A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados.
René Descartes
Desde há mais de 20 anos que os exames nacionais estão presentes na vida dos alunos do ensino secundário em Portugal. Surgiram em parte por haver a necessidade de uma triagem dos alunos que têm as capacidades e conhecimento suficientes para frequência do ensino superior dos que não as têm.
Desde o seu aparecimento através do IAVE, agora controlados pela DGES, estas provas têm sofrido algumas alterações ao longo dos anos. Mas os exames nacionais de português têm-se mantido sempre presentes e assim irão continuar!
Os exames de português são a forma de prova que as instituições têm de que o estudante que se candidata é dotado de uma capacidade de boa interpretação e criação de textos, assim como pensamento crítico e o que chamamos de "ler nas entrelinhas". Sendo o ensino superior um local onde o estudo acontece de forma mais autónoma e não apenas na sala de aula, é esperado que os alunos pesquisem e procurem outras formas de aumentar os seus conhecimentos. Um estudante que não seja capaz de uma boa interpretação, não será capaz de o fazer e isso levará ao insucesso no curso.
Iremos ao longo do artigo descrever um pouco acerca dos passos que consideramos mais importantes para esta tão temida parte do ensino secundário: os exames nacionais.
A história e aparecimento dos exames nacionais de português
Tendo tido o seu início no ano de 1997, com a criação do portal do IAVE, os exames nacionais têm estado sempre presentes na vida dos alunos do ensino secundário anualmente e são estes que permitem (ou não!) o tão desejado acesso ao ensino superior.
No entanto, as provas que conhecemos hoje em dia não são bem as mesmas que existiam originalmente! Alguns exames que existiam inicialmente foram sendo excluídos com o passar dos anos, por o sistema educativo ter evoluído ou porque simplesmente as instituições de ensino superior deixaram de pedir estas provas específicas como requisito para acesso aos seus cursos.
Os exames de português foram e continuam a ser muito importantes, porque é através deles que as entidades de ensino superior conseguem distinguir os alunos que têm as capacidades necessárias para terem sucesso na vida académica do ensino superior.
Como testam o conhecimento da nossa língua materna, podemos afirmar com praticamente 100% de certeza que nunca deixarão de existir. No entanto, já sofreram algumas alterações, quer no formato do enunciado, como no ano em que podem ser realizados (11 ou 12º ano).
Ainda assim, uma boa forma de perceber como funciona o exame, como está estruturado e com o que pode contar é ler os enunciados de anos anteriores. E no portal do IAVE tem acesso a todos (mesmo todos!) os exames nacionais dos anos anteriores, desde 2006.
Os exames nacionais de português para acesso aos cursos superiores
Os exames nacionais de português podem ser realizados pelos alunos que pretendam fazer melhorias de notas, completar o ensino secundário e também para como prova de acesso ao ensino superior. Existem 3 fases diferentes nas quais os alunos podem fazer o exame de língua portuguesa e em cada uma destas fases, poderão também apresentar a sua candidatura ao ensino superior, lembrando-se sempre que quanto mais tarde, menos vagas estarão disponíveis!
O ideal é sempre esforçar-se para que possa ter a melhor nota possível logo na 1ª fase.
Não porque seja mais fácil, mas sim porque aumenta as suas hipóteses de ser colocado no curso que tanto quer. Se correr o risco de fazer apenas a última fase e não correr bem, não terá mais hipóteses de repetir e fazer a candidatura nesse ano letivo.
Por isso, a 3ª fase deve ser apenas utilizada em último caso e não para os alunos poderem ter mais tempo para estudar. Esse estudo deve ser feito ao longo do período escolar e de forma regrada, porque é impossível adquirir todas as capacidades necessárias nos 3 meses que separam a 1ª da 3ª fase.
Que alunos do ensino secundário devem fazer os exames nacionais de português?
A resposta a esta pergunta é muito simples: todos. Todos os alunos do 12º ano, independentemente da área de estudo têm obrigatoriamente que realizar o exame de português. Isto quer dizer que, mesmo que tenha escolhido fazer a especialização na área de ciências ou artes visuais, terá que comprovar as suas competências na língua portuguesa no final do ano letivo.
Poderá não utilizar este exame como uma das provas de ingresso na candidatura subsequente ao ensino superior, mas este irá ter impacto na nota final da disciplina e, claro, na sua média escolar. Tudo isto poderá afetar os seus planos futuros.
Se o estudante do ensino secundário pretende aceder ao ensino superior, deverá verificar os requisitos de cada instituição ou da instituição que pretende frequentar e ver quais são as provas solicitadas para os cursos superiores que mais interessarem. Um exame de português, como acabamos de referir, pode ser utilizado para ingressar em vários cursos diferentes. Se este for o caminho que quer seguir, é essencial que complete o processo de candidatura corretamente. Para ajudar, vamos rever tudo o que deve fazer, por ordem, passo a passo.
Para começar, deverá aceder ao site da DGES. De forma a garantir que não precisa de parar o processo a meio para ir procurar algum elemento, deve ter já consigo o seu cartão de cidadão, a ficha ENES e a senha de acesso à plataforma. A ficha ENES deve ser pedida (e dada) pela escola depois de saber o resultado dos exames e contém toda a informação que necessita sobre as provas que realizou, as suas respetivas notas e a classificação final do secundário. A senha, por outro lado, está algures nos emails recebidos, porque já precisou dela para fazer a inscrição nas provas.
Agora chegamos à parte importante. Primeiro, deve selecionar qual é o Gabinete de Acesso ao Ensino Superior que prefere. Deve ser o mais próximo possível, uma vez que será o local onde deve recorrer se tiver algum problema. Depois, deverá selecionar se se pretende candidatar à bolsa de ação social. Atenção que não é aqui que se vai candidatar à mesma, apenas deve assinalar a sua intenção (se responder que sim, será depois reencaminhado para outra plataforma específica). Também deverá selecionar qual é o contingente em que se inclui e se tem preferência regional.
Este processo pode parecer muito complicado, mas basta seguir os passos! É bastante simples de se fazer, desde que tenha atenção à informação que está a preencher.
Por último, e o passo mais importante, a escolha dos seis pares de instituição e curso a que quer concorrer. Não é obrigatório preencher as seis, mas aconselhamos vivamente que o faça, de forma a aumentar as suas hipótese de colocação. Pode optar por seis cursos da mesma instituição ou de instituições diferentes, dependendo das suas preferências. Não se esqueça de colocar as opções por ordem de preferência, com a que prefere em primeiro!
Esta ordem não interfere com as suas hipóteses, mas tendo em conta que só será colocado num curso, o ideal é que o que prefere esteja em primeiro. Quando selecionar uma opção, verá automaticamente a nota da candidatura. Se a classificação não aparecer, significa que não reúne as condições necessárias para concorrer a essa opção. Neste caso, deve eliminar esta opção e acrescentar outra, de forma a não desperdiçar uma hipótese.
Quando são as datas dos exames nacionais de português?
As datas dos exames nacionais são divulgadas algum tempo antes da data limite para a inscrição. Normalmente, as datas são afixadas no calendário de exames no IAVE. E ainda que o dia específico só seja definido no ano, existem sempre uma ideia geral do mês em que são realizados. Os exames de português, por normal, realizam-se no mês de junho.
Como já mencionamos e certamente já sabe, existem 3 fases diferentes para os exames, e entre cada uma delas, há o espaço de cerca de um mês em que os alunos têm tempo e oportunidade para receber os resultados, fazer a candidatura ou inscreverem-se na fase seguinte, se for necessário. Este tempo também permite pedir a consulta e a revisão do seu exame nacional, se considerar que não foi bem corrigido.
O que é preciso estudar para fazer os exames nacionais de português com sucesso?
Se quer ter a melhor nota possível no exame, existem alguns passos que deve tomar, porque sendo um exame que engloba a matéria dos 3 anos de português, é necessário que os estudantes sejam empenhados, disciplinados e responsáveis.
São muitas as obras literárias que são de leitura obrigatória para estes alunos, mas pode ser difícil estudá-las a todas. Algumas delas são:
- Fernão Lopes: Crónicas de D. João I;
- Gil Vicente: Farsa de Inês Pereira ou Auto da Feira;
- Luís de Camões: Lírica, Os Lusíadas;
- Pe. António Vieira: Sermão de Santo António Pregado na Cidade de S. Luís do Maranhão;
- Almeida Garrett: Frei Luís de Sousa ou as Viagens da Minha Terra;
- Camilo Castelo Branco: Amor de Perdição;
- Eça de Queirós: Os Maias ou a Ilustre Casa de Ramires;
- Antero de Quental: Sonetos Incompletos;
- Cesário Verde: O Livro de Cesário Verde;
- Fernando Pessoa: Poesia do ortónimo, Poesia do Heterónimo ou a Mensagem;
- José Saramago: Ano da Morte de Ricardo Reis ou o Memorial do Convento.
Estas obras saem habitualmente nos exames nacionais ou então são referidos alguns excertos para interpretação dos alunos. Ainda que apenas algumas sejam contempladas no enunciado da prova, é muito importante que as leia a todas e que saiba os temas principais de cada uma delas, as épocas histórias onde se enquadram e os temas que descrevem ou criticam.
São muitas certo? Mas a verdade é que poderá sair uma combinação de qualquer uma delas, pelo que se o estudante quiser ter bons resultados no seu exame, deverá fazer um esforço e ler todas as obras propostas. E fazê-lo também tem outros benefícios:
- Aumentar o seu conhecimento e cultura geral;
- Treinar a capacidade de interpretação e compreensão de textos, necessária para depois do acesso ao ensino superior, consigam completar com sucesso os cursos superiores;
- Garantir que o excerto da obra que for apresentada no enunciado do exame vai já ser conhecida do aluno e este irá conseguir contextualizá-la e sentir mais facilidade na resolução do exame.
Além das obras, é sempre pedido aos estudantes que desenvolvam um pequeno texto de opinião e aqui tudo será avaliado desde a correção ortográfica e de sintaxe até ao cumprimento das regras de escrita por isso, criar o hábito de escrever poderá ajudar neste último grupo. Este texto deve ter entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras e tem como objetivo avaliar o sentido crítico do aluno.
E, claro, a gramática. A gramática é uma parte essencial de qualquer linguagem, porque é ela que nos permite comunicar corretamente. Por isso, deve garantir que estuda todo o conteúdo gramatical, nominal e verbal, de forma a saber reconhecer a sintaxe (sujeito, predicado e complementos), as classes de palavras, os nomes, os verbos e os advérbios, bem como conhecer as figuras de estilo.
Como saber os resultados dos exames nacionais?
Os resultados dos exames nacionais português 2024 e de todos os outros anos podem ser vistos no site da DGES (Direção Geral do Ensino Superior). Neste site encontramos também as restantes informações importantes tal como o calendário de exames, como fazer o cálculo da nota de candidatura ao ensino superior e também, quais as provas de ingresso necessárias para cada instituição de ensino superior.
Sabemos que os meses antes da época de exames são bastante stressantes para os alunos, mas no momento em que pousam a caneta e entregam o exame nacional, embora possam já respirar de alívio, inicia uma nova semana de nervoso miudinho enquanto aguardam os resultados dos seus exames nacionais.
Estes resultados demoram cerca de uma ou duas semanas, permitindo assim ao aluno ter tempo suficiente para poder candidatar-se a uma 2ª ou ainda, 3ª fase, caso o primeiro não tenha corrido tão bem quanto esperado.
Como já mencionamos, a 1ª fase é geralmente durante o mês de junho, embora possa por vezes ser no início de julho. Os exames de português, com a sua importância no calendário, costumam ser dos primeiros. Durante esse tempo, o aluno pode candidatar-se à 2ª fase, pedir a reavaliação da nota do seu exame nacional ou, claro, completar a sua candidatura de acesso ao ensino superior. A 1.ª fase de candidaturas decorre durante o mês de julho, prolongando normalmente até à primeira semana de agosto.
Todas estas fases têm datas muito específicas, e deve consultar os dias exatos no calendário disponibilizado no site da DGES. Também é lá que poderá verificar os resultados de todas as fases, juntamente com o website do IAVE e, claro, da escola onde estuda.
Se tiver que se inscrever na 2.ª fase dos exames, seja por reprovação ou para fazer melhoria, irá realizar novo exame no final de julho (ou primeira semana de agosto). Tal como na fase anterior, o resultado é publicado uma ou duas semanas depois. Se conseguir a classificação que necessita, pode iniciar o processo de candidatura, que é geralmente entre o final de agosto e início de setembro. Mesmo assim não conseguiu entrar no curso que queria? Ainda pode tentar novamente na 3.ª fase, durante as duas últimas semanas de setembro.
Formas de conseguir estudar e fazer a preparação para o exame mais eficazmente
Depois de verificada a importância destas provas para o acesso ao ensino superior e para a garantia de um bom futuro, os estudantes devem arranjar diferentes formas de conseguirem estudar e ter bons resultados nos exames.
Existem várias formas de o fazer, tal como:
- Estar atento às aulas de português ao longo do ensino secundário, garantindo que fica com dúvidas ou questões pendentes: embora os professores se esforcem bastante por conseguirem chegar a todos os alunos, por vezes pode ser complicado porque as turmas são maiores que o ideal, chegando por vezes a atingir os 25 alunos por turma e as aulas não ultrapassam os 90 minutos. É pouco tempo para dar toda a matéria do plano de estudos do ensino secundário, fazer a preparação para os exames nacionais e ainda conseguir conversar individualmente com cada um dos estudantes;
- Organizar os horários e criar uma rotina de estudos: ter em conta que todos somos diferentes e que enquanto uns alunos conseguem estudar melhor à noite e outros de manhã, é o suficiente para entender que cada um deverá criar a sua própria rotina de estudos e de preparação. Além disso, estudar durante várias horas e dias seguidos mostra-se contraproducente, daí a importância de umas pausas para lazer ou relaxar;
- Contar com o apoio de um professor particular: ter o apoio de um profissional durante a preparação para o exame de matemática 12o ano, ou qualquer outra disciplina poderá fazer toda a diferença. E poderá encontrar esse mesmo professor na plataforma da Superprof
Na Superprof, existem mais de 4200 perfis de vários professores e explicadores que estão aptos e prontos para dar aulas ou curso de preparação para os exames nacionais de português.
Em cada cidade portuguesa encontrará vários professores que dão as suas aulas online ou presencialmente. Caso a lista dos professores disponíveis a nível regional não seja o que procura, poderá então assistir a aulas online com professores particulares de qualquer cidade portuguesa.
Ao ver os perfis, poderá ler a descrição de cada um, assim como ver avaliações de outros alunos e também os seus comentários acerca do trabalho desse professor, podendo seguir-se por essas opiniões para escolher o professor que o irá ajudar a fazer a preparação e a estudar!
O valor médio por hora é bastante em conta, sendo uma média de apenas 14 euros e ainda, 99% dos professores oferecem a primeira aula totalmente gratuita, para que possa testar os seus serviços antes de se comprometer totalmente.
Mas, lembre-se que um professor não faz milagres nem irá conseguir ensinar e ajudar a aprender a matéria que irá sair no enunciado. Para isto, é preciso que haja muito estudo, empenho e estudo por parte do aluno, o professor irá apenas apoiar e responder a qualquer questão ou dúvida que apareça, podendo também permitir uma melhor compreensão e melhoria da correção linguística dos seus alunos!
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