Querer aprender a tocar guitarra é uma coisa, mas o desejo é só o início. Terá que tentar também aprender as bases destes instrumentos: saber como afinar e trocar as cordas, escolher a guitarra, os acessórios indispensáveis, etc.
Na aprendizagem de um instrumento musical não é possível improvisar, e isso também acontece no caso da guitarra. Para ajudar, vamos aqui falar sobre o que deve saber para começar a tocar o seu instrumento o mais cedo possível. Além disso, também deixamos aqui algumas dicas de como escolher os melhores acessórios e ferramentas para que se torne um músico preparado para todos os momentos!
Comprar a sua primeira guitarra
Para comprar a sua primeira guitarra, é necessário saber escolhê-la muito bem, mesmo que, depois de algum tempo, tenha interesse por outro modelo. Mas a verdade é que o primeiro instrumento carrega sempre um grande valor sentimental.
Por esse motivo, vale a pena conhecer um pouco melhor quais são as características que deve ter em conta no momento de comprar a sua primeira guitarra.
Estilos de guitarra
Antes de escolher a sua guitarra, deve pensar nos estilos de música que quer tocar:
rock
música clássica
pop
reggae
etc.
Será a partir dos estilos musicais que escolher que deve orientar a sua procura pelo instrumento ideal, bem como as técnicas a serem aprendidas e os acessórios necessários.
Existem três grandes tipos destes instrumentos:
- Guitarra acústica: tem cordas de metal e, permite tocar os mais variados estilos musicais (rock, pop, jazz, country, etc.), menos os estilos clássico ou metal;
- Guitarra clássica: semelhante ao anterior, mas com cordas de nylon. É muito utilizado para a música erudita ou clássica. É de fácil transporte e manuseio e pode ser tocado em qualquer lugar, sem necessidade de se ter um amplificador disponível;
- Guitarra elétrica: ao contrário dos modelos anteriores, é sempre necessário utilizar um amplificador para a tocar. Possui cordas de metal e é ideal para estilos de música essencialmente elétricos, como o rock, o metal, heavy metal, etc.
Tamanhos
Existem guitarras em vários tamanhos (designados por 1/4, 1/2, 3/4 e 4/4) que se adequam a diferentes faixas etárias. Os modelos 1/4 são indicados para crianças entre os 4 e os 6 anos, os 1/2 entre os 6 e os 7, enquanto que os 3/4 são indicados para músicos dos 7 aos 11. A partir dos 12, já é mais recomendado um modelo 4/4.
Um dos fatores mais importantes a ter em conta durante o processo de compra de uma guitarra é a idade de quem a vai tocar.
Para saber que modelo escolher, saiba as características de cada um:
- 1/4 - 110cm: indicado para crianças de 4 a 6 anos por ser mais pequeno. Está entre um brinquedo e um instrumento musical verdadeiro;
- 1/2 - 125cm: indicado para crianças de 6 a 7 anos, é um modelo mais próximo de uma viola tradicional que o anterior;
- 3/4 - 140cm: para crianças de 7 a 11 anos, é por natureza um equipamento destinado à aprendizagem;
- 4/4 - 150cm: para crianças acima dos 12 anos, é o modelo de tamanho padrão que pode ser utilizado tanto por crianças como adultos. Possui uma sonoridade mais forte e imponente do que a que é emitida por guitarras menores.
Além do tamanho, um músico que está a começar a tocar deve escolher uma guitarra com as cordas baixas. Ou seja, com uma menor distância entre as cordas e os trastes, que é muito mais fácil de tocar no início. Uma corda também pode ser feita de materiais diferentes. O aço das guitarras elétricas faz maravilhas pelo som, e o nylon das clássicas é mais confortável para os dedos, o que o torna ideal para as crianças.
Também deve ter em conta alguns pormenores da construção do instrumento. Um deles é a forma como o braço e o corpo se unem e o outro, e os ângulos formados pela união das partes. Isto inclui ponderar a solidez geral da guitarra, nomeadamente como as cravelhas (os manípulos que distendem as cordas e que estão na cabeça das guitarras) se comportam, que devem rodar facilmente e manter-se na posição escolhida.
Valores
Não nos podemos esquecer da questão financeira.

O preço pode ser um fator importante, mas é importante que não deixe que influencie demasiado a compra. Existem no mercado instrumentos de qualidade duvidosa, que acabarão por contribuir para uma possível desmotivação e que desvalorizam num abrir e fechar de olhos.
Por esse motivo, na maioria das vezes mais vale investir um pouco mais e adquirir um instrumento de qualidade. Uma guitarra bem estimada desvaloriza pouco e tem uma longa vida.
Ainda assim, vai encontrar preços muito variados nos diferentes modelos, dependendo de variados fatores, incluindo marca, tamanho e outras características. O preço também varia se forem fabricados em Portugal ou importados. Para ter uma ideia dos valores que o esperam, encontra modelos a 120€ e outros a 370€.
Escolher a sua primeira guitarra
A primeira guitarra será sempre um instrumento de grande valor sentimental e, por isso, se pretende mantê-la durante bastante tempo, deve garantir que escolhe o modelo certo. Deve ter em conta que está agora a começar a formação e ainda tem muito caminho para progredir. A fase inicial da aprendizagem é um momento de descoberta de novos sons e estilos musicais.
Além de isso, pode ter a certeza que vai acabar por ter interesse em adquirir mais de uma guitarra. As possibilidades de sons, estilos, versatilidade de alguns modelos, são inúmeras. Vai se abrir todo um novo leque de opções!
A guitarra perfeita não existe. Por isso, precisa de pensar nas necessidades específicas que, como aluno e iniciante, pode ter.
Escolher o modelo da guitarra mais adequado é um passo essencial para qualquer músico. O mercado oferece uma enorme variedade de guitarras, cada uma com características, sonoridades e propósitos distintos. Encontrar o modelo certo significa compreender o próprio estilo, as necessidades práticas e o tipo de som que se deseja alcançar.
O primeiro ponto a considerar é o tipo de guitarra. Há três grandes categorias: clássica (nylon), acústica (aço) e elétrica. Cada uma responde a diferentes estilos musicais e formas de tocar. Quem pretende dedicar-se à música clássica, ao fado ou à bossa nova deve optar por uma guitarra clássica, de timbre suave e confortável para dedilhados. Já quem aprecia folk, pop ou baladas poderá preferir uma acústica, com projeção e brilho natural. Por outro lado, quem se identifica com o rock, blues ou metal dificilmente dispensará a versatilidade da guitarra elétrica, que permite moldar o som com amplificadores e efeitos.
A ergonomia e o conforto são igualmente fundamentais. O tamanho do corpo, a largura do braço e a altura das cordas (ação) influenciam diretamente a tocabilidade. Instrumentos demasiado grandes ou pesados podem causar desconforto, enquanto cordas demasiado altas dificultam o estudo e podem provocar dores nos dedos. Sempre que possível, deve experimentar o instrumento antes da compra: sentar-se com ele, tocar alguns acordes e avaliar se o peso e o formato se ajustam ao corpo e à postura.

Outro fator decisivo é a qualidade da construção e dos materiais. Madeiras como o mogno ou o abeto influenciam o timbre e a ressonância. Em guitarras elétricas, os pickups (single-coil ou humbucker) determinam boa parte da personalidade sonora: os primeiros são mais brilhantes e definidos, os segundos mais quentes e encorpados. É importante observar também o sistema de afinação, a estabilidade da ponte e a solidez das tarraxas, pois garantem que o instrumento permanece afinado por mais tempo.
Para facilitar a escolha, pode seguir algumas orientações práticas:
- Definir o estilo musical preferido: blues, rock, jazz, clássico ou pop;
- Avaliar o nível de experiência: principiantes beneficiam de instrumentos mais leves e fáceis de tocar;
- Experimentar vários modelos: sentir diferenças de som, conforto e resposta das cordas;
- Consultar profissionais ou professores: uma opinião experiente ajuda a evitar erros comuns;
- Estabelecer um orçamento equilibrado: investir num instrumento fiável desde o início evita gastos desnecessários a curto prazo.
Também é importante evitar escolher apenas pelo preço. Um instrumento barato pode parecer tentador, mas, muitas vezes, compromete a qualidade do som, a afinação e a durabilidade. É preferível investir um pouco mais num modelo equilibrado, de uma marca fiável, do que gastar menos e enfrentar problemas constantes.
Ignorar o estilo musical pessoal é um erro que pode afastar o prazer de tocar.
Cada guitarra tem uma personalidade sonora: quem gosta de rock pode sentir-se limitado com um violão clássico, e quem aprecia música erudita dificilmente encontrará o mesmo encanto numa elétrica. Por último, é essencial lembrar que a guitarra certa é aquela que inspira a tocar. Um modelo pode ser tecnicamente perfeito, mas se não houver ligação emocional ou conforto, acabará por ficar encostado. O ideal é escolher um instrumento que motive o estudo diário, que soe bem ao ouvido e que transmita prazer ao ser tocado.
Escolher as cordas de guitarra
Saber como escolher as cordas da guitarra não é realmente uma tarefa muito fácil, ainda por cima quando se está a começar a aprender a tocar o instrumento.
Primeiro, escolha o calibre adequado de cordas para a sua guitarra e para o seu estilo. Se estiver agora a começar, deve pensar na sua força (e nos seus dedos!) não vá escolher um material que seja duro demais e ao qual não se consiga habituar
Para guitarras clássicas:
- Tensão leve: ideal para quem está a começar;
- Tensão média: oferece equilíbrio entre conforto e volume;
- Tensão forte: ideal para os mais experientes e que procuram algo polivalente.
Para guitarra elétrica:
- Extra light (010-047): a melhor escolha para os iniciantes, porque são mais fáceis de tocar;
- Light (011-052): também são ótimas para iniciantes e atendem a mais formas de tocar. Este tipo oferece mais ressonância;
- Regular (012-053): ideal para aqueles que já possuem alguma experiência e se preocupam com uma ressonância mais pronunciada.
Os materiais: longevidade e som
Tal como o calibre e a tensão são aspetos importantes na escolha das cordas da sua guitarra, o material de fabrico também influencia diretamente na qualidade do som e na longevidade das cordas. Podem ser feitas de materiais como:
- Nylon: usado em guitarras clássicas, oferece suavidade e clareza.
- Aço inoxidável: o tipo mais comum, são brilhantes e um pouco frágeis, Produzem um som vivo e brilhante, muito resistente à ferrugem;
- Níquel: mais flexíveis, tem um timbre mais quente e suave. São ideais para blues e rock clássico;
- Bronze: produzem um som metálico e cintilante, típico de guitarras clássicas;
- Fósforo: combina brilho e calor, com excelente durabilidade. Têm um som mais quente;
- Cobre: valoriza os graves, e confere profundidade ao som. Permite obter baixos de melhor qualidade;
Se existem tantos modelos, como escolher as cordas de guitarra mais apropriadas para o seu instrumento? Escolher as cordas mais adequadas para cada guitarrista é um processo que combina conhecimento técnico, autoconhecimento e experimentação. Não existe um único tipo de corda perfeito para todos, pois cada pessoa tem uma forma diferente de tocar, uma sensibilidade própria nos dedos e uma sonoridade que deseja alcançar.
Compreender os principais fatores que influenciam essa escolha ajuda a encontrar o equilíbrio ideal entre conforto, timbre e durabilidade.
O primeiro elemento a considerar é o tipo de instrumento. As guitarras elétricas utilizam cordas metálicas, geralmente de aço niquelado, que proporcionam brilho e resposta rápida ao toque. Já as clássicas usam nylon, que oferece um som mais quente e suave, ideal para dedilhados e estilos tradicionais. Nas acústicas, as cordas são metálicas e proporcionam maior projeção sonora, o que as torna perfeitas para acompanhamento de voz ou atuação ao vivo. Escolher o tipo correto é essencial, porque o uso de cordas erradas pode até danificar o instrumento.
Outro ponto crucial é o calibre, ou seja, a espessura da corda. Cordas finas (como as 0.009 ou 0.010) exigem menos força, facilitam bends e solos rápidos, o que as torna ideais para quem está a começar. Em contrapartida, cordas médias ou pesadas (0.011 ou superiores) produzem um som mais encorpado e estável, sendo preferidas por músicos que valorizam graves potentes.
Por último, é importante ter em conta a frequência de utilização e os cuidados. Quem toca todos os dias deve optar por cordas com revestimento protetor, que resistem melhor à oxidação e mantêm o som estável durante mais tempo. Também é fundamental limpar as cordas após tocar e guardá-las num ambiente seco.
A caixa de ferramentas ideal para um guitarrista
Um guitarrista não está apenas na companhia da sua guitarra e algumas partituras no momento de tocar. Tal como acontece com outros instrumentos musicais, a guitarra requer certos acessórios ou possíveis reparos e um músico prevenido deve ter sempre consigo algumas ferramentas para resolver estes pequenos problemas.

Não significa que os tenha que ter sempre consigo, mas estes são alguns dos acessórios e ferramentas que todos os guitarristas devem ter sempre disponíveis:
- Um capotraste: acessório que deve ser afixado no braço da guitarra e que tem como função mudar facilmente a tonalidade do som do seu instrumento;
- Um afinador: pode ser elétrico ou eletrónico. Este acessório permite afinar a guitarra em poucos instantes;
- Um suporte para partitura: pode parecer estranho, mas a maioria dos guitarristas não utiliza este acessório. É uma ótima escolha se vai fazer alguma apresentação ao público e não pode errar em momentos cruciais. Com ela, mantém a partitura ao seu alcance e não corre o risco de se confundir com tantas notas, principalmente se estiver a acompanhar algum cantor;
- Um conjunto de palhetas: é sempre bom ter mais de uma palheta à sua disposição. Ela pode partir ou cair e não poderá parar tudo para procurar outra. Coloque algumas no seu bolso ou num sítio perto, de forma a não precisar de parar de tocar;
- Um jogo de cordas: tenha sempre um jogo completo de cordas, principalmente para as cordas mais agudas. Nunca se sabe qual delas pode se partir;
- Um apoio para os pés: este acessório é essencial para quem toca guitarra clássica ou acústica, porque dá muito mais estabilidade a tocar;
- Uma correia: um acessório quase obrigatório para os guitarristas, porque garante o posicionamento correto do instrumento e terá mais facilidade para tocar;
- Um cabo: permitirá que conecte o instrumento a um amplificador, uma mesa de mixagem ou outros equipamentos de som.
Todos estes acessórios podem ser adquiridos com o tempo, o mais importante é se lembrar e respeitar as características do seu instrumento musical.
Também pode considerar adquirir uma pequena estante específica para guardar a guitarra em casa, de forma a garantir que está bem guardada, não anda solta, nem corre o risco de cair. Da mesma forma, deve ter um estojo ou bolsa de transporte, onde guarda o instrumento quando não o está a usar e quando tem que o levar para qualquer lado. Com ele, evita possíveis batidas, arranhões ou outros danos mais graves à sua guitarra
Os acessórios não são obrigatórios, servem como complementos para o músico na hora de tocar e também contribuem para a utilização de diversas técnicas.
Se está apenas a começar e ainda está a trabalhar na coordenação básica entre as mãos, o foco principal deve estar em dominar a guitarra sem a preocupação de acessórios adicionais. À medida que se sente mais confortável com o equipamento, poderá naturalmente sentir a necessidade de explorar novas técnicas e estilos musicais, o que pode levar à introdução de um ou mais destes elementos.
E entes de comprar qualquer acessório, é uma boa ideia procurar por recomendações de outros guitarristas ou professores experientes. Se tiver aulas, pergunte ao seu professor que acessórios recomenda com base no seu nível de habilidade e no estilo de música que está a aprender. Assim sabe que irá fazer uma boa compra!



















