Um dos instrumentos mais conhecidos no mundo é, sem dúvida, o piano. É também considerado um dos mais completos, porque abrange um grande número de notas graves e agudas. E certamente também já ouviu falar do órgão, o rei dos instrumentos!

Mas sabe qual é a relação histórica entre piano e órgão? Por acaso sabe dizer quais são as diferenças entre os dois? Saberia reconhecer a peculiaridade dos sons de cada um? Se a resposta é não, veio ao sítio certo! A equipa da Superprof escreveu este artigo para esclarecer todas as dúvidas em relação a estes dois instrumentos de tecla para que possa finalmente descobrir qual a diferença entre órgão e piano!

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Vamos lá!

História do piano e do órgão

A história do piano e do órgão é rica e interligada, com séculos de desenvolvimento musical e tecnológico. Embora os dois instrumentos tenham evoluções e funcionalidades diferentes, ambos partilham algumas origens e conceitos fundamentais, especialmente no que se refere à manipulação do som e à ideia de uma tecla (ou várias) que controlam a produção sonora.

órgão de tubos em catedral

O órgão é considerado um dos instrumentos mais antigos da música ocidental e o primeiro dos instrumentos de teclas. A sua origem remonta à Grécia antiga, no século III a.C., com a criação do hydraulis pelo engenheiro Ctesíbio de Alexandria. A invenção foi desenvolvida a partir da associação entre uma flauta típica grega (o aulo), com o sistema hidráulico de injeção de ar comprimido nos tubos.

O hydraulis funcionava com a ajuda de água, utilizando a pressão hidrostática para forçar o ar através de tubos, criando a sonoridade. Este instrumento é considerado o precursor direto dos órgãos que se desenvolveriam posteriormente.

A mecânica consistia em abrir a passagem do ar para os tubos através de uma válvula parecida com uma tecla. Para que tal acontecesse, o ar era mantido em pressão por processos hidráulicos!

O órgão possuía apenas uma fila com 7 tubos de diferentes comprimentos, em que cada tubo correspondia a uma nota. A fila de tubos duplicou e triplicou, até que foi incorporado um mecanismo de seleção dessas filas, que mais tarde seriam chamadas registos. O conjunto de tubos de uma fila tem o mesmo formato e características, emitindo um timbre próprio. Assim sendo, num órgão existem tantos timbres diferentes, como o número de registos (filas) existentes.

O hydraulis tornou-se rapidamente muito popular nas arenas romanas, sendo utilizado para entreter o público em eventos e jogos. Foi utilizado durante vários séculos em festividades, no circo e em anfiteatros. No entanto, com a queda do Império Romano, o órgão praticamente desapareceu da vida secular, mas encontrou um novo lar na Igreja Cristã durante a Idade Média. A partir do século VIII, começou a ser utilizado em igrejas, onde a sua sonoridade poderosa se adequava perfeitamente às grandes catedrais que estavam a ser construídas na Europa.

No século XV, os órgãos já eram capazes de produzir sons múltiplos e variados, graças à inclusão de diferentes tipos de tubos que reproduziam instrumentos de corda, metais e madeiras. As versões eletrónicas só surgiram nos anos 70, como uma evolução natural dos sintetizadores. Hoje em dia, existem órgãos de todos os tipos, cada vez mais complexos e dotados de recursos inovadores!

O piano, por outro lado, tem uma história mais recente, mas que se entrelaça, de certo modo, com a história do órgão e outros instrumentos de teclado que o precederam. A sua origem está diretamente relacionada ao desenvolvimento do cravo e do clavicórdio, ambos instrumentos de teclado que começaram a aparecer na Europa a partir do século XIV e XV.

O cravo é o antecessor mais direto do piano. Funciona através de um mecanismo em que as cordas são beliscadas (em vez de percutidas) quando o músico pressiona a tecla correspondente. O problema deste modelo era a sua limitação em termos de dinâmica: não importava quanta força se aplicasse em cada tecla, o volume e a intensidade do som produzido eram praticamente constantes. Esta limitação motivou a procura por um instrumento capaz de variar a intensidade de acordo com a força aplicada numa tecla.

É aqui que entra o italiano Bartolomeo Cristofori, o inventor do piano. No início do século XVIII, Cristofori criou o primeiro modelo de um piano: o clavicórdio, ou “gravecembalo col piano e forte” em italiano. O grande avanço de Cristofori foi o mecanismo de martelos que percutem as cordas: ao pressionar uma tecla, um pequeno martelo de feltro bate na corda correspondente, e a força aplicada pelo músico na tecla determina a intensidade das notas. Esta inovação possibilitou ao pianista controlar com muito mais precisão as dinâmicas da música, algo que não era possível no cravo.

teclas de um piano
Orgao piano, piano orgao, quais são mesmo as diferenças? Quais são as semelhanças? Existem mais coisas em comum ou que separam cada instrumento destes? | Fonte: Pexels

O conceito foi melhorado em 1770 por um alemão: Silbermann. O pianoforte, como era chamado, vai passar por muitas melhorias, tudo para permitir que os pianistas da época emitissem um som mais poderoso e com mais capacidades expressivas. Graças à Revolução Industrial, o progresso do pianoforte superou as expectativas dos virtuoses da época. Foi possível:

  • Trabalhar uma maior precisão de som;
  • Melhorar o toque do teclado e proporcionar maior flexibilidade;
  • Produzir cordas de aço de alta qualidade, mais resistentes e mais precisas.

Foi em 1853, na Alemanha, que a marca Blüthner conseguiu desenvolver os aspetos técnicos e estéticos dos seus instrumentos, tornando-os robustos e poderosos. A Blüthner patenteou 4 melhorias nos seus modelos e diversificou a sua oferta, entrando para a história do piano. As outras empresas, que estavam atrasadas nas inovações, foram obrigadas a acompanhar a onda.

Na segunda metade do século XIX, havia mais de 20 marcas fabricantes de pianos. Foi durante esta época que nasceu o piano moderno. Só no início do século XX é que o piano conseguiu combinar poder, beleza e sonoridade perfeita.

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Sabia que?

Em 1915, o piano padrão tinha 2 metros e 15 de comprimento, pesava 300kg e cobria 5 oitavas.

A prática do instrumento também se difundiu com a conquista e descoberta de novas regiões e novos países. O piano chegou aos Estados Unidos na segunda metade do século XIX, com a criação de duas empresas: Steinway e Grodrian. Como em muitas outras áreas, rapidamente os EUA se tornaram líderes mundiais. E permanecem assim até hoje, com mais de 200 fábricas e mais de 870 patentes registadas ao longo de cem anos. O Japão entrou no mercado relativamente tarde com a Yamaha, apenas em 1900, mas rapidamente integrou as novas tecnologias.

Hoje me dia já podemos encontrar todos os tipos de pianos possíveis e imagináveis. Os pianos verticais tornaram-se muito populares, os pianos elétricos revelaram-se equipamentos multifuncionais de alta qualidade e, claro, há quem continue a preferir os clássicos pianos de cauda.

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Diferenças entre piano e órgão

De forma simplificada, as diferenças são muitas, mesmo que não tenhamos essa noção! Tocar cada um deles envolve técnicas e abordagens bastante diferentes, apesar de ambos serem tocados num teclado. As diferenças vão além da mecânica de cada instrumento, influenciando também o estilo, a técnica e a interpretação musical.

Produção de sons

O som do piano é produzido por martelos que percutem as cordas quando as teclas são pressionadas. Isto significa que a intensidade com que o pianista pressiona cada tecla afeta diretamente o volume e a expressividade do som. Por isso, é possível tocar forte (alto) ou piano (suave) de acordo com a força aplicada.

No órgão a produção de som não depende da força com que se pressiona uma tecla. O som é criado pelo fluxo de ar através dos tubos, controlado pelos registos. Cada vez que uma tecla é pressionada, a sonoridade é produzido a uma intensidade constante, independentemente da pressão que o músico faz.

Utilização dos pedais

No piano, o uso dos pedais (em particular o pedal de sustentação) permite que as notas continuem a soar mesmo depois do pianista soltar a tecla. Isso dá ao músico a capacidade de criar efeitos de legato, conectar acordes e notas, e muito mais.

No órgão, os pedais têm uma função muito mais complexa. Além de controlar o volume e a intensidade de certos registros, muitos órgãos têm um teclado pedal (um conjunto de teclas acionado pelos pés) que é uma parte essencial da execução. Este é utilizado para tocar notas graves e, em muitos casos, exige grande coordenação entre mãos e pés, porque o organista toca melodias ou harmonias com os pés enquanto as mãos trabalham nos teclados superiores.

Técnica de dedilhado

A técnica do piano enfatiza a expressividade através do controlo da dinâmica e articulação (legato, staccato, etc.). O pianista ajusta a sua técnica constantemente para transmitir nuances expressivas, mudando a velocidade e a pressão com que pressiona cada tecla.

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Sabia que?

As obras de compositores como Johann Sebastian Bach contribuíram para a propagação do órgão!

No órgão, como a dinâmica não é controlada pelo teclado, a técnica de dedilhado é mais focada na clareza e no controlo das transições entre notas. No lugar de técnicas como o legato, os organistas frequentemente utilizam a substituição de dedos (troca de dedos na mesma tecla) ou o deslizamento para garantir uma transição suave entre as notas. Além disso, devido à ausência de pedal de sustentação, manter uma linha melódica ou acordes requer um controlo rigoroso das durações das notas.

Coordenação entre mãos e pés

Embora o piano exija coordenação entre as duas mãos e os pés, a interação é geralmente mais simples do que no órgão.

O pianista precisa principalmente de se concentrar em usar as mãos para tocar nas teclas e os pés para utilizar os pedais.

O órgão exige uma coordenação muito mais complexa entre as mãos e os pés. Além de tocar o teclado manual com as mãos, o organista precisa de tocar notas graves ou realizar passagens melódicas com os pés em cada pedal.

Esta coordenação tripla (mãos e pés simultaneamente) é uma das maiores diferenças e desafios ao tocar órgão.

Expressividade

O piano é considerado um instrumento extremamente expressivo, graças à sua capacidade de variar o volume e a intensidade. Esta capacidade permite ao pianista criar uma rica paleta de intensidade e nuances emocionais.

A expressividade no órgão é controlada de maneira diferente. Como a intensidade sonora não varia, a expressividade é obtida principalmente por mudanças nos registos (que alteram o timbre) e pela utilização de caixas de expressão, que podem aumentar ou reduzir o volume geral. Desta forma, a interpretação de uma peça no órgão é mais focada na escolha dos timbres e na forma como o organista alterna entre diferentes registos ao longo da música.

Sustentação de notas

No piano, as notas começam a decair logo após serem tocadas, porque as cordas percutidas só vibram por um tempo limitado. A utilização do pedal de sustentação pode prolongar o som, mas vai desaparecer gradualmente. No órgão, as notas podem ser sustentadas de forma infinita enquanto a tecla estiver pressionada, sem perder volume ou intensidade.

Registo e timbres

O piano tem um timbre característico que é relativamente estático. Embora os pedais possam modificar subtilmente o timbre e a ressonância, o instrumento em si tem um som uniforme, variando apenas em termos de intensidade.

pessoa com anel a tocar nas teclas
Se quer ser um músico competente, seja pianista ou organista, tem que saber todos estes detalhes na ponta da língua e dominar vários estilos musicais. | Fonte: Pixabay

O órgão é um instrumento com uma vasta variedade de timbres, dependendo dos registos escolhidos. O organista deve dominar a combinação de registos para adequar a sonoridade à música que está a ser tocada, o que torna o controlo dos timbres uma parte fundamental do desempenho no órgão.

Repertório

O repertório para piano abrange uma enorme variedade de estilos e géneros, desde música clássica a jazz, pop e outros. A flexibilidade dinâmica e expressiva do piano torna-o adequado para peças a solo, de câmara ou de acompanhamento. O repertório de órgão está, em grande parte, associado à música sacra e litúrgica, de igreja, como obras de compositores como Johann Sebastian Bach. No entanto, o órgão também tem um repertório secular, particularmente com peças barrocas, românticas e contemporâneas e até jazz.

Ambiente e função

O piano é maioritariamente encontrado em casas e salas de concerto, seja para performances a solo ou de acompanhamento. É um instrumento de destaque, independentemente do género musical. O órgão é normalmente associado a espaços grandes, como igrejas, catedrais e teatros. O seu som poderoso é ideal para preencher grandes ambientes, mas também tem um papel relevante na música popular.

As dimensões de um órgão podem ser muito variáveis, e se estendem desde um pequeno órgão de móvel até órgãos do tamanho de casas de vários andares. Um grande-órgão moderno tem normalmente 3 ou 4 manuais de cinco oitavas cada, e uma pedaleira de duas oitavas e meia.

Por dentro do piano

Dentro do instrumentos, há diversos componentes essenciais que trabalham em conjunto. O principal é o conjunto de cordas, esticadas sobre uma estrutura de ferro fundido que suporta a tensão. São feitas de aço, e a sua vibração é o que gera o som. Por baixo, existe uma tábua harmónica, uma peça de madeira que amplifica as vibrações.

pessoa a tocar piano com duas mãos

O mecanismo de ação funciona como um prolongamento da tecla. Ao pressionar uma tecla, um sistema de alavancas aciona um martelo revestido de feltro que pressiona a corda correspondente. Após o impacto, um amortecedor cai sobre a corda para a silenciar, exceto quando o pedal de sustentação é pressionado, permitindo que as notas ressoem. O teclado e o escapamento completam o conjunto, garantindo que os martelos regressam à posição inicial após cada toque. Estes componentes, juntos, permitem a complexa dinâmica e expressividade do piano.

Há também um mecanismo de pedais, geralmente três: o pedal de sustentação, o pedal de uma corda e o pedal de sustento, que mantém algumas notas selecionadas. É ele que permite executar a técnica de legato.

Existem diversos tipos de piano, incluindo:

  • piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas horizontalmente. Necessita, por isso, de um grande espaço, porque é bastante volumoso. É adequado para salas de concerto com tetos altos e boa acústica. Existem diversos modelos e tamanhos, entre 1,8 e 3 metros de comprimento e 620 kg;
  • piano vertical tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em metal ou madeira;
  • Há ainda o piano digital, que guarda numa memória os sons a serem reproduzidos. Difere dos teclados digitais por simular a sensação das teclas dos pianos acústicos, e por simular também um piano tradicional na sua estrutura externa. Tem a vantagem de possuir a capacidade de alterar o volume e ainda de permitir a utilização de fones de ouvido.

Por dentro do órgão

Podemos afirmar que construção do órgão é a mais complexa de todos os instrumentos musicais. É constituído por 4 partes:

  • Pneumática: é o conjunto formado pelos dispositivos de captação, retenção e envio do ar comprimido à tubaria, bem como a regulação da sua pressão. Os seus elementos são ventilador, fole, contra fole e canais de vento;
  • Tubaria: é o conjunto de todos os tubos do órgão, encarregues da emissão sonora;
  • Mecânica: é o conjunto dos mecanismos responsáveis pela emissão sonora de cada tubo ou um conjuntos deles. Os seus elementos são o registo, os teclados e a consola.
  • Caixa: tem por função fundir e projetar os sons para o exterior, além de uma função prática de proteção da mecânica e da tubaria.

Os órgãos podem ser classificados em vários tipos, como:

  • Tradicional: o tipo de órgão mais conhecido, frequentemente encontrado em igrejas, catedrais, teatros e salas de concerto. O seu som é produzido pela passagem de ar através de tubos de diferentes tamanhos e materiais;
  • De teatro: desenvolvido no início do século XX para acompanhar filmes mudos e entretenimento em teatros. A sonoridade produzida por um órgão de teatro tem uma qualidade mais "colorida", com registos que imitam uma variedade de instrumentos, desde efeitos sonoros até tambores;
  • Eletrónico: surgiu no século XX, como uma alternativa mais portátil e acessível aos modelos tradicionais. Ao contrário dessa versão, não contém um único tubo. O som é produzido através de circuitos eletrónicos, recriando a sonoridade original;
  • Hammond: um modelo específico de órgão eletrónico que utiliza rodas fónicas giratórias que produzem sinais elétricos convertidos em sonoridade por amplificadores. Tornou-se popular nas igrejas, mas é bastante utilizado em géneros como jazz, blues, rock e gospel.

E então, pronto para começar a praticar as músicas?

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Louizy

Graduada em publicidade e especializada em Marketing. Adora ler e escrever sobre tudo e mais um pouco.

Catarina

Eterna otimista, com um bichinho por viajar. Apaixonada por literatura e ficção. Metro e meio de pessoa, vivo pelo lema "Though she be but little, she is fierce". Trabalho atualmente como tradutora e redatora freelancer.