Uma parte importante dos estudos de geografia de qualquer país é a temperatura ambiente do mesmo. Durante a sua educação, desde o ensino primário até ao ensino secundário, os estudantes aprendem quais são os fatores que influenciam a temperatura de uma zona, do ponto mais alto ao ponto mais baixo. Analisando informação de dados recolhidos ao longo de muitos anos, bem como das diferentes zonas do mapa, é-lhes explicado o porquê das diferenças entre as várias regiões.
Para ajudar com a educação dada no ensino, criamos este artigo com a informação essencial sobre o clima de Portugal, as suas características dominantes e como se insere no contexto europeu e mundial. Continue a ler para conhecer um dos elementos mais importante da geografia portuguesa e aquilo que influencia.
Que fatores estão incluídos no estudo do clima?
Quando falamos em clima, referimo-nos ao conjunto de condições atmosféricas médias e variáveis que caracterizam uma determinada região ao longo de um longo período de tempo. Estas condições incluem fatores como temperatura, umidade, precipitação, ventos, pressão atmosférica e outros elementos meteorológicos.
Como tal, o clima é determinado por uma combinação de fatores, incluindo a localização geográfica, a latitude, a altitude, a proximidade de massas de água, as correntes oceânicas, a topografia e a cobertura vegetal. Estes fatores influenciam a forma como a energia solar é distribuída e absorvida pela terra, afetando desta forma as características climáticas de uma zona. O clima é geralmente descrito em termos de padrões climáticos que prevalecem em uma área ao longo do tempo e existem diferentes tipos de climas, como tropical, mediterrâneo, temperado, árido, e muitos mais, cada um com suas características distintas.
O termo é muitas vezes confundido ou utilizado como sinónimo de tempo, mas são duas coisas muito diferentes. O clima é sempre referente às condições médias ao longo de um período mais longo, enquanto que o tempo descreve as condições atmosféricas momentâneas num determinado momento e local.
O estudo destes fatores é realizado pela climatologia, a ciência que utiliza observações, dados históricos, modelos matemáticos e técnicas estatísticas para entender os padrões climáticos, as suas variações e ainda possíveis mudanças ao longo do tempo. O conhecimento climático é fundamental para a compreensão dos sistemas naturais, a agricultura, a gestão de recursos ambientais, o planeamento urbano e muitas outras áreas de interesse humano.
A classificação de Köppen e os diferentes climas
A classificação de Köppen é um sistema utilizado para classificar os diferentes tipos de climas existentes na Terra. Foi desenvolvida pelo climatologista alemão Wladimir Köppen no final do século XIX e ainda é utilizada hoje em dia. É baseada na relação entre a vegetação, a temperatura e a precipitação e divide os climas em cinco grupos principais, cada um com várias subcategorias. Os grupos principais são os seguintes:
- Climas Tropicais Húmidos (Grupo A): são caracterizados por temperaturas altas durante todo o ano e alta precipitação. Estes climas são comuns em regiões próximas à linha do Equador, como florestas tropicais;
- Climas Secos (Grupo B): são caracterizados por uma baixa precipitação e geralmente apresentam uma grande amplitude térmica diária. Os climas secos são encontrados em desertos e áreas que possuam escassez de água;
- Climas Temperados com Inverno Suave (Grupo C): são caracterizados por estações bem definidas, com invernos frios e verões moderados, ou seja, amenos ou não muito quentes;
- Climas Temperados com Inverno Rigoroso (Grupo D): são caracterizados por invernos longos e frios, com números abaixo de zero, e verões curtos e frescos;
- Climas Polares (Grupo E): são caracterizados por temperaturas frias devido à altitude, independentemente da latitude. Estes climas podem ser encontrados em áreas montanhosas de diferentes países.
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Clima e geografia Portugal continental
Todo o território continental português apresenta um clima tipicamente mediterrânico. Aliás, Portugal é um dos países europeus mais amenos. Toda a zona a sul da Serra da Estrela exibe temperaturas elevadas nos verões e invernos mais frescos, sendo que os verões são secos e os invernos mais húmidos. A norte existe um ambiente mais húmido e com temperaturas médias mais baixas, sobretudo nas zonas altas, enquanto que as zonas baixas registam valores mais altos. No litoral nortenho, o clima é mediterrânico com influência marítima e tem verões mais moderados.
O outono e o inverno são tipicamente ventosos, chuvosos e frescos, sendo mais frios nos distritos do norte e centro, nos quais se chega a graus negativos durante os meses mais frios. No entanto, nos distritos sulistas do continente, a temperatura só muito ocasionalmente desce abaixo dos 0 °C, ficando normalmente pelos 5 °C.

Normalmente, os meses da primavera e do verão são ensolarados e as temperaturas são altas durante os meses de julho e agosto, podendo ocasionalmente passar dos 40 °C em dias extremos, principalmente no interior do Alentejo. Em algumas zonas, como nas bacias do Tejo e do Douro, a temperatura média anual pode chegar a atingir os 20 °C.
No entanto, as temperaturas médias anuais nas áreas urbanas de Portugal continental variam dos 18 °C em Faro, aos 12,5 °C em Bragança e 10 °C na Guarda, a cidade mais alta e fria do país. O local mais frio é a Serra da Estrela, que possui uma temperatura medial anual de 7 °C nas partes mais elevadas e inferior a 4 °C na torre, o seu topo.
A temperatura mais extrema alguma vez registada de Portugal foi de 47,1 °C no Alentejo, em 2003, e -16 °C na Covilhã, em 1954. Também há registos oficiais de valores mínimos à volta dos -20 °C na torre da Serra da Estrela.
A neve ocorre regularmente nos distritos de Castelo Branco, da Guarda, Bragança e Vila Real, diminuindo a sua ocorrência em direção ao sul, até se tornar inexistente. As ocorrências regulares de nevões e temperaturas inferiores a -10 °C concentram-se atualmente nos locais com altitudes superiores aos 1.000 metros, como a Serra da Estrela, a Serra do Gerês e a Serra de Montesinho, algumas das quais têm parques e reservas naturais. No entanto, nos últimos anos, já caiu neve de fraca intensidade em algumas zonas de Lisboa.
A precipitação total anual varia de pouco mais de 3000 mm nas montanhas do norte, a menos de 600 mm nas zonas do Alentejo. O país tem à volta de 2500/3200 horas de sol por ano, e uma média de 4/6 horas no inverno e 10/12 horas no verão, com valores superiores no sudeste e inferiores no noroeste.
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Ambiente nos arquipélagos
De acordo com o Instituto de Meteorologia, os arquipélagos da Madeira e dos Açores têm temperaturas médias anuais que excedem os 20 °C.
As ilhas dos Açores situam-se na dorsal meso-atlântica, enquanto que a Região Autónoma da Madeira foi formada pela atividade de um ponto quente. Ambas as ilhas têm um clima temperado marítimo, mas existem diferenças entre ambas, principalmente no que diz respeito a diferenças na temperatura e precipitação.
As ilhas dos Açores não têm meses secos no verão. A Madeira apresenta um clima subtropical, uma vez que a sua vertente norte tem um clima oceânico e a vertente sul mediterrânico. As temperaturas médias à superfície marítima nestes arquipélagos variam dos 16 °C aos 18 °C no inverno, aos 23 °C ou 24 °C, no verão, atingindo ocasionalmente os 26 °C.

No arquipélago dos Açores existe um elevado índice anual de precipitações e uma pequena amplitude térmica anual, sendo a ilha do Pico o local em que se regista mais precipitação em Portugal, com valores superiores a 6.350 mm anuais. E mesmo tendo uma média anual de temperatura entre as mais elevadas do país, também neva na ilha dos Açores. No entanto, a neve está restrita à montanha do Pico durante o inverno. No arquipélago da Madeira, também pode cair neve no Pico Ruivo, no Pico das Torres e no Pico do Arieiro, mas de forma mais escassa.
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A relação do país com o mar
Portugal tem uma relação com o mar que imediatamente nos transporta para o passado. Esta reação leva a que muitos portugueses associem os mares à história e ao passado.
A verdade é que é um componente importantíssimo da história de Portugal e quando é conjugado com a geografia marítima do presente, mantém-se como um dos ativos mais significativos que Portugal possui, inclusivamente em termos da imagem que projeta para os restantes países do mundo.
A ligação forte da história de Portugal com o oceano deve-se, acima de tudo, à situação geográfica muito particular do país ou, na verdade, à situação geográfica do território em que hoje existe Portugal. Isto porque, muito antes ainda de haver Portugal, já este território ocidental da Península Ibérica se encontrava ligado ao oceano.
Foi por aí que vieram os fenícios e os romanos, árabes e berberes. A cidade de Lisboa foi sempre indicada como um porto muito apreciado e, por isso, era palco de encontros entre povos e culturas.
Portanto, não é difícil identificar que a ligação particular do nosso território aos mares decorre, em primeiro lugar, da sua geografia. No caso de Portugal, em particular, foi ela que condicionou a política, a economia e a cultura e que, por isso, marcou a sua história. Aliás, atrevemo-nos a dizer que a relevância que a geografia teve no destino de Portugal é de maior peso do que em outros países da Europa.
A condição de Portugal continental como uma faixa costeira estreita no extremo ocidental de uma península vasta, também ela própria isolada da Europa pelas altas montanhas dos Pirenéus. Estes limites geográficos, de um território nos confins do mundo, marcou não apenas a sua história, mas até o destino e o carácter coletivo dos portugueses. De uma forma simplificada, durante muito tempo as opções reduziam-se entre escolher a água ou o isolamento.

Hoje em dia, essa ligação é ainda sustentada pelas vantagens económicas que produz, uma vez que grande parte da população costeira sobrevive da pesca. A condição geográfica de Portugal é de grande importância para o desenvolvimento do sector das pescas, sendo que o peixe é um elemento primordial para alimentação. O sector das pescas, transformação e comercialização de peixe é um importante motor do desenvolvimento económico, social e cultural do país. Representa 2,5 mil milhões de euros do PIB português.
Detemos 27 portos principais e um elevado número de pequenos portos com vocação pesqueira. O sector das pescas representa apenas uma pequena parte do emprego total nos países da Europa, mas a nível regional e nacional as pescas são uma fonte de emprego importante.
O que são as alterações climáticas e que influência têm no nosso futuro?
As alterações climáticas são mudanças significativas nos padrões climáticos globais ou regionais a longo prazo. Estas mudanças podem ser causadas por variadas razões, incluindo intervenção humana, como a utilização de combustíveis fósseis, desmatamento de florestas e emissões de gases de efeito estufa.
A principal influência das alterações climáticas no futuro é o aquecimento global. O aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, resulta num aumento da retenção de calor na Terra. Isto leva a um aumento gradual da temperatura do planeta, conhecido como aquecimento global.
Os impactos do aquecimento global e destas alterações são diversos e abrangem várias áreas, como efeitos como:
- Aumento da temperatura: este aumento global resulta em eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, como ondas de calor, secas prolongadas e tempestades mais intensas;
- Elevação do nível dos mares: o aquecimento global leva ao derretimento dos glaciares, o que contribui para a elevação do nível dos mares. Isto representa uma ameaça para as zonas costeiras e para todas as populações que vivem nessas áreas;
- Mudança dos padrões de chuva: estas mudanças afetam os padrões de chuva e neve, levando a eventos de precipitação mais intensos e irregularidades nas épocas e locais de ocorrência. Isto pode resultar em inundações, escassez de água e impactos na agricultura;
- Perda de biodiversidade: o efeito nos ecossistemas resulta na perda de habitats naturais e na diminuição da biodiversidade. Algumas espécies vegetais e animais podem ter dificuldade em se adaptar às mudanças, o que pode levar à extinção de várias espécies;
- Impactos na saúde humana: as mudanças também têm o potencial de afetar a saúde humana, aumentando os riscos de doenças relacionadas ao calor, disseminação de doenças transmitidas por vetores, poluição do ar e acesso limitado a recursos básicos, como água potável e alimentos.

É importante destacar que os impactos das alterações climáticas podem variar em cada local, mas, globalmente, representam um desafio significativo para a humanidade. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, adotar práticas sustentáveis e promover a adaptação a estas mudanças são medidas essenciais para enfrentar este perigo iminente e mitigar os seus efeitos no futuro.
Quais são os riscos ambientais em Portugal?
Portugal enfrenta uma série de riscos ambientais, que podem ter impactos significativos em vários aspetos da vida dos portugueses. Alguns dos principais riscos ambientais no território português são os seguintes:
- Incêndios florestais: o nosso território é propenso a incêndios florestais, especialmente durante os meses de verão. As altas temperaturas, a vegetação seca e os ventos fortes criam condições propícias para a propagação rápida do fogo. Estes incêndios representam um risco para a vida humana, a biodiversidade, a paisagem e a economia rural;
- Desertificação: o nosso clima mediterrânico, caracterizado por verões quentes e secos, pode levar à desertificação em certas áreas. A degradação do solo e a escassez de água são desafios enfrentados em regiões mais vulneráveis, como o Alentejo e o Algarve;
- Erosão costeira: as zonas costeiras estão sujeitas à erosão costeira, ou seja, a perda gradual de terras devido ao avanço dos mares. Isto representa uma ameaça para as comunidades costeiras, infraestruturas, atividades económicas e ecossistemas sensíveis;
- Seca e escassez de água: existem vários períodos de seca, especialmente durante os verões. A escassez de água afeta a agricultura, a produção de energia hidrelétrica, o abastecimento de água potável e os ecossistemas fluviais;
- Poluição do ar: alguns centros urbanos portugueses enfrentam problemas de poluição do ar, especialmente devido ao tráfego intenso e à queima de combustíveis fósseis. A poluição do ar tem impactos na saúde humana, causando vários problemas respiratórios e cardiovasculares;
- Poluição marinha: a poluição marinha, causada pelo despejo de resíduos, derramamentos de petróleo e atividades marítimas, representa um risco para os ecossistemas marinhos, a pesca e o turismo costeiro.
É importante destacar que se têm desenvolvido variados esforços para enfrentar estes riscos ambientais, adotando medidas de prevenção, mitigação e adaptação. Isto inclui a implementação de políticas de conservação da natureza, gestão sustentável dos recursos naturais, promoção de energias renováveis e ações de educação ambiental.

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Como será o clima em Portugal no futuro?
Prever com precisão o clima futuro numa região específica, particularmente no território português, é uma tarefa complexa devido à variedade de fatores envolvidos. No entanto, com base nas projeções e modelos climáticos atuais, é possível fazer algumas estimativas sobre as tendências climatéricas futuras no país. É importante que tenha em conta que estas nossas projeções estão sujeitas a incertezas e podem variar dependendo dos cenários de emissões de gases de efeito estufa e das ações tomadas no futuro para mitigar as mudanças climatéricas.
Alguns dos possíveis impactos climáticos futuros em Portugal incluem:
- Aumento da temperatura: as projeções indicam que o território português provavelmente enfrentará um aumento da temperatura anual. Os verões podem se tornar mais quentes e prolongados, e os invernos mais suaves, o que resulta em ondas de calor mais frequentes e prolongadas.
- Alterações nos padrões de precipitação: embora as projeções não sejam conclusivas, é possível que algumas zonas enfrentem uma diminuição de chuva, o que pode agravar os períodos secos. Outras áreas podem experimentar um aumento na variabilidade da chuva, com eventos mais intensos e concentrados;
- Aumento do risco de incêndios florestais: com o aumento da temperatura e a possível diminuição da precipitação em algumas áreas, o risco de incêndios florestais pode aumentar ainda mais. Isto representa um desafio significativo para a gestão de florestas e a proteção de vidas, propriedades e ecossistemas.
- Elevação do nível marítimo: como resultado do aquecimento global, espera-se que o nível dos mares na costa continue a subir ao longo do tempo. Como já mencionamos, isto representa um enorme risco para as zonas costeiras, com possíveis impactos na erosão costeira, intrusão de água salgada em lençóis freáticos e riscos para a infraestrutura;
É importante ressaltar que as projeções climáticas futuras podem variar de zona para zona. Além disso, as ações tomadas nos próximos anos para mitigar todos estes efeitos podem influenciar os resultados futuros.
Tal como acontece com todos os restantes elementos geográficos com importância, as características climatéricas também são um tema que os estudantes aprendem no curso de geografia do ensino tradicional. E podem ser causa de muita confusão e algumas dúvidas.
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