Quanto mais limitados os meios, mais forte a expressão
Pierre Soulages
Depois do fauvismo, cubismo surrealismo, impressionismo e outros movimentos artísticos do início do século XX, a abstração do artista visual e do pintor contemporâneo começaram a dominar a produção artística.
No entanto, se as vertentes anteriores se tornaram clássicos da história da arte, os artistas contemporâneos ainda causam alguma estranheza e ainda não são aceites universalmente. Mas será que os conhecemos verdadeiramente?
Monet, Duchamp, Klimt, Modigliani, Botticelli, Rembrandt, Gauguin, Kandinsky, Van Gogh, Cézanne, Pissarro, Warhol… Quem são os pintores contemporâneos que sucederam a todos estes génios? Listamos aqui os pintores mais famosos da arte contemporânea, cujas obras de arte podem ser vistas nas principais galerias, atraindo os maiores colecionadores do mercado da arte. Estes são nomes chave que podem servir de inspiração se está a aprender a desenhar ou se tem vontade de começar um curso de pintura em tela.
Gerhard Richter
Nascido em 1932 em Dresden, na Alemanha, Gerhard Richter é um dos artistas de arte contemporânea mais conceituado de sempre. O pintor alemão é reconhecido no mundo da pintura desde os anos 80, pelo seu estilo predominantemente abstrato, que às vezes incorpora elementos figurativos. Uma boa fonte de inspiração se está a fugir de um curso técnico e está interessado em algo mais conceitual.
Richter é frequentemente associado ao neoexpressionismo, embora a sua obra abranja uma enorme gama de estilos e técnicas. As suas pinturas abstratas e foto-realistas são especialmente aclamadas, muitas delas alcançando preços recordes em leilões de arte. Em 2012, um dos seus trabalhos foi vendido por 32 milhões de euros. Um recorde superado no ano seguinte com um preço superior a 34 milhões.
Richter estudou pintura na Academia de Belas Artes de Dresden, onde desenvolveu o seu talento para arte abstrata.
É considerado um dos artistas mais importantes e influentes do século XX e XXI, e seu trabalho é exibido em museus e galerias de vários países. Recebeu numerosos prémios e honras ao longo de sua carreira, solidificando o seu lugar como uma figura de destaque no mundo da arte contemporânea.
Além de pintar, o artista foi professor em várias escolas de arte pelo globo. Sem dúvida, um dos melhores professores de desenho do mundo!
Yan Pei-Ming
Nascido em 1960 em Xangai, Yan Pei-Ming é um pintor chinês, proveniente de uma família da classe trabalhadora. Aos 20 anos, deixou a China no meio da Revolução Cultural para se estabelecer na França. Estudou na Escola de Belas Artes em Dijon e depois no Institut des Hautes Études en Arts Plastiques em Paris. Agora um cidadão francês naturalizado, Yan Pei-Ming vive entre Dijon e Paris.
É conhecido pelas suas pinturas em grande escala, muitas vezes a preto e branco, que retratam figuras históricas, políticas e culturais proeminentes, bem como cenas poderosas e emotivas.
Um dos seus trabalhos mais famosos é o retrato do ex-presidente dos EUA, Barack Obama.
As obras deste pintor exploram temas como a condição humana, a memória coletiva, as guerras e a política. A sua técnica distintiva e a sua expressividade criam uma sensação de drama e intensidade nas suas pinturas. A certa altura da sua carreira, teve a honra de ser hóspede da Villa Médicis, em Roma, para uma residência artística. Hoje em dia, é uma das figuras proeminentes da arte contemporânea.
Yue Minjun
Yue Minjun nasceu em 1962 na China. Estudou pintura na Universidade Hebei antes de começar a desenhar retratos dos seus colegas no início dos anos 80. Atualmente vive em Pequim e produz telas que são reconhecidas em todo o mundo.
É conhecido pelas suas obras que apresentam figuras humanas sorridentes de forma exagerada e muitas vezes grotesca. Os seus sorrisos possuem um tom histérico e perturbador. Este estilo distintivo e irónico é frequentemente associado ao movimento estilístico conhecido como "realismo cínico", que emergiu na China na década de 90.
As obras de Yue Minjun exploram temas como a condição humana, a sociedade contemporânea e as tensões entre o indivíduo e o coletivo. Os seus autorretratos sorridentes, em particular, são frequentemente interpretados como uma crítica à superficialidade e à artificialidade da vida moderna, especialmente em relação à China.
Anselm Kiefer
Nascido na Alemanha em 1945, Anselm Kiefer não conseguiu escapar da atmosfera do pós-guerra, que agora se vê refletida nas suas pinturas. Hoje em dia vive em França, mas o pintor começou por estudar direito e literatura no seu país natal, antes de se formar em arte em várias academias alemãs.
Tornou-se famoso ao fotografar-se em diferentes cidades europeias a fazer a saudação nazista. O principal objetivo do seu trabalho é denotar o nazismo ainda presente na Europa. De forma geral, tenta confrontar o legado do passado alemão, incluindo a época do Holocausto, bem como questões universais relacionadas à memória, identidade e transcendência. Kiefer utiliza materiais não convencionais nas suas telas, como chumbo, cinzas, terra e plantas, criando texturas e profundidade incomuns nas suas peças.
Num estilo que o próprio pintor classifica como pós-romântico, as suas obras são monumentais e poderosas que exploram temas como história, mitologia, política e a condição humana. Kiefer trabalha numa variedade de meios, incluindo pintura, instalação e fotografia. Hoje em dia, trabalha no seu estúdio em Portugal.
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Philippe Garel
Nascido na França em 1945, Philippe Garel começou a estudar arte na Escola de Belas Artes de Quimper, depois em Rennes e, finalmente, em Paris. De 1962 a 1968, o jovem artista estudou os fundamentos da pintura e da arte em geral até que expôs na Bienal de Jovens em Paris em 1967.
Um verdadeiro exemplo de como um talento natural pode ser moldado e aperfeiçoado por um bom professor de arte. O artista rapidamente ganhou fama e realizou uma série de exposições artísticas em várias cidades: Paris, Madrid, Munique, Nova Iorque, Bruxelas, Bolonha, Roma, Turim, Genebra, Amsterdão.
Philippe Garel foi eleito para a academia de Belas Artes em 2015
É conhecido por retratar paisagens urbanas e figuras humanas num estilo que combina elementos do realismo e da abstração. As suas telas apresentam uma paleta de cores vibrantes e uma composição dinâmica que transmite uma sensação de energia e fluidez. O seu trabalho é apreciado pela sua capacidade de capturar a essência emocional das paisagens e figuras que representa.
Gérard Garouste
Um grande representante da pintura francesa contemporânea, Gérard Garouste nasceu em 1946 em Paris. Além de pintar, também é escultor e faz gravuras. A maioria das suas obras são figurativas, sobre tradição, mitologia, religião e literatura.
A transmissão dos conhecimentos de geração para geração e a origem das coisas fazem parte da sua obsessão. Inspirado pela Bíblia, textos literários e histórias populares, Gerard Garouste não hesita em encher as suas pinturas com animais e personagens bastante fantásticos, elementos surrealistas e simbólicos, que convidam o espetador a refletir sobre questões profundas e universais.
Martial Raysse
Nascido na França em 1936, Martial Raysse é um dos pintores mais famosos da era contemporânea. Depois de uma exposição ao lado de Jean Cocteau em 1958, voou para os Estados Unidos, onde se envolveu na Pop Art. No início dos anos 60, juntou-se ao movimento Nouveau Réalisme (Novo Realismo), do qual foi um dos pioneiros.
Raysse é reconhecido pelas suas obras que combinam elementos da cultura popular, publicidade, media e arte clássica, criando peças que refletem a sociedade de consumo e os seus valores. As suas criações muitas vezes apresentam uma estética pop vibrante e colorida, com a utilização de materiais diversos, como objetos plásticos do quotidiano, colagem e assemblage.
Ao longo da sua carreira, Martial Raysse influenciou significativamente o desenvolvimento da arte contemporânea, especialmente no contexto do Nouveau Réalisme.
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Miquel Barceló
Nascido em 1957 em Mallorca, Miquel Barceló é mais um pintor muito conhecido na arte contemporânea. É conhecido pela sua versatilidade e uma obra que abrange uma ampla variedade de meios, incluindo pintura, cerâmica, gravura e instalação.
Ganhou notoriedade na década de 80 com a sua primeira grande exposição na galeria Axe Art Actuel em Toulouse. Começou então a conhecer grande artistas como Jean-Michel Basquiat e a ganhar relevância na comunidade. Neste processo, foi impulsionado na direção de vertentes de vanguarda, sendo frequentemente associado à corrente dos "jovens selvagens".
Além da sua influência na arte, também é conhecido pelas suas colaborações com arquitetos e designers, bem como pelas suas grandes instalações em espaços públicos em vários países.
Barceló ganhou destaque internacional com obras que apresentam uma abordagem expressiva e dinâmica. Os seus trabalhos são distintos pelas suas texturas complexas, uso inovador de materiais e paleta de cores vibrantes. Incorpora frequentemente elementos da natureza e da cultura mediterrânea nas suas criações.
Vladimir Veličović
Nascido em 1935 em Belgrado, este pintor iniciou a sua formação em arquitetura em 1960, antes de começar a pintar e realizar sua primeira exposição em 1963. Mas o sucesso não tardou a chegar, e foi premiado na bienal de Paris em 1965. Em 1967 começou a ficar conhecido para além do estreito círculo artístico, passando a ocupar um lugar importante na história da pintura contemporânea.
O pintor tenta transcrever as atrocidades que experimentou enquanto criança. As suas pinturas e desenhos representam o corpo humano, mas também cenas violentas de conflitos bélicos. Com figuras humanas distorcidas e angustiadas, muitas vezes em ambientes sombrios e opressivos, Veličković explora temas como a violência, o sofrimento humano e os horrores da guerra. A sua paleta de cores é frequentemente dominada por tons escuros e terrosos, contribuindo para uma atmosfera de tensão e desespero.
O seu estilo atormentado caiu nas graças de críticos e do público e ganhou reconhecimento internacional pelo seu trabalho tão distintivo. Além da sua produção artística, Veličković também teve uma carreira ativa com professor de arte e foi influente no desenvolvimento da arte contemporânea nos Balcãs.
Georg Baselitz
Nascido em 1938 na Alemanha, o pintor Georg Baselitz cresceu no meio da zona ocupada pelos soviéticos, antes de ir estudar na Alemanha Ocidental, onde sua carreira descolou. Um grande nome do neoexpressionismo alemão, é conhecido pelo seu estilo distinto e provocativo, que desafia convenções artísticas e explora temas como identidade, trauma e expressão pessoal.
Destaca-se pelas suas pinturas invertidas, pintadas de cabeça para baixo, que fazem os seus admiradores perder a cabeça. As suas telas contêm figuras humanas distorcidas e invertidas, que desafiam as convenções da representação tradicional. A sua abordagem única à forma e ao conteúdo tem sido influente na arte contemporânea.
Mas, além da pintura, Baselitz também é reconhecido pelas suas esculturas e gravuras, que muitas vezes partilham a mesma estética provocadora. Hoje em dia, ensina na Universidade das Artes em Berlim.
Pierre Soulages
Uma personalidade da pintura contemporânea, Pierre Soulages nasceu em 1919 na França e pintou mais de 1500 telas ao longo da sua carreira. Conhecido pela sua "luz negra", o "pintor de preto" é particularmente apreciado no campo da arte abstrata, pelo seu seu domínio na aplicação dessa cor. Na verdade, as suas telas foram quase todas pintadas com longos traços negros.
Pierre Soulages viveu até aos 102 anos, celebrando uma longa e significativa carreira artística.
Soulages marcou a diferença pela sua abordagem única à pintura, na qual usa uma variedade de ferramentas e técnicas para criar texturas, reflexos e profundidade na superfície da tela. As suas pinturas abstratas, mesmo que compostas inteiramente de tons de preto, exploram a interação da luz e da sombra, criando composições poderosas e introspetivas.
Além de pintar, Soulages também trabalhou em outros meios, como gravura, escultura e vitral. O grande decano dos pintores contemporâneos, tem a sua obra exibida em museus e galerias em vários países pelo globo.
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Marlene Dumas
Nascida na Cidade do Cabo em 1953, Marlene Dumas mudou-se para a Holanda em 1976 para estudar arte no Atelier 63 e Haarlem.
A pintora chegou a abandonar a arte durante alguns anos para estudar psicologia, mas 1979 finalmente decidiu expor a sua obra em Paris, tornando-se conhecida entre a comunidade artística da capital parisiense. Inspirada pelo Apartheid na África do Sul, mas também pela literatura e a sexualidade, a pintora incorpora elementos da corrente expressionista. Para retratar os temas que lhe chamam atenção, Marlene Dumas usa o corpo humano, com um foco particular nas faces e corpos.
Com o seu estilo distintivo, e uma abordagem franca e provocativa de questões sociais e culturais, Dumas aborda temas como identidade, gênero, sexualidade, política e memória. Utiliza uma variedade de técnicas e materiais, incluindo tinta acrílica, aquarela, tinta a óleo e colagem, mas desafia frequentemente as expectativas e normas convencionais.
Hélio Oiticica
Um dos maiores expoentes da arte contemporânea brasileira, Hélio Oiticica nasceu em 1937 e morreu em 1980. Embora tenha passado um período da sua vida nos Estados Unidos, a sua obra está intimamente ligada ao seu país natal.
O pintor é inclusive apontado como sendo uma das influências contributivas para o surgimento do Neocentrismo, um movimento artístico-cultural que marcou a sociedade brasileira a partir dos anos 60. O Neocentrismo marcava a diferença porque valorizava a experimentação e a participação do espetador na obra de arte.
Oiticica é famoso pelas suas "instalações ambientais" ou "ambientes", nas quais os espetadores são convidados a interagir fisicamente com estruturas e espaços criados pelo artista. O seu trabalho muitas vezes explorava temas como a cultura popular brasileira, a política, a sensualidade e a experiência sensorial.
Além das suas instalações, Oiticica também trabalhou com pintura performance e cinema experimental ao longo da sua carreira. Ficou particularmente conhecido pelos seus parangolés, uma espécie de bandeiras ou capas que podem ser vestidas e são feitas para serem apreciadas a partir dos movimentos daqueles que as usam. Os parangolés escondem muitas vezes frases ou palavras de carga poética.
Este aspeto é particularmente importante quando se leva em conta o contexto de ditadura militar que o Brasil atravessava quando as obras foram produzidas, já que estas podiam ser escondidas facilmente e passar desapercebidas.
Estes artistas são muito diversos, mas a maior parte deles têm algo em comum além da genialidade: o facto de serem ou terem sido professores de pintura. Nem sempre é possível fazer uma aula com um destes grandes mestres, mas isso não deve ser motivo de desânimo se quer aprender a desenhar. Para aprender, nem precisa de sair de casa!
Basta procurar por um professor de arte na plataforma da Superprof e usar as obras destes grandes mestres como inspiração! Se estiver em Lisboa, pode ainda aproveitar um curso de pintura lisboa para aperfeiçoar as suas técnicas.
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obrigado, agradeço imenso pela informações que procurava sobre os artistas na atualidade assim ajudando a conseguir terminar a minha pesquisa.
recomendo imenso ;)