distância e calorias;
- Adidas Running: oferece uma vasta gama de funcionalidades, incluindo planos de treino específicos, desafios mensais, e integração com a comunidade Adidas. Permite acompanhar com precisão o ritmo, a distância, a elevação e até o consumo de oxigénio (VO₂ máx), quando utilizada com sensores compatíveis;
- MapMyRun: esta aplicação é particularmente útil para quem gosta de explorar novos percursos. Permite desenhar rotas personalizadas e guardar percursos já percorridos anteriormente.
Como se preparar para uma maratona?
A preparação para meia maratona deve assentar num plano progressivo, adaptado ao seu nível de experiência e disponibilidade. Um plano típico tem entre três a cinco treinos por semana e inclui vários tipos de corrida:
Corridas longas
Treinos de ritmo
Corridas fáceis
Treinos intervalados
Treino cruzado
Acima de tudo, a progressão deve ser gradual. Uma boa regra é não aumentar o volume semanal em mais de 10%. Inclua uma semana de recuperação a cada três ou quatro semanas, reduzindo ligeiramente a carga para permitir adaptação.
Durante o período de treino, a alimentação deve apoiar o esforço físico e garantir uma boa recuperação. Os hidratos de carbono são a principal fonte de energia para quem corre, especialmente nas corridas longas. Por isso, deve incluir fontes saudáveis de hidratos e proteínas.

As últimas semanas são cruciais para consolidar os ganhos e evitar exageros. Duas semanas antes da corrida começa a fase de redução de carga. Nesta fase, o volume de treino diminui, mas a intensidade mantém-se. O objetivo é chegar ao dia da prova com as pernas frescas e a motivação em alta! A última semana deve ser tranquila. Foque-se em dormir bem, hidratar e evitar grandes esforços físicos.
No dia da meia maratona, tente chegar cedo ao local da partida para evitar stress. Antes de começar, faça um pequeno aquecimento: uma caminhada leve, corrida suave e alongamentos dinâmicos.
A componente mental é muitas vezes subestimada. A meia maratona é, acima de tudo, um teste à sua persistência. Durante os treinos e na própria prova, vai ter momentos de dúvida e cansaço, isso é perfeitamente. Ter estratégias mentais (como dividir a prova em segmentos, repetir mantras positivos ou focar na respiração) pode ajudar imenso.
Acima de tudo, tenha e conta que correr uma meia maratona é mais do que correr 21 quilómetros. É construir uma rotina, conhecer corpo, ultrapassar limites e, acima de tudo, provar a si próprio que é capaz!
Boa corrida!