Quando a geografia encurta, a história chega ao fim. Essa é a engenharia pedagógica da vida.
Dirceu Azevedo
Apesar de Portugal ser um dos países mais pequenos do continente europeu, o nosso país conta com uma grande fortuna a nível de natureza e ecossistemas. De norte a sul e nas ilhas dos Açores e Madeira, todos podem ver paisagens deslumbrantes e a sua beleza incomparável.
A diversidade de fauna e flora que podemos observar em Portugal tem como principal fator não só as temperaturas bem distintas, provocadas pelas serras e montanhas distribuídas pelo território português, mas também devido aos rios que possui.
Portugal está dividido em várias bacias hidrográficas, cada uma drenada por um rio principal e os seus afluentes. As principais bacias incluem a do rios Douro, Tejo, Guadiana e Mondego, cada uma com suas próprias características e importância para o país.
Bem divididos pelo território, os principais rios de Portugal são cinco: o rio Douro, o rio Mondego, o rio Tejo, o rio Sado e o rio Guadiana. Para todos os estudantes que estejam a completar a sua educação geográfica e que tenham os rios portugueses no plano de estudos, criamos este artigo com alguma informação extra sobre cada um deles. E mesmo para quem já saiu da escola, esta informação pode ser uma ajuda para quem tem dúvidas sobre o assunto, ou apenas uns minutos bem passados para quem tem interesse em saber mais sobre os nossos rios.
Continue a ler para conhecer os rios mais importantes de Portugal, um pouco da sua história e outros elementos importantes da geografia portuguesa.
O que é um rio?
Vamos começar pelo básico: o que classifica um rio?
Um rio é uma corrente de água natural que flui em direção a um oceano, mar ou lago. É formado pela água da chuva que se acumula e se reúne em riachos e córregos, os quais, por sua vez, se fundem para formar corpos maiores em movimento, chamados rios. Estes são caracterizados por terem um fluxo contínuo de água, que se desloca numa direção específica devido à gravidade.

Simples, certo? Mas vejamos mais alguns termos e nomes que deve conhecer para poder acompanhar o resto do artigo:
- Nascente: o local onde o rio tem a sua origem, geralmente nas montanhas, colinas ou planaltos, a partir do qual a água começa a fluir;
- Curso: a rota que o rio segue desde o local onde nasce até à sua foz, onde desagua noutro corpo de água. O curso pode ser longo ou curto, dependendo do comprimento por onde se estende;
- Afluentes: os riachos, córregos ou outros rios mais pequenos que desaguam no principal ao longo do seu curso;
- Leito: o fundo do rio, onde a água flui. Pode ser composto por areia, cascalho, rochas ou sedimentos, dependendo da geologia da zona;
- Margens: as áreas de terra que cercam os lados do rio. Podem ser íngremes ou suaves, dependendo da topografia local;
- Foz: o ponto onde o rio encontra outro corpo de água, como um oceano, mar ou lago. A foz pode ser um estuário, delta ou simplesmente um ponto onde vai desaguar diretamente.
Agora que já sabe o que significam os termos que vamos utilizar, vejamos mais algumas informações sobre cada rio!
Qual foi a evolução dos rios em Portugal?
A evolução da estrutura e extensão dos rios em Portugal foi um processo complexo que abrangeu milhões de anos de mudanças geológicas, climáticas e influências humanas. A formação dos rios portugueses remonta a milhões de anos, com a influência de processos geológicos, como a elevação de montanhas, a erosão e sedimentação. A maior parte do relevo português foi moldada por atividades tectônicas ao longo do tempo.

Durante a era glacial, as mudanças climáticas resultaram em flutuações no nível do mar e na formação de geleiras. Isto influenciou o padrão de drenagem dos rios, bem como a deposição de sedimentos.
Ao longo dos milénios, os rios esculpiram vales e desfiladeiros em toda a paisagem portuguesa, à medida que fluíam em direção ao mar. A erosão fluvial desempenhou um papel fundamental na formação das características geográficas do nosso país.
Por outro lado, a ocupação humana ao longo da história teve um impacto significativo nos rios portugueses. A construção de barragens para geração de energia hidrelétrica, regulação de fluxos para irrigação, desvio de cursos de água para navegação e urbanização ao longo das margens dos rios são apenas alguns exemplos de como as atividades humanas moldaram e alteraram os rios em Portugal.
As mudanças climáticas ao longo dos séculos também afetaram os rios em Portugal, influenciando os padrões de precipitação, o regime de cheias e secas e a disponibilidade de água.
Nos tempos modernos, há uma crescente conscientização sobre a importância da conservação dos recursos hídricos e da gestão sustentável de cada rio. Isto inclui medidas para proteger a qualidade das águas, restaurar habitats naturais ao longo das margens e garantir uma utilização equitativa e eficiente da água para as diversas necessidades.
Qual é a importância dos rios num território?
Os rios desempenham um papel fundamental num território, tanto do ponto de vista ambiental, como económico e social. E Portugal não é exceção!
Os rios são uma fonte crucial de água doce para consumo humano, agricultura, indústria e diversos outros usos. Fornecem águas para abastecimento público, irrigação de cultivos e para a geração de energia hidrelétrica. A irrigação de terras agrícolas é particularmente importante, especialmente em regiões onde o clima é mais seco, tornando-se crucial para a produção de cultivos importantes para a economia portuguesa, como vinho, azeite e frutas.
Além disso, os rios e os seus ecossistemas adjacentes sustentam uma grande diversidade de vida selvagem, incluindo peixes, aves, mamíferos e plantas aquáticas. Muitas espécies de animais e plantas dependem deles para sobreviver. São habitats importantes para uma variedade de espécies aquáticas e terrestres e desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e na conservação de espécies ameaçadas.
Também proporcionam oportunidades para atividades recreativas como pesca, canoagem, rafting e passeios de barco. Muitas cidades e vilas históricas em Portugal estão localizadas nas margens dos rios, atraindo turistas interessados na sua beleza natural e cultural.
É essencial proteger e gerenciar estes recursos de forma sustentável para garantir o seu uso contínuo para as gerações futuras.
E, embora o transporte fluvial não seja tão proeminente em Portugal como em outros países, os nossos rios também são utilizados para transporte de mercadorias em algumas áreas, especialmente para materiais pesados ou volumosos ou para transportes internacionais (como no Porto de Leixões por exemplo). E, claro, para viagens lúdicas e turísticas em pequenos barcos!
Rio Douro
Com mais de 900 km, o rio Douro nasce na serra espanhola de Urbión, passa pelo território português (cerca de 200 km) e desagua no oceano Atlântico entre a cidade de Vila Nova de Gaia e do Porto, reconhecida como Património da Humanidade pela UNESCO. Uma das várias coisas que os estudantes aprendem nas aulas de geografia, é que estas duas grandes cidades do norte possuem 6 pontes que as interligam sobre o rio Douro:
Luís I
Freixo
Arrábida
São João
D. Maria Pia
Infante D. Henrique

É considerado o terceiro rio mais extenso da península Ibérica e conta com imensos numerosos afluentes, sendo os principais nacionalmente:
- margem direita: rio Sabor, rio Tua, rio Corgo, rio Tâmega e rio Sousa;
- margem esquerda: rio Águeda, rio Côa, rio Távora, rio Varosa, rio Paiva e rio Arda.
Com as suas margens íngremes de xisto no norte interior de Portugal, proporciona um microclima propício à plantação de vinhas e produção do Vinho do Porto e Vinho do Douro na região denominada Douro Vinhateiro, com mais de 2000 anos de história. Esta região é composta por áreas de 4 distritos: Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda.
A estrada nacional que liga o Pêso da Régua ao Pinhão é considerada a “estrada mais bonita do mundo”. O troço de 27 quilómetros da EN222 atravessa o vale do rio Douro e dá-nos a conhecer as mais belas paisagens que a natureza tem para dar. As suas coordenadas são 41º 08’ 26” N, 08º 40’ 19” O.
Sabe quais são as áreas limite do território de Portugal?
Rio Mondego
O rio Mondego é o quinto maior rio em Portugal e o primeiro com a extensão inteiramente em território português, neste caso de 258 km. Nasce no pico mais alto de Portugal continental, a Serra da Estrela (no centro do país, no distrito da Guarda) e desagua no oceano atlântico perto da Figueira da Foz.
Este rio possui 6 afluentes:
- margem direita: rio Dão;
- margem esquerda: rio Alva, rio Ceira, rio Ega, rio Arunca e rio Pranto.

Este rio dá acesso a várias praias fluviais como a praia Ribamondego, praia Ponte Nova, praia Penacova, praia Palheiros/Zorro e praia Pé Rodrigo. Para além disso, possui uma grande afluência de desportistas não só pelas modalidades de vela, motonáutica, canoagem e remo, como também pelo centro de alto rendimento em Montemor-o-Velho, com o seu centro náutico e pistas de atletismo. Tem sido um sucesso no que toca a modalidades para os jogos olímpicos, como remo, canoagem, natação de águas abertas e triatlo.
As suas coordenadas são 40º 26’ 17´ 62” S, 7º 33’ 33´ 62” O.
Sabe quais são as características do clima e das temperaturas portuguesas?
Rio Tejo
O segundo rio mais importante da Península Ibérica e o maior rio de Portugal continental é o rio Tejo, que conta com 1007 quilómetros. É na serra de Albarracin, localizada na região autónoma de Aragão, Espanha, que este rio nasce e desagua no oceano atlântico em Lisboa, a capital portuguesa.
Este rio possui diversos afluentes tanto em território espanhol como no território português. Assim, em Portugal, os seus afluentes são:
rio Ponsul
rio Sorraia
rio Erges
rio Almonda
rio Sever
rio Alviela
rio Jamor
rio Ocreza
rio Trancão
rio Zêzere

Em Lisboa, também atravessam o rio Tejo duas pontes emblemáticas reconhecidas em todo o mundo, a ponte 25 de Abril, uma das maiores da Europa e a ponte Vasco da Gama.
Para além de passagens rodoviárias, no porto de Lisboa atracam centenas de paquetes de luxo por ano e, devido à grande poluição deste rio, já não é possível avistar golfinhos regularmente. Agora, durante o verão, aproveitam para ir pescar e regressam de imediato ao mar.
As suas coordenadas são 40º 19’ 12” N, 001º 41’ 50” O.
Conhece os parques naturais mais famosos de Portugal?
Rio Sado
Com toda a sua extensão de 180 quilómetros em Portugal continental, o rio Sado nasce na Serra da Vigia, situada em Ourique, uma vila no distrito de Beja, e vai desaguar no oceano Atlântico na cidade de Setúbal.
Tanto na sua margem direita como na esquerda, os afluentes deste rio passam maioritariamente por ribeiros. No entanto, o seu principal afluente é o rio Xarrama que desagua na zona direita do Sado (mais especificamente na freguesia de Torrão, Évora). Isto deve-se às condições do clima da zona onde nasce o rio, que é bastante seca, principalmente durante os meses de verão e às poucas oscilações de altitude e declives durante todo o percurso do rio.
Mesmo assim, é em Setúbal que se verifica uma grande diversificação de recursos naturais e humanos que potenciam a economia do país:
- Estuário do Sado: situado na península de Troia, foi recentemente denominado como Reserva Natural do Estuário do Sado, para auxiliar no combate à poluição e proteção dos ecossistemas de fauna e flora. Este estuário é extremamente importante para a formação de ninhos de centenas de espécies de aves, assim como para o desenvolvimento de peixes, contando com uma grande atividade piscatória;
- Porto de Setúbal: um porto estratégico da economia de Portugal, onde é permitido a entrada de navios de carga, de médio porte, porta-contentores e graneleiros. O porto de Setúbal potencia o desenvolvimento de vários transportes e serve como intermediário para ligações entre o internacional e o nacional;
- Estaleiros Navais de Lisboa (Lisnave): esta empresa de construção e reparação de navios em Portugal está localizada a seguir aos estaleiros de Viana do Castelo. A Lisnave possui uma localização estratégica onde não só passam a maioria dos navios internacionais que Portugal recebe, mas também conta com um clima mediterrâneo favorável às suas atividades.
As suas coordenadas são 38º 28’ 36” N, 8º 50’ 54” O.
Sabe qual é a densidade da população portuguesa?
Rio Guadiana
O rio Guadiana divide o território espanhol e o território português, e tem como local de nascente as lagoas de Ruidera, na região autónoma de Castilla-La Mancha, Espanha, e a sua foz no oceano Atlântico, em Vila Real de Santo António. Este é o quarto rio mais extenso da península Ibérica com cerca de 829 km.

Este rio possui poucos afluentes portugueses:
- margem direita: rio Degebe e rio Vascão;
- margem esquerda: rio Ardila e rio Chança;
Em Portugal, foi construída uma barragem no percurso do rio Guadiana na aldeia de Alqueva, no Alentejo. Com a adição desta barragem, o rio não só obteve a maior albufeira, como também o maior lago artificial de toda a Europa.
Outra característica interessante sobre este rio é que tem a função de delimitador de fronteiras entre Portugal e Espanha. Mesmo assim, existe uma pequena rixa entre as duas nações sobre a legitimidade da posse de Espanha sobre a cidade de Olivença.
Após vários tratados entre os dois países acerca da posse desta cidade, em 1815 o reinado espanhol reconheceu Portugal como soberano de Olivença e prometeu devolver-lhe a terra. Tal nunca chegou a realizar-se e Olivença é, ainda hoje, uma cidade espanhola.
As suas coordenadas são 37º 14’ 0” N, 7º 22’ 0” O.
A informação sobre estes rios e muitos outros elementos, como as temperaturas e o clima e a interpretação de uma mapa, são apenas alguns dos temas presentes no ensino desta ciência geográfica. Se gostava de saber mais sobre isto, porque não fazer aulas de geografia com a Superprof? A nossa plataforma tem dezenas de professores desta disciplina, com formação em todos os níveis do ensino, desta a primária ao ensino superior. Basta fazer uma pesquisa na nossa plataforma e escolher o professor mais indicado para os seus objetivos escolares ou profissionais.
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