A Cidade Luz é um centro das artes, do luxo e do bom gosto, o verdadeiro sonho de consumo de qualquer pessoa apaixonada por gastronomia, arte e cultura. Além disso, a capital francesa é dona de uma beleza deslumbrante e única, abrigando os melhores museus do mundo, além de outros espaços destinados à cultura e lazer.
Até mesmo os viajantes que planeiam conhecer outras partes da Europa, fazem uma escala em Paris para contemplar os encantos do lugar. Uma vez em solo parisiense, os visitantes podem tirar proveito dos melhores museus da capital e admirar obras de artes dos maiores pintores do mundo europeu.
Então, porque não conhecer o famoso Museu de Orsay? O Museu d'Orsay é um dos mais famosos museus nacionais de França. Este local preserva pinturas e esculturas da arte ocidental, datadas entre o período 1848 a 1914, inúmeras obras de ilustres pintores impressionistas e outras tendências artísticas que podem ser apreciadas por todos os interessados. Por isso, continue a ler este artigo para saber todas as razões para conhecer um dos melhores museus do mundo!
A história do Museu d'Orsay
O edifício que atualmente abriga o museu era originalmente uma estação ferroviária, a Gare du Quai d'Orsay, construída para o Chemin de Fer de Paris à Orléans (o Caminho de ferro de Paris a Orleães em português), no local onde se erguera até 1871 um antigo palácio administrativo, o Palais d'Orsay.

Foi inaugurado em 1898, a tempo da Exposição Universal de 1900. O projeto foi do arquiteto Victour Laloux. Em 1939, deixou de ser o terminal da linha que ligava Paris a Orleães devido ao comprimento reduzido do cais, passando a ser apenas uma estação da rede suburbana de caminhos de ferro. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de centro de correios.
A estação foi fechada a 1 de Janeiro de 1973 e, em 1977, o governo francês decidiu transformar o espaço num museu. Foi inaugurado pelo presidente da altura, François Mitterrand, a 1 de Dezembro de 1986.
Os arquitetos Renaud Bardon, Pierre Colboc e Jean-Paul Philippon foram os responsáveis pela adaptação da estação. Foi inaugurado com coleções nacionais provenientes essencialmente de três estabelecimentos:
- Museu do Louvre, para as obras de artistas nascidos em 1820 ou emergentes no mundo da arte com a Segunda República;
- Museu Jeu de Paume, dedicado desde 1947 ao impressionismo;
- Museu Nacional de Arte Moderna, que, quando se mudou para o Centre Georges Pompidou em 1976, manteve apenas as obras de artistas nascidos após 1870.
As origens das coleções de pinturas do Museu d'Orsay remontam ao Museu do Luxemburgo, fundado em 1818 por Luís XVIII para abrigar as obras de artistas vivos. O sistema designado previa que, dez anos após a morte do artista, as obras cuja "opinião universal consolidou a glória" seriam transferidas para o Louvre, sendo as restantes doadas a outras instituições ou administrações.
As coleções do Museu do Luxemburgo são quase exclusivamente compostas por compras e, portanto, refletem o gosto oficial da época, dando lugar de destaque à pintura histórica, retratos e paisagens clássicas, de acordo com uma hierarquia bem estabelecida de géneros.
Até a década de 1880, o Museu do Luxemburgo permanecia bloqueado para as vertentes artísticas mais recentes. Courbet e Millet, por exemplo, não terão a honra de ter as suas obras expostas no museu enquanto estão vivos. Será necessário o esforço conjunto de artistas, as suas famílias, colecionadores e alguns funcionários públicos para que a arte contemporânea finalmente entre nas coleções nacionais francesas.
A vanguarda no Museu do Luxemburgo: do realismo ao impressionismo
Como mencionamos antes, era a generosidade privada que permitia que os museus franceses se abrissem para os pintores mais inovadores. Doado pela irmã do artista, Um enterro para Ornans de Courbet foi exposto no Louvre em 1881. Depois veio o Le Printemps de Millet, doado por Madame Hartmann em 1887 e Des glaneuses do mesmo artista, doado por Madame Pommery em 1890 ou ainda a coleção de Alfred Chauchard, um conjunto formidável de pinturas da escola de Barbizon, incluindo o famoso Angelus de Millet, em 1909. Mas a segunda metade do século XIX também foi marcada pela crescente influência dos críticos de arte.

O sistema tradicional de salões e mecenatos já não estava adaptado à expansão do mercado de arte e a reputação dos artistas dependia cada vez mais das opiniões dos críticos e das escolhas dos comerciantes. Esta mudança promoveu o desenvolvimento de novas escolas artísticas e o seu reconhecimento.
Assim, em 1890, um grupo de assinantes, liderado por Monet, conseguiu trazer para o Museu de Luxemburgo o Olympia de Manet, que morreu em 1883. Mas esta evolução de mentalidades não foi fácil, como mostra o legado de Caillebotte.
Quando morreu em 1894, este pintor, amigo e padroeiro dos impressionistas deixou a sua coleção a cargo do Estado. Esta coleção incluía mais de sessenta pinturas de Degas, Manet, Cézanne, Monet, Renoir, Sisley, Pissarro ou Millet. Devido à receção mista da administração de Belas Artes, os executores, incluindo Renoir, queriam manter a vontade de Caillebotte. Ele queria que todas as obras do seu legado fossem exibidas e não relegadas às reservas. As discussões duraram quase dois anos antes de um acordo ser assinado em fevereiro de 1896: os museus nacionais mantiveram apenas quarenta obras, mas comprometeram-se formalmente a exibi-las.
Ao mesmo tempo, o estado também começou a adquirir obras de artistas mais modernos. Podemos citar as compras do Pescador Pobre de Puvis de Chavannes em 1887, Oficina nas Batignolles de Fantin-Latour e Moças ao piano de Renoir em 1892 ou A família do pintor de Carrière em 1896. Nos anos seguintes, ainda é graças a doações de herdeiros de artistas ou grandes colecionadores que a coleção impressionista é enriquecida. Entre 1883 e 1927, Etienne Moreau-Nélaton fez várias doações que permitiram entrar nas coleções nacionais de Déjeuner sur l'herbe de Manet.
E a pintura francesa não foi a única a beneficiar deste desenvolvimento. No final do século XIX, o museu de Luxemburgo foi aberto a escolas estrangeiras, com destaque para a Noite de Verão de Winslow Homer. A secção estrangeira acabou por se tornar grande o suficiente para constituir um museu independente no Jeu de Paume em 1922. Em 1929, toda a seção impressionista foi transferida para o Louvre.
O Museu de Arte Moderna e o Museu Jeu de Paume
Em 1937, o Museu de Luxemburgo foi substituído pelo Museu de Arte Moderna, localizado no novo Palácio de Tóquio, que acabava de ser construído para a Exposição Internacional. O seu programa começa com o neoimpressionismo (sem Seurat), a escola Pont-Aven (sem Gauguin) e os Nabis.
Com a reorganização do Louvre, as coleções impressionistas foram transferidas novamente em 1947. Agora é o Museu do Jeu Paume que as recebe. Encontra obras de Boudin, bem como obras de Toulouse-Lautrec ou de Rousseau. Neste período do pós-guerra, as coleções foram enriquecidas graças a uma política ativa de aquisições, permitindo doações de artistas particulares. Maiores meios financeiros e a generosidade privada permitem que sejam possíveis algumas aquisições essenciais, principalmente pinturas de Seurat, Cézanne ou Redon.
O crescente entusiasmo do público pelos impressionistas rapidamente tornou o Jeu de Paume pequeno demais para apresentar as obras em condições satisfatórias de conforto e segurança. A decisão de criar um museu dedicado à arte da segunda metade do século XIX e do início do século XX na estação de Orsay ocorreu em 1977. Este projeto também resolveu o problema colocado no mesmo ano pela instalação do Museu de Arte Moderna no Centre Georges Pompidou: era necessário encontrar um destino para as obras que não entravam no programa do novo museu (escola Pont-Aven, neoimpressionismo e Nabis).
Por esse motivo, o Museu d'Orsay reúne as coleções dispersas do Jeu de Paume, as que foram deixadas no Palácio de Tóquio pelo Museu de Arte Moderna e que foram apresentadas entre 1977 e 1986 em "prenúncio do Museu d'Orsay", bem como as obras do Louvre da segunda metade do século XIX.
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As maiores obras expostas no Museu d'Orsay
Como já dissemos, as coleções do Museu d'Orsay Paris provêm essencialmente de três locais: do Museu do Louvre (as obras de artistas nascidos a partir de 1820 ou que tenham emergido no mundo da arte com a Segunda República); do Museu do Jeu de Paume (as obras impressionistas desde 1947); e do Museu de Arte Moderna de Paris (as obras mais recentes).
Estas coleções abrangem várias vertentes das artes plásticas, tais como a pintura, a escultura, a fotografia entre outras.
A verdade é que o Museu de Orsay acolhe obras de grandes mestres, como:
- O Baloiço, de Auguste Renoir:
- Duas Jovens ao Piano, de Auguste Renoir;
- O Atlier do Artista, de Gustave Courbet;
- O Absinto, de Edgar Degas;
- Prima Ballerina, de Edgar Degas;
- Retrato da Damília Bellelli, de Edgar Degas;
- Arearea, de Paul Gauguin;
- Noite Estrelada Sobre o Rio Ródano, de Van Gogh;
- Igreja de Anvers, de Van Gogh;
- Olímpia, de Edouard Manet;
- Angelus, de Millet;
- As Papoilas, de Claude Monet;
- Regatas em Argenteuil, de Claude Monet;
- Catedral de Rouen, de Claude Monet;
- A Encantadora de Serpentes, de Henri Rousseau;
- A Toilette, de Toulouse-Lautrec.
Ficou interessado? Vamos ver mais um pouco sobre alguns deles!
Almoço na Relva, de Édouard Manet
Em 1863, Edouard Manet criou a obra Dejeuner sur l'Herbe ou Almoço na Relva, que está hoje em dia em exposição no Museu de Orsay. A pintura apresenta a chocante imagem de uma mulher despida na relva, com olhar fixo e confiante, perante dois homens completamente vestidos.
Dejeuner sur l'Herbe recebeu imediatamente a fama de obra escandalosa, porque rompia com os valores de uma sociedade conservadora, causando alvoroço em toda população parisiense. A pintura de uma mulher despida de pudores, com um sorriso ligeiramente discreto, surpreende o expectador que se sente observado pelos olhos atentos da tela. Este óleo sobre tela recebeu inicialmente muitas críticas, mas serviu de inspiração para muitos outros artistas, como:
Pablo Picasso
Claude Monet
Daniel Spoerri
Alain Jacquet
Em pleno século XIX, a obra surpreendeu até mesmo os burgueses, sendo considerada uma da pinturas decisivas na arte ocidental, a primeira pintura moderna.
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Autorretrato, de Vincent Van Gogh
O Autorretrato de Vincent Van Gogh faz parte do repertório exuberante de inúmeros autorretratos feitos a partir da técnica de óleo sobre tela. Para muitos especialistas, o autorretrato de Van Gogh introduz o próprio corpo como matéria-prima artística. Ao todo, foram catalogados aproximadamente 35 autorretratos do pintor. São várias telas que refletem a sua evolução física e artística, com escolha de técnicas relativas a sua perceção da própria imagem.
Entre o anos 1886 e 1889, é possível comparar a quantidade enorme de autorretratos que evidenciam mudanças e a relação que o artista mantinha com o seu próprio corpo. E no seu passeio ao Museu de Orsay Paris poderá ver o autorretrato mais famoso de Vincent Van Gogh, feito em 1889.
As Respigadoras, de Jean François Millet
As Respigadoras ou Des Glaneuses em francês, é uma pintura a óleo sobre tela do artista francês Jean-François Millet. A obra, finalizada em 1857, apresenta três camponesas ao respigo de espigas de trigo, caídas no chão após a colheita.
As Respigadoras é famosa por apresentar de forma singela camadas mais baixas da sociedade rural, mas foi muito mal recebida pela alta sociedade francesa. Ao mergulhar nesta cena rural, Millet, de certa forma, mostra a pobreza crescente no campo, com as mulheres a apanhar do chão os grãos esquecidos pela colheita.
A obra ilustra a imagem do meio camponês e a dificuldades do trabalho rural.
Tudo isto em uma época onde a esquerda política procurava uma forma de mostrar a pobreza no campo, enquanto a direita abafar uma possível revolução popular.
Os Jogadores de Cartas, de Paul Cézanne
Os Jogadores de Cartas ou Les Joueurs de Cartes em francês, é uma série de pinturas a óleo sobre tela, feitas entre o ano 1890 e o ano 1895, pelo artista Paul Cézanne. Na pintura, pode-se observar dois homens, frente a frente, a jogar cartas numa mesa. Em cima do móvel, mais ao fundo, vê-se uma garrafa semelhante a de uma bebida alcoólica, possivelmente, de vinho.
Na obra Cézanne restringe ao máximo os elementos, enfatizando o núcleo principal!
Os dois homens mostram-se compenetrados, com o rosto voltado para as cartas que têm nas suas mãos. Ambos estão atentos ao jogo e é possível perceber que usam chapéus bem diferentes. O jogador da esquerda está pintado com cores mais fortes e mostra-se mais tenso que o segundo jogador. O segundo está pintado em cores mais claras e esboça um pouco mais de tranquilidade.
Outro ponto importante na obra, centra-se na garrafa de vinho. Observe como recebe um reflexo branco, mas não se encontra simetricamente centrada, estando mais à direita do quadro. A luz refletida na garrafa conduz o olhar do observador para as mãos dos dois jogadores, é como se ficássemos à espera da próxima jogada.
A Origem do Mundo, de Gustave Courbert
Em francês, L'Origine du Monde, de 1866, é uma pintura do realista Gustave Courbet. A obra foi feita a pedido de um colecionador de imagens eróticas, Khalil-Bey, que solicitou ao artista uma pintura que retratasse o nu feminino da forma mais realista possível.
A obra é tão famosa que é quase impossível nunca ter ouvido falar dela! Exibir o corpo nu feminino na sua forma mais crua, deitada em uma posição realista, é certamente algo muito impactante para a sociedade conservadora da época. Existe a possibilidade de que a modelo da pintura seja a irlandesa Joanna Hiffernan, mas não se tem certeza de quem foi a musa do pintor.
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La Gare Saint-Lazare, de Claude Monet
A La Gare Saint-Lazare é uma série de doze pinturas que representam a Estação de Paris Saint-Lazare, de Claude Monet. La Gare Saint-Lazare é a primeira série de Monet dedicada a um único tema, com vários pontos de vista e variadas condições atmosféricas.
Nesta série de 12 telas, o artista mostrou ao mundo a impossibilidade de captar todas as impressões artísticas de um lugar numa única pintura. Isto porque as impressões de um espaço podem mudar de acordo com o dia, a hora, condições climáticas e o ponto de vista do artista. Uma verdadeira inspiração nas mudanças da vida moderna!
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O Baile do Moinho de la Galette, de Pierre-Auguste Renoir
O Baile do Moinho de la Galette é uma pintura a óleo sobre tela, de 1876, pintada pelo francês Pierre-Auguste Renoir.A obra pode ser vista no Museu de Orsay entre as várias obras importantes do impressionismo. A tela retrata uma festa popular que acontece em Paris, localizada na colina de Montmartre.

A pintura de Renoir, considerada um marco na pintura impressionista, descreve o quotidiano burguês, captando a vivacidade e a atmosfera alegre festiva nas imediações do moinho de la Galette. É possível ver referências a alguns dos seus amigos na sua obra, como os pintores Cordey e Franc-Lamy e o escritor Georges Rivière. Ao se deparar com esta magnífica obra, queremos fazer parte daquele cenário festivo. É por este motivo que Renoir é um fiel representante do espírito impressionista.
Os Raspadores de Assoalho, de Gustave Caillebotte
Les Planeurs de Parquet é uma pintura do artista francês Gustave Caillebotte, feita em 1875. A obra é mantida no Museu de Orsay, mas há uma segunda versão do mesmo assunto, um pouco diferente, na Dinamarca.
Ao contrário de Millet, que representou com tanta habilidade os trabalhadores rurais e pobreza no campo, Caillbotte impressiona ao mostrar os trabalhadores urbanos, nunca antes representados em pinturas.
Esta tela é uma das primeiras representações do proletariado urbano!
Inicialmente, a pintura não foi bem recebida, sendo considerada trivial pela sociedade. Mas a verdade é que chama a atenção pela riqueza de detalhes e precisão.
A Classe de Dança, de Edgar Degas
La Classe de Danse é uma tela de óleo sobre tela, feita entre 1871 e 1874 pelo artista Edgar Degas. O obra está atualmente no museu de Orsay e acredita-se que tenha sido encomendada por Jean-Baptista Faure. A pintura é resultado do interesse de Degas pelos bastidores das aulas de ballet, o espetáculo de dança.
Pode se ver no quadro de Degas um retrato fiel do resultado de uma aula de dança sob a supervisão do mestre do ballet Jules Perrot. É possível perceber que ao final da aula, os dançarinos parecem chegar ao final das suas forças.
Arearea, de Paul Gauguin
Arearea é uma excelente pintura a óleo sobre tela de 1892, feita pelo pintor francês Paul Gaguin. A tela retrata a cena da vida indígena, bem característica das obras de artes do pintor. Mas, para compreender a obra cheia de cores de Paul Gauguin, é preciso mergulhar na cultura da Polinésia! É verdade, a obra também conhecida como Joyousness faz parte das pinturas do artista que descrevem a sua jornada no Taiti, em 1891 a 1893, e o artista foi fortemente influenciado por essa cultura.
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