Uma pintura só está acabada quando o artista diz que está acabada.
Rembrandt
Se fizer um curso de pintura terá a oportunidade de ter um bom e prazeroso passatempo onde poderá deixar a imaginação voar e recriar tudo o que lhe vier à mente, como objetos, locais e até pessoas que veja. Mas existem alguns materiais de pintura essenciais que vai ter obrigatoriamente que comprar e tem de saber diferenciá-los para que os utilize corretamente, além de fazer a sua manutenção correta para estender o seu tempo útil de vida.
Se quer aprender a pintar todos os estilos irá necessitar de vários tipos de material para pintura, bem como saber distinguir que tipo de materiais é mais adequado para cada técnica de pintura e quando deve utilizar cada um. Se tudo isto ainda é novidade, veio ao sítio certo! Continue a ler para saber quais são os acessórios indispensáveis e o que vai ter que comprar antes de começar a sua aventura nesta arte.
Todos os tipos de tintas que vai conhecer no curso de pintura
Para cada tipo de pintura, existe uma tinta diferente e mais apropriada. Certamente que isto não é novidade para ninguém. Se quiser pintar moveis, por exemplo, terá de comprar e utilizar tintas próprias para madeiras e respetivo verniz no final. O mesmo acontece quando está a trabalhar com papel ou com telas. Cada uma das tintas tem os seus usos mais comuns e apropriados, como:
- Tintas para cerâmica;
- Tintas para pintar vidro;
- Tintas para pintar azulejos;
- Tintas para pintar ferro, inox e alumínio.
Mas é nas tintas para pintura em telas que nos vamos focar. Existem vários tipos diferentes e com todas elas o resultado final será diferente. Poderá até utilizar mais do que um tipo de tinta no mesmo quadro!

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Pode optar por:
- Tinta a aguarela: uma opção mais barata e mais fácil, ideal para quem está a aprender a pintar num curso de pintura ou em casa. Poderá comprar uma embalagem com as cores primárias e depois utilizar a paleta para as misturar e criar as tonalidades que preferir ou, então, comprar uma embalagem maior que por norma traz bastantes mais opções. Para trabalhar com esta tinta, tenha consigo copos com água, porque é bastante grossa e com diferentes quantidades de água adicionadas a esta tinta, pode conseguir tonalidades, texturas e pigmentações diferentes;
- Tinta a óleo: é e sempre foi a mais utilizada por grandes artistas como Vincent Van Gogh, Claude Monet, Rembrandt, Edvard Munch, Édouard Manet, Ticiano e tantos outros grandes nomes da arte. Pode ser trabalhada como as aguarelas, e misturada com líquido para criar as tonalidades perfeitas para a sua pintura, mas precisará de utilizar um primer na tela antes de começar. Devido à viscosidade desta tinta, necessitará também de utilizar um solvente para a poder manusear de forma mais fluida. Ao contrário das restantes mencionadas, é de secagem lenta, permitindo ao artista algumas correções ou misturas de cores diretamente na superfície;
- Tinta acrílica: bastante parecida com a tinta a óleo, mas uma opção mais barata e mais fácil de utilizar sem perder o seu ar profissional quando pintada na tela. Tem uma secagem bastante rápida e é bastante versátil podendo ser misturada numa paleta com água e criar novas cores. Como seca bastante rápido, pode ser utilizada para fazer várias camadas, criando um efeito de profundidade e os mais diversos detalhes em paisagens ou retratos que queira pintar;
- Tinta guache: uma das mais versáteis e populares entre artistas. É também à base de água, mas tem maior densidade e opacidade que algumas das outras opções. Tem capacidade de cobrir completamente as superfícies, permitindo que as cores sejam aplicadas em camadas sobrepostas sem que as inferiores transpareçam, o que a torna ideal para criar blocos de cor sólidos e uniformes. O guache seca rapidamente, facilitando o trabalho em detalhes ou ajustes rápidos. é solúvel em água, o que permite que seja diluída para obter diferentes texturas e transparências, aproximando-se das aguarelas quando utilizada de forma mais fluida;
- Tinta pastel: uma forma artística única e versátil, apreciada pela sua textura macia, cores vibrantes e capacidade de criar obras expressivas. Os pastéis estão disponíveis em três tipos: secos, oleosos e duros. Os pastéis secos, como os de giz, são os mais populares. Produzem cores intensas e permitem a criação de efeitos suaves e esfumaçados, sendo ideais para trabalhos expressivos e de alto impacto visual. Os pastéis oleosos, por outro lado, têm uma base de óleo que confere maior aderência e durabilidade. São menos suscetíveis a borrões e possuem um acabamento rico e brilhante. São indicados para trabalhos detalhados ou com camadas grossas de cor. Os pastéis duros são mais firmes e permitem traços precisos, por isso são ideais para detalhes ou esboços iniciais.
Com qualquer uma delas poderá criar as suas obras de arte, mas, se não tem experiência nesta arte, recomendamos que comece com a tinta a óleo. Isto porque esta demora sempre mais um pouco a secar depois de terminar o seu trabalho, o que lhe dará oportunidade de aperfeiçoar e corrigir detalhes da sua obra.
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Os vários tipos de pincéis que poderá utilizar para pintar
Para os diferentes tipos de pintura, bem como as variadas tintas e consistências, vai precisar de diferentes pincéis de vários tamanhos, grossura e textura. Não irá pintar olhos ou flores com um pincel grande e grosso, porque estas pinturas têm bastante detalhe e necessitam de um pincel mais fininho que consiga executar todos esses detalhes.

Para escolher o pincel mais adequado ao que planeia fazer, existem alguns pontos que quererá ter em atenção:
- As cerdas ou pelo do pincel: este será o mais importante. Os preços irão variar bastante consoante o que escolher, sendo os de origem animal mais caros do que os sintéticos;
- Tamanho e grossura do cabo: existem imensos tamanhos diferentes, os mais curtos são utilizados nas aguarelas e os mais longos são mais adequados a tinta acrílica e tinta a óleo. Também aqui o material utilizado para a sua produção irá ditar o preço que vai pagar. Encontra opções de madeira ou de plástico sendo o último mais económico.
Se está a iniciar o curso de pintura, será boa ideia falar com o professor para que este possa ajudar e indicar qual o material pintura mais apropriado para si.
Relativamente às cerdas ou pelo do pincel, estes também têm vários formatos, textura e comprimentos, sendo que cada um irá ajudá-lo a pintar diferentes cenas, objetos, detalhes, animais, paisagens, entre outros. Os dois formatos mais utilizados são:
- Redondo: são mais compactos, conseguem reter maior quantidade de tinta, não sendo preciso estar sempre a molhar o pincel. São, por isso, ideais para colorir partes mais amplas da obra;
- Chato: servem para espalhar melhor a tinta, cobre uma área bastante maior.
E nada de usar panos ou papel para os secar, porque isso poderá danificar as cerdas e estragá-los. Deixe-os secar pendurados, de forma a evitar que a tinta seque e que tenha de estar constantemente a comprar pincéis novos.
Dentro destes 2 géneros, há dezenas de outros tipos, sendo que quanto mais comprido for o pelo do pincel, mais arrastadas serão as pinceladas. E os modelos com o pelo mais curto, serão ideais para pintar detalhes, porque estes oferecem mais precisão e controlo sobre a tinta.
As melhores telas para suporte das pinturas
As telas são uma das superfícies mais populares e versáteis para pintura, utilizadas por artistas de diferentes níveis e estilos. Escolher a tela ideal é essencial, porque sua textura, material e preparação influenciam diretamente o resultado final da obra. Existem diversos tipos de telas disponíveis, cada uma com características próprias para as diferentes necessidades artísticas.
As telas podem ser feitas de materiais como algodão, linho ou sintéticos:
- Algodão: é o material mais comum, sendo acessível e muito utilizado, especialmente por iniciantes na arte e estudantes. As telas de algodão oferecem uma superfície flexível e regular, ideal para tintas acrílicas e a óleo. Embora duráveis, podem ser menos resistentes ao longo do tempo em comparação ao linho;
- Linho: é considerado de alta qualidade e é amplamente preferido por artistas profissionais. O linho possui fibras naturais mais resistentes, menor tendência a deformar e uma textura fina que permite maior controlo sobre os detalhes. É especialmente recomendado para pinturas a óleo, devido à sua durabilidade e acabamento refinado;
- Sintéticos: as telas sintéticas, normalmente feitas de poliéster, são mais recentes e apresentam grande resistência à umidade e deformação. São uma boa opção para quem procura uma alternativa económica e estável, especialmente em climas variáveis.

A preparação da tela é crucial para o desempenho na pintura. A maioria das telas comercializadas vem pré-revestida com gesso acrílico, que cria uma superfície adequada para receber a tinta. No entanto, alguns artistas mais experientes preferem preparar as suas próprias telas, utilizando gesso tradicional ou outros primários, como óleo, para ajustar a textura e a absorção de acordo com a técnica desejada.
As telas também têm diferentes formas e montagens, como telas esticadas, telas em painel e telas em rolo:
- Telas esticadas: são montadas sobre uma moldura de madeira e prontas para uso. São práticas e populares, disponíveis em diversos tamanhos e adequadas para pintura a óleo e acrílica;
- Telas em painel: são feitas com tecido de tela fixado sobre um painel rígido, como MDF ou madeira compensada. Estas telas são ideais para quem prefere uma superfície mais estável, sem a flexibilidade típica das telas esticadas;
- Telas em rolo: vendidas em grandes extensões, são recomendadas para artistas que querem cortar e preparar os seus próprios tamanhos ou criar obras de grande escala. Estão disponíveis em algodão e linho, com ou sem preparação.
As telas de algodão ou sintéticas funcionam bem com acrílico, enquanto que o linho é mais indicado para óleo. Quem trabalha com impasto ou camadas espessas deve preferir telas reforçadas, para maior resistência.
Por último, a textura da tela varia de fina a grossa, dependendo do tipo de tecido e da sua densidade:
- Densidade fina: ideal para trabalhos detalhados, como retratos, onde são necessárias superfícies suaves;
- Densidade média: oferece um equilíbrio entre detalhe e textura, sendo adequada para a maioria dos estilos;
- Densidade grossa: Recomendada para trabalhos expressivos ou texturizados, como em técnicas de impasto.
Escolher o papel que deve utilizar para pintar
O papel é uma das superfícies mais versáteis e acessíveis para pintura, porque pode ser utilizado em diferentes técnicas e estilos. A escolha do tipo de papel é crucial, porque as suas características influenciam diretamente o resultado final e a experiência do artista. Existem diversos tipos de papel disponíveis, cada um com propriedades específicas.
Os papéis podem ser feitos de celulose, algodão ou uma mistura de ambos:
- Celulose: é o mais comum e acessível, utilizado em papéis para estudo ou trabalhos menos exigentes. Embora menos durável, funciona bem para iniciantes e técnicas secas, como lápis ou carvão;
- Algodão: é a opção preferida por artistas profissionais, porque oferece maior resistência, absorção e longevidade. É especialmente indicado para técnicas que envolvem muita água, como aguarela e guache, devido à sua capacidade de suportar a humidade sem perder a forma.

A gramagem, medida em gramas por metro quadrado (g/m²), refere-se à espessura e densidade do papel:
- Leve (menos de 150 g/m²): adequado para esboços rápidos com materiais secos, como lápis, carvão e pastel seco;
- Médio (150–300 g/m²): indicado para técnicas mistas e tintas mais leves, como guache ou acrílico diluído;
- Pesado (300 g/m² ou mais): ideal para técnicas que exigem maior resistência, como aguarela e acrílico, porque suporta bem a utilização de água e camadas de tinta sem deformar.
Alguns papéis são pré-tratados com uma camada de cola ou preparação especial, o que os torna mais adequados para tintas à base de água. Os papéis para aguarelas, por exemplo, são tratados para melhorar a absorção e evitar que as cores penetrem excessivamente nas fibras.
A textura do papel é outro fator determinante, com três principais categorias:
- Liso: superfície uniforme e suave, ideal para trabalhos detalhados, como ilustrações e retratos;
- Grão fino: textura leve que combina bem com aguarela e lápis, permitindo tanto detalhes quanto efeitos suaves;
- Grão grosso: superfície mais texturizada, perfeita para técnicas expressivas, como aguarelas e pastel, onde a textura do papel contribui para o efeito visual.
A escolha do papel deve levar em consideração a técnica utilizada. Os papéis lisos são ideais para canetas e tinta, enquanto que papéis texturizados funcionam melhor com técnicas que exigem profundidade, como pastéis e aguarelas. Também encontra papéis específicos para trabalhar com determinadas tintas, que foram desenhados especificamente tendo em conta as suas características.
Diferentes tipos de lápis para rascunhos
Uma boa alternativa às tintas e aos pincéis são os lápis a preto e branco ou os lápis de cor. Mas, à semelhança dos acessórios anteriores, existem também vários tipos diferentes de lápis que produzirão efeitos diferentes consoante o seu tamanho e grossura. Se quer utilizá-los para fazer o rascunho da sua pintura, deverá pelo menos ter uma pequena noção das diferenças existentes entre os lápis:
- Lápis H: lápis mais duro, de ponta mais fina, não esfuma com facilidade sendo ideal para esboços e finalizar a sua arte. Para encontrar o lápis ideal tipo H, pode escolher pela numeração que vai desde o 2H até ao 9H sendo este último mais fino e claro;
- Lápis B: este é bastante mais macio, sendo ótimo para o efeito esfumado. Ao mesmo tempo, cria um efeito bastante mais escuro e grosso que o H, utilizado para texturas, esboços e enchimento de espaços. A numeração deste vai do 2B até ao 9B sendo este último mais escuro e forte;
- Lápis HB: este combina as características dos modelos anteriores, tem a dureza do tipo H e a pigmentação do tipo B, tornando-o ideal para detalhes mais rígidos.
Além destes, poderá utilizar os vários lápis de cor próprios para pintura! Existem caixas e embalagens com todas as cores possíveis e imaginárias, havendo ainda a possibilidade de molhar a ponta do lápis em água e misturar as várias cores. Pode até utilizar um pincel para aproveitar todas as cores ao máximo!

Todo o material de pintura pode ser comprado em lojas específicas de arte. Deixamos aqui algumas sugestões (note que há algumas que só vendem fisicamente em pontos específicos do país, mas têm possibilidade de compra online):
- Fnac;
- Ponto das Artes;
- El Corte Inglés;
- Staples;
- Papelarias e retrosarias;
- Atelier de arte.
Depois de saber quais são os acessórios e materiais de pintura que vai precisar, precisa apenas de encontrar o curso de pintura perfeito para si! Na Superprof encontrará centenas de professores de pintura por todo o país, e poderá aprender a pintar com qualquer um deles, visto que grande parte dos professores da Superprof também dão aulas online. Se estiver em Porto, pode ainda optar pelo curso de pintura porto para desfrutar de uma experiência local personalizada.










