Ao longo da história, as sociedades evoluem e o mundo foi-se alterando até chegar ao contexto histórico, político, económico, cultural e social que temos hoje em dia. Como tal, é essencial conhecer a nossa história. E é por isso que os alunos têm aulas de história desde o início do ensino primário e até concluírem a sua educação, seja no ensino secundário ou num curso superior numa universidade.

O movimento feminista é um desses períodos importantes da história. As feministas de todos os país, mesmo com diferentes causas e objetivos, lutaram em conjunto para conseguir os seus direitos e liberdades. A história dos movimentos feministas modernos no ocidente é dividida em três ondas e cada uma dela lidava com diferentes aspetos dos mesmo assuntos feministas. Para saber exatamente o que custou a conquistar estes direitos, deve conhecer cada uma delas.

Para ajudar todos os alunos que estão a estudar a matérias nas aulas de história da escola, os alunos que estão a completar um curso de história, curso de história da arte ou ciências sociais numa universidade do ensino superior, e até aquelas pessoas que simplesmente querem conhecer melhor a história do mundo e a história portuguesa, criamos este pequeno guia do movimento feminista, as suas origens e as ondas que o caracterizam.

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O início da luta das feministas

O feminismo é, por definição, um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que promove mudanças políticas e sociais em benefício das mulheres e da sociedade como um todo. O seu grande objetivo é o empoderamento feminino e a igualdade política, jurídica e social entre homens e mulheres, através da libertação dos padrões patriarcais, baseados em normas de género.

desenho de mulher feministas em protesto
Não se pode falar da história do feminismo sem saber como o movimento começou e, por isso, esta matéria faz parte do programa do estudos de um aluno em todas as fases do seu ensino. | Fonte: Unsplash

Como tal, defende a igualdade jurídica, política e social entre homens e mulheres, que deve englobar direitos e oportunidades, como direitos políticos, liberdades civis, direito à educação, direitos reprodutivos, direitos trabalhistas, igualdade salarial e divisão do trabalho doméstico.

A história do movimento é extensa e complexa e teve origem em 1789, durante a Revolução Francesa. Este evento, que tinha como objetivo central a igualdade jurídica, as liberdades e os direitos políticos, evidenciou um grande problema: todas as grandes conquistas das revoluções liberais, como as liberdades, os direitos e a igualdade legal, não incluíam as mulheres.

Mas a palavra "feminismo" só apareceu bem mais tarde, em 1837, por Charles Fourier, um socialista utópico e filósofo francês. E só chegou ao Reino Unido em 1890 e aos Estados Unidos em 1910. Em Portugal, o feminismo e a luta pela igualdade de género têm uma história extensa de ativismo e reivindicação. E mesmo antes do termo ser utilizado, várias personalidades e associações portuguesas tentavam derrubar os preconceitos associados ao papel social de género e lutavam pela igualdade.

A primeira onda do feminismo

A primeira onda do feminismo é o período do movimento entre o final do século XIX e início do século XX em vários países do mundo, como o Reino Unido, Canadá, França e Estados Unidos. O grande objetivo desta onda era a conquista de poder político, especialmente o direito ao voto. O foco no voto feminino durante esta época da história do movimento deve-se, em parte, ao facto de ser uma questão comum a todas as mulheres. O movimento era formado por mulheres de variadas classes e aquilo que todas tinham em comum era o facto de não poderem votar.

protesto feminino nos anos 60
Um curso de história ou história da arte no ensino superior, seja licenciatura ou mestrado, permite a um aluno ter formação sobre o movimento sufragista e toda a informação relacionada com este período histórico. | Fonte: Unsplash

Nos Estados Unidos, as sufragistas americanas lutavam em diferentes movimentos abolicionistas. Em 1869, as líderes feministas criaram a National Woman Suffrage Association e a American Woman Suffrage Association, que trabalhavam para conseguir o direito de voto das mulheres e finalmente conseguiram algumas vitórias nos estados de Wyoming (em 1869) do Colorado (em 1893), no Utah e em Idaho (1896) e em Washington (em 1910). Só em 1919, com a aprovação da Décima Nona Emenda à Constituição dos Estados Unidos é que as mulheres conseguiam o direito ao voto em todos os estados.

No Reino Unido, as sufragistas também faziam campanha pelo voto feminino. Em 1903, sob a liderança de Emmeline Pankhurst, foi criada a União Política e Social das Mulheres, a WSPU, com o objetivo de pressionar o parlamento e despertar a opinião pública para o direito do voto feminino. As sufragistas angariavam dinheiro para financiar a impressão de jornais e panfletos, para partilhar o seu movimento e defender a sua causa. Finalmente, em 1928, o direito ao voto foi permitido a todas as mulheres acima de 21 anos.

Em Portugal, com o virar do século, as feministas deixavam a sua marca. Em 1907, fundaram o Grupo Português de Estudos Feministas, com o objetivo de difundir os ideais da emancipação feminina. Esta associação teve um curto período de existência, mas levou a um dos mais importantes movimentos portugueses: a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP), que reivindicava o direito ao voto, à instrução e educação, ao trabalho, à administração dos bens e à lei do divórcio, com ênfase nos direitos laborais e jurídicos das mulheres. Ainda assim, não conseguiram alcançar o direito ao voto.

A segunda onda do feminismo

A segunda onda do feminismo é o período de atividade feminista entre as décadas de 1960 e 1980. Esta fase do movimento teve início nos Estados Unidos, como reação à domesticidade imposta às mulheres após a Segunda Guerra Mundial, e espalhou-se pelo restante mundo ocidental. Esta fase do movimento ampliou a luta para um leque de questões mais amplo, com igualdades que pretendiam colmatar outros tipos de discriminação, como sexualidade, família, mercado de trabalho e direitos reprodutivos.

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Os estudos e formação de um aluno são extremamente importantes para a sua vida profissional e pode optar por fazer um curso superior na área da história, das letras ou das ciências sociais se tem interesse neste período histórico. | Fonte: Unsplash

Como o local onde esta fase implodiu, não deve ser de surpreender que a maioria dos eventos significativos da segunda onda tenham sucedido nos Estados Unidos. Em 1960, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a pílula contracetiva, que permitia que as mulheres pudessem ter carreiras e vida fora do ambiente familiar, sem ter que correr o risco de uma gravidez indesejada. A famosa “queima de sutiãs”, que seria posteriormente utilizada para estereotipar o feminismo, também ocorreu durante esta onda do movimento, em 1968, durante um protesto do Movimento de Libertação das Mulheres ao concurso Miss América.

Nos países europeus, as mulheres também conseguiam algumas vitórias. Na Suíça, conquistaram o direito de votar em eleições federais em 1971 e no Liechtenstein, em 1984, depois de um referendo. Portugal, por outro lado, estava sob um regime autoritário. Apesar da repressão e censura do regime, continuavam a haver feministas a lutar pela emancipação da mulher. As sufragistas e feministas era perseguidas pelas suas ideologias políticas, e consequentemente presas, mas, sem desistir de lutar pelos seus direitos, recorreram a organizações ou associações que continuavam a desenvolver o seu papel de reivindicação de direitos, como a Associação Feminina Portuguesa Para a Paz (AFPP) e o Movimento Democrático de Mulheres (MDM).

Ainda assim, só após o final da ditadura no país é que conseguiram recuperar os seus direitos.

A terceira onda do feminismo e o futuro do movimento

A terceira onda do feminismo refere-se ao período da década de 1990 e surgiu como resposta ao que as feministas consideravam ser falhas da segunda onda. Tinha como objetivo desafiar aquilo que considerava as definições essencialistas do feminismo feitas pela segunda onda, que colocava demasiado ênfase nas experiências das mulheres brancas de classe média-alta.

Esta onda expandiu a luta feminista para também incluir os obstáculos de grupos diversificados de mulheres com um conjunto de identidades variadas. E, ao contrário da posição das feministas das ondas anteriores, as sufragistas da terceira onda são bastante ambíguas e complexas em relação ao papel das mulheres na pornografia, trabalho sexual e prostituição. O seu objetivo era celebrar o empoderamento e independência da mulher e abandonar a ideologia das mulheres como eternas vítimas, como acontecia até aqui.

Em Portugal, ainda se estava a recuperar do regime fascista que o país tinha vivido nos últimos anos. Mas foram abolidas todas as anteriores restrições baseadas no sexo, permitindo às mulheres o acesso a todas as carreiras profissionais que antes eram proibidas e o direito ao voto universal, assim como variados direitos civis, legais e laborais.

Por este motivo, há quem considere que a igualdade de género já foi alcançada e que novas tentativas de lutar para os direitos das mulheres são irrelevantes e desnecessárias. No entanto, desde a vida social à política, ao mercado de trabalho até o ambiente doméstico, continua a existir desigualdade para as mulheres. A representatividade política ainda deixa muito a desejar e existe uma sub-representação das mulheres nos parlamentos e governos. Da mesma forma, no mercado de trabalho ainda existem poucas mulheres em posições de chefia, especialmente nas grandes empresas. Além disso, a média salarial das mulheres continua menor que a média salarial dos homens no desempenho das mesmas funções.

No ambiente doméstico, o trabalho continua a ser maioritariamente delegado às mulheres, mesmo que trabalhem a tempo inteiro e contribuam financeiramente para as despesas da família. E a violência contra as mulheres marca todos os ambientes que mencionamos, na forma de assédio e violência física e sexual. Como tal, é claro que o feminismo ainda tem muito caminho a percorrer e não nos devemos esquecer disso!

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Catarina

Eterna otimista, com um bichinho por viajar. Apaixonada por literatura e ficção. Metro e meio de pessoa, vivo pelo lema "Though she be but little, she is fierce". Trabalho atualmente como tradutora e redatora freelancer.