Enumerar quem são os melhores pianistas de todos os tempos pode ser uma tarefa difícil. Na verdade, pode ser uma questão de critério, mas certos nomes não podem faltar. Nomes como Franz Schubert, Ludwig van Beethoven, Wolfgang Mozart, Claude Debussy, Robert Schumann, Sergei Rachmaninov
ou Felix Mendelssohn não podem faltar.
São estes nomes do universo do piano que fazem os estudantes de piano sonhar! Qualquer pessoa que tenha interesse pelo teclado, já sonhou um dia ser capaz de realizar perfeitamente um noturno de Frederic Chopin ou um prelúdio de Bach! E mesmo os pianistas contemporâneos de hoje em dia procuram inspiração nas obras deixadas pelos seus predecessores talentosos.
De géneros totalmente diferentes, cada pianista de que vamos falar hoje apresenta estilos e características próprias que lhe renderam o título de génio. E então, está pronto para descobrir os melhores pianistas do mundo?
Compositores de bandas sonoras para o cinema
Muitos dos compositores de bandas sonoras são pianistas. O seu conhecimento do instrumento e das suas inúmeras capacidades musicais ajuda a que sejam capazes de compor bandas sonoras que são verdadeiramente obras de arte.
Hans Zimmer
É provavelmente o compositor mais famoso do início do século XXI, com cada criação mais lendária que a outra. Hans Zimmer começou a sua carreira como compositor de música eletrónica, mas rapidamente captou a atenção de um produtor de Hollywood. E foi assim que começaram os seus tempos de glória.
Zimmer criou o seu estúdio "Media Ventures" e compôs a sua primeira banda sonora em 1989 para o filme Chuva negra, de Ridley Scott. Em 1994, teve o seu ano de consagração ao ganhar um Oscar, um Globo de Ouro e um Grammy pela banda sonora do Rei Leão.
Desde então, a música composta por Zimmer permaneceu na memória: A origem, Maré vermelha, Piratas das Caraíbas, O Código da Vinci, Sherlock Holmes, Interstelar, Gladiador… Este último filme é até hoje o maior sucesso do compositor alemão, com mais de 50 milhões de álbuns da banda sonora vendidos.
Atualmente, Hans Zimmer possui mais de 55 filmes no seu currículo, tornando-o um dos nomes mais conhecidos do cinema.
John Williams
Se Hans Zimmer se estabeleceu como um dos melhores compositores de bandas sonoras originais desde o final da década de 90, o mestre da área continua a ser John Williams.
O seu currículo é simplesmente impressionante, incluindo quatro Oscars de melhor banda sonora com mais de cinquenta indicações (um recorde da academia, depois apenas de Walt Disney) e uma carreira que se estende há mais de seis décadas.
Williams é conhecido por ser o compositor favorito de Steven Spielberg: compôs as bandas sonoras originais de filmes como E.T e séries como Indiana Jones e Jurassic Park. Permanecerá para sempre nas memórias mais jovens por compor a banda sonora dos três primeiros Harry Potter, e a banda sonora inteira da saga Star Wars (incluindo os últimos episódios).
Mas o talento de John Williams vai além do cinema, uma vez que também compôs o hino de três jogos olímpicos e a peça tocada na posse de Barack Obama em 2008. Também é um verdadeiro artista multidisciplinar, com domínio do violino e da guitarra!
Ludovico Einaudi
Falar de cinema e bandas sonoras sem falar em Einaudi seria como cometer um crime contra estas duas artes. Ludovico Einaudi é, sem dúvida, sinónimo de magníficas composições para os conhecedores da arte, mas para os outros, deixamos aqui um breve resumo das colaborações que trouxeram fama ao pianista italiano:
- Os Intocáveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano (2011);
- J. Edgar de Clint Eastwood (2011);
- Samba de Olivier Nakache e Eric Toledano (2014);
- É Apenas o Fim do Mundo, de Xavier Dolan (2016),
- Mommy de Xavier Dolan (2014).
Os compositores clássicos
Sem os antecessores, será que teríamos compositores atuais? A sua técnica refinada, elaboração harmónica e influência deixaram uma marca em gerações inteiras de músicos, bem como na história da música. Pode ainda hoje em dia estudar as suas pautas durante as aulas de piano online ou presenciais.
Frédéric Chopin
É conhecido mundialmente como um dos maiores compositores e um dos pianistas mais importantes da história. Entre as obras faraónicas que Chopin nos deixou, tem inúmeros concertos, numerosas valsas e prelúdios em que se pode inspirar.
Quando falamos em piano clássico, este é inevitavelmente um dos primeiros nomes que nos vêm à mente e isso não é uma mera coincidência.
De facto, Chopin destacou-se pela sua musicalidade diferente e um conhecimento quase científico do piano.
A sua forma de tocar e o seu conhecimento da essência dos sons que poderiam ser emanados de cada tecla fazem dele um dos melhores de todos os tempos. Já para não mencionar a sua capacidade bem acima da média de improvisar.
Ludwig van Beethoven
Mesmo tendo ficado surdo aos 27 anos, Beethoven deixou a sua marca como um dos maiores pianistas de todos os tempos. E o trabalho que lhe conquistou a fama é de um verdadeiro génio. Por exemplo, criou 35 sonatas para piano e 9 sinfonias, das quais a 5ª permanece até hoje como a mais conhecida de todas.
Beethoven é um representante do classicismo vienense, ao lado de outros compositores famosos como Haydn, Gluck e Mozart. É, para muitos, o compositor inacessível. A sua vertente também é caracterizada por uma música de contraste capaz de despertar diferentes emoções, que podem transcrever as mudanças de instrumentos.
O seu estilo é caracterizado em particular por um tema (melodia) simplificado, em oposição ao barroco, que inclui uma nuance muito mais complexa para ser assimilada pelo ouvinte. A harmonia geral da música também é muito mais respeitada.
Wolfgang Amadeus Mozart
Como não falar do mais famoso compositor clássico de todos os tempos? Considerado o mais talentoso por alguns, podemos dizer que há um consenso: Mozart era um prodígio.
A vida do jovem Wolfgang permitiu-lhe desde cedo conhecer instrumentistas e compositores de todas as origens e, assim, ter muitas influências artísticas. No início, era maioritariamente um imitador, mas rapidamente aprendeu a potencializar tudo o que ouvia.
Tal como o músico anterior, é um dos principais representantes da escola vienense. O seu trabalho é também um dos mais densos dentro dos reportórios clássicos. De facto, o Catálogo Köchel lista 626 composições diferentes.
Claude Debussy
Não podíamos deixar de mencionar Claude Debussy, uma enorme referência quando se fala de talentos no piano.
Para alguns, talvez seja o pianista clássico favorito, mas claro que esta classificação tem uma certa subjetividade! André Boucourechliev diria que encarna a verdadeira revolução musical do século XX. Quer seja o seu favorito ou não, a verdade é que permanece inclassificável, já que a maior parte do seu trabalho não é convencional.
Até porque, ainda que fosse especialista em técnica de piano, Debussy alcançou sucesso devido à sua criatividade total. De certa forma, define as regras do trabalho que realiza.
Piotr Ilitch Tchaikovsky
Tchaikovsky foi um compositor romântico russo que compôs sinfonias, concertos, óperas, ballets e diversas composições para coro para liturgias da Igreja Ortodoxa Russa. Com 5 anos já dedilhava o piano e aos sete já compunha.
Algumas das suas composições encontram-se entre as mais populares do reportório erudito, como "A Bela Adormecida", o "Quebra Nozes" e a "Quarta Sinfonia". "O Lago dos Cisnes", o seu primeiro ballet, estreou no teatro Bolshoi em Moscovo.
Considerado como o primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, foi ainda maestro convidado no final da sua carreira pelos Estados Unidos e Europa.
Os grandes mestres
É nos mestres que nos inspiramos quando decidimos aprender piano. Os seus dedos fluem pelo teclado a uma velocidade impressionante e com uma precisão louca. A sua destreza no piano é desmedida e tocam as peças mais difíceis com a maior facilidade.
Para estes mestres, o piano é um instrumento de prestígio. Com uma técnica irrepreensível, são capazes de criar composições alucinantes ou improvisações de tirar o fôlego!
Lang Lang
Com apenas 41 anos, o chinês já está no auge da sua carreira! Reconhecido pelo seu toque "teatral" (os críticos dirão que às vezes até demais), no seu trigésimo aniversário, ele tocou no O2 World de Berlim na Alemanha diante de 10 mil espectadores.
Também tocou nos Grammys com a banda Metallica com um incrível solo de 6 minutos em 2014 e novamente em 2017 em Pequim.
Lang Lang é um dos talentos mais novos. Começou a tocar piano com apenas 3 anos e meio, no Conservatório de Pequim. Um verdadeiro prodígio.
Radu Lupu
Também formado na Academia Russa, o romeno é provavelmente o mais discreto dos grandes pianistas contemporâneos. Apesar de realizar concertos em vários países com as melhores orquestras sinfónicas, o músico recusa-se a dar entrevistas, o que reforça o seu lado misterioso.
Lupu é uma pianista atípico. Não utiliza um banco, por exemplo, mas uma cadeira de escritório. Da mesma forma, nunca grava as suas músicas. Toca apenas ao vivo.
Recebeu vários prémios, incluindo o Grammy para Melhor Performance Instrumental a Solo em 1996. Considera-se um "pintor de piano" e, tendo em conta o quão talentoso é, tem razões para tal!
Sonya Belousova
Infelizmente, as mulheres são muitas vezes esquecidas nos rankings, como em diversos outros aspetos... Sonya Belousova é um exemplo, nesta mais recente geração de pianistas.
Nascida em São Petersburgo, foi vencedora de várias competições internacionais e reconhecida pelo Ministério da Cultura russo desde os 13 anos pelo seu talento excecional. Compositora, mas acima de tudo improvisadora imprevisível, é capaz de compor por cima de uma música que ouviu apenas uma vez!
Atua regularmente em teatros em todo o globo, especialmente na Rússia e nos Estados Unidos. As suas versões dos grandes clássicos cinematográficos ou de videojogos possuem uma rara riqueza melódica e também têm bastante sucesso com o público mais novo.
Martha Argerich
Consideramos que também é importante destacar alguns artistas contemporâneos que reproduziram brilhantemente as criações de ilustres de compositores clássicos. Martha Argerich é uma delas.
Uma verdadeira personificação da precocidade, Martha iniciou-se no piano aos dois anos e meio. Segundo a sua mãe, tinha a capacidade desde a infância para reproduzir oitavas como quem aprende notas simples. Aos 8 anos, ela já tocava o concerto número 1 em dó maior de Beethoven.
Aos 14, emigrou para a Europa onde teve contacto com grandes mestres, o que mudaria completamente a sua progressão no piano. Com apenas 16 anos já tinha conquistado duas competições de prestígio no espaço de duas semanas: a competição internacional de performance musical em Genebra e o concurso Busoni.
Yeol Eum Son
Yeol Eum Son já é uma estrela da música clássica no seu país. Fez sua primeira aula de teclado aos três anos e meio e entrou na Universidade Nacional de Artes da Coreia aos 16 anos. Aos 18 anos, gravou os estudos completos de Frédéric Chopin.
Já fez parcerias com grandes músicos na Orquestra Filarmônica de Nova York sob a regência do maestro Lorin Maazel, passando também pela Orquestra Sinfónica da Rússia, de Praga e, mais recentemente, de Roterdão.
Ao longo da sua breve mas rica carreira, recebeu inúmeros prémios, como o segundo lugar no prestigiado Concurso Internacional Tchaikovsky em 2011. Descrevendo-se como um pianista emocional, sensível mas, no entanto, poderoso e vigoroso, Yeol Eum Son é um admirador incondicional do trabalho de Chopin e Mozart.
Arthur Rubinstein
Aclamado internacionalmente pelas suas performances de Chopin e Brahms, é um dos melhores pianistas do século XX.
De família judaica, Rubinstein nasceu na Polónia e começou a tocar piano muito cedo, com apenas 3 anos. Aos 6 tocou em público pela primeira vez. Da Polónia seguiu para Berlim, onde prosseguiu com os seus estudos. E em 1906 apresentou-se pela primeira vez em Nova Iorque. Em Paris, tornou-se professor de piano e atuou como intérprete militar em Londres, ao longo da Primeira Guerra Mundial.
Rubinstein deu espetáculos em muitos países e em todos os continentes (ambas as Américas, Europa, África, Ásia e Oceânia) e tornou-se uma celebridade. As suas gravações, sempre muito bem recebidas, revelam um extenso reportório: Chopin, Schumann, Granados, Falla, Prokofiev, Villa-Lobos, Stravinsky, Brahms, Grieg, Tchaikovsky, Rachmaninoff e Saint-Saëns.
Tatum Art
Quando se fala em artistas do piano, os compositores clássicos são a maior representação. Mas isso não significa que não podemos citar alguns pianistas de jazz, por exemplo. Art Tatum é, segundo a opinião de muitos, o maior pianista de jazz da história e um dos melhores músicos nos vários estilos existentes.
Lester William Pol lsfuss, mais conhecido por Les Paul, queria começar sua carreira como pianista de jazz. Depois de ouvir Art Tatum, decidiu antes dedicar-se à guitarra, convencido de que nunca poderia alcançar tanta qualidade.
Meio cego, Art Tatum usava braile para aprender piano e tinha um ouvido musical absolutamente fabuloso. Com uma técnica e velocidade fora do comum e uma energia inenarrável, Tatum deslumbrou os seus contemporâneos com as suas performances.
Oscar Peterson
Tudo começou nos bairros de Montreal. Muito cedo, aos 5 anos, Oscar Peterson teve contacto com a música, com uma trompete. Mas rapidamente descobriu o instrumento de cordas que iria marcar a sua trajetória na música. Aos 10 anos de idade, passava horas e horas a testar as notas pretas e brancas do teclado.
Com apenas 14 anos tornou-se músico profissional! Uma genialidade que manteve ao longo da sua vida, cultivando a sua musicalidade, inventividade e sentido de melodia, com um trabalho árduo: 6 horas de prática por dia.
As estrelas da música que também são pianistas
Estes cantores/pianistas já marcaram a história do piano graças ao seu talento e às suas músicas únicas.
Chris Martin
Com milhões de álbuns vendidos, uma voz reconhecível e melodias que já fizeram o planeta inteiro dançar: o líder dos Coldplay! Compôs dezenas de hits, entre eles The Scientist, Paradise, Fix you, Lovers in Japan e mais recentemente A Sky Full of Stars, Adventure for a Lifetime ou ainda Hymn for the Weekend.
Chris Martin estudou música de forma autodidata e formou a sua primeira banda aos 14 anos na Inglaterra. Hoje em dia, os Coldplay são um grupo de referência que atuam para milhares de pessoas todos os anos. Basta ver a correria que houve quando foram colocados à venda os bilhetes para o concerto em Portugal!
Matthew Bellamy
Tal como Chris Martin, Matthew Bellamy encarna virtualmente a imagem da sua banda, Muse. Autor, compositor e cantor dos maiores sucessos do grupo: Psycho, Hysteria, Supermassive Black Hole ou Starlight, o inglês distingue-se pela sua versatilidade.
Além do piano, que aprendeu aos 5 anos, também é guitarrista e toca bandolim. O seu talento como cantor é reconhecido, uma vez que consegue cobrir 3 oitavas. A revista Bilboard designou-o em 2014 como o 9º melhor vocalista de banda da história.
Aretha Franklin
Não era possível fazer um ranking das estrelas da música que também são pianistas sem mencionar este nome!
A cantora norte-americana de jazz, gospel e rhythm and blues é um ícone planetário. Aliás, foi nomeada como a terceira das personalidades afro-americanas mais famosas da história, atrás de Martin Luther King e Barack Obama!
Vendeu mais de 75 milhões de discos em todo o globo e continua a ser a artista feminina mais conhecida de sempre! Em 45 anos de carreira, acumulou nada menos do que 18 Grammys. O seu currículo é extenso, como não deve ser surpresa para ninguém. Para aqueles que querem ouvir ou descobrir Aretha Franklin no piano, aconselhamos You Send Me ou I Say A Little Prayer For You.
Deixou-nos com um reportório riquíssimo e uma história de uma mulher que mudou a música para sempre. Um verdadeiro legado!
Em 2019, Aretha tornou-se a primeira artista feminina a vencer o Pr+emio Pulitzer, que foi concedido pela "sua contribuição indelével à música e cultura americanas por mais de cinco décadas". O prémio foi atribuído postumamente.
Alicia Keys
Misturando uma voz poderosa e inspirada, uma melodia rítmica com uma perfeita harmonia de piano e voz, Alicia Keys é uma excelente cantora, mas também uma pianista reconhecida.
O seu primeiro álbum, Song in A Minor, foi um sucesso surpreendente, ao vender mais de 12 milhões de cópias em vários países. Recomendamos em especial o álbum The Diary of Alicia Keys que mistura piano, rhythm and blues, jazz e soul. Atenção especial para a canção If I Ain’t Got You ou outras como Harlem’s Nocturne, que são verdadeiras obras de arte.
Resumindo:
- Fazer um verdadeiro ranking dos melhores pianistas do mundo é, obviamente, difícil ou impossível! Porque aprender piano não se resume a uma categoria ou a uma idade, e podem existir diferentes fatores a ter em conta, dependendo de quem faz a seleção;
- Tudo depende da sua influência musical, da sua sensibilidade e dos artistas que o influenciaram em momentos específicos da sua vida;
- Todos são verdadeiros génios musicais, cada um com o seu próprio estilo, desde bandas sonoras, a escola clássica ou até mesmo mais contemporâneo;
- Mesmo que alguns desses artistas não o sensibilizem pelo seu estilo musical, é impossível não reconhecer neles um certo talento no domínio de instrumento tão bonito e complexo como é o piano.
Mas quais são as músicas mais difíceis de reproduzir no piano?
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