Dominar várias línguas é uma capacidade que traz inúmeras vantagens não só a nível pessoal (facilitando as relações com pessoas de outras partes do mundo), como profissional (enriquecendo o currículo e criando mais oportunidades de trabalho). E todas os benefícios de dominar vários idiomas são amplificados quando um deles é o árabe.
Devido à sua complexidade e ao número de falantes nativos que tem, a língua árabe tem cada vez mais influência no panorama mundial e saber falá-la pode ser o passaporte para uma oportunidade de emprego ou uma carreira de sucesso no futuro. Mas decidir aprender árabe é apenas o início e também deve decidir exatamente como vai fazer a aprendizagem.
Se decidir fazê-lo diretamente na cultura árabe, tem muito por onde escolher! Continue a ler para saber mais sobre aprender árabe por imersão numa universidade árabe e como escolher a melhor instituição para ter aulas.
Carreiras possíveis para quem domina o idioma
Dominar várias línguas é sempre uma vantagem, por isso é que os alunos têm aulas de idiomas estrangeiros na escola desde cedo. Mas saber falar um idioma complexo como o árabe (ou seja, saber mais que umas palavras soltas e conhecer a sua gramática) permite ter acesso a outras oportunidades profissionais e uma vantagem sobre os restantes candidatos.
Todas as pessoas que têm interesse na língua árabe, possuem também uma oportunidade única de seguir várias carreiras relacionadas com esse interesse. Existem variadas opções profissionais para quem domina árabe a um nível proficiente (semelhante a um nativo) e outras para quem possui apenas um nível intermédio, como:
- professor de árabe;
- empregado ou gerente num hotel;
- administrativo em escritórios ou empresas que exijam conhecimento de árabe;
- assistente de bordo;
- tradutor técnico ou literário;
- agente de apoio ao cliente;
- revisor de textos na no idioma;
- redator de publicações em árabe;
- designer ou marketeer em empresas árabes;
- trabalhador em organismos ou instituições árabes ou internacionais.
Todas estas razões são válidas para decidir fazer um curso de árabe. Mas mais do que o curso que vai fazer, é essencial que escolha a instituição indicada para aprender, principalmente se o for fazer no estrangeiro! Nem todas as escolas e universidades são indicadas para a aprendizagem que pretende e deve garantir que escolhe uma que seja. Caso contrário, as aulas não terão o sucesso que espera.
Como escolher o país para aprender árabe?
Todas as pessoas que querem aprender árabe por imersão, diretamente com os falantes nativos, têm vários locais por onde escolher! O árabe é o idioma oficial de 22 nações e pode ir ter aulas em qualquer delas, seja na Arábia Saudita, Argélia, Qatar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Somália, Sudão, Síria ou Tunísia.
No entanto, algumas são melhores opções que outras. A verdade é que alguns destes locais não são muito seguros e devem ser evitados, sendo que alguns deles não têm de momento condições para receber estrangeiros. Devido aos conflitos, guerras civis e movimentos de libertação política e social, vários destes países (bem como as regiões fronteiriças) não devem ser uma opção neste momento. Como tal, Líbia, Síria, Iraque, Somália e Iêmen são, infelizmente, nações que deve evitar.
Além disso, também deve ter em conta o contexto cultural do local que escolher. A Arábia Saudita, por exemplo, com um governo fundamentalista e uma sociedade fechada, não tem o melhor registo de respeitar os direitos humanos e liberdades básicas. O mesmo se pode dizer sobre algumas questões do Qatar. No Egito existe sempre o risco de violência ou ataques terroristas perpetrados por extremistas islâmicos. É importante que tenha noção de todas estas questões que ocorrem ou podem acontecer nestes locais antes de escolher para onde vai.
Por outro lado, também é importante que não se deixe levar por certos preconceitos e ideias mal concebidas. A verdade é que muitos países árabes têm má reputação, mas a maioria da população é extremamente acolhedora e prestável com os cidadãos estrangeiros.
Como tal, antes de escolher ir aprender árabe para o Qatar, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, o Líbano, a Jordânia ou Marrocos, perceba se é seguro fazê-lo e que tipo de condições vai encontrar. O Portal das Comunidades Portuguesas fornece informações sobre cada nação e se aconselham a que se desloque lá.
Critérios a considerar para escolher a universidade ideal
Depois de escolher para onde vai, tem que escolher a instituição de ensino onde vai aprender árabe. Para escolher a instituição ideal, deve ter em conta uma série de fatores diferentes, incluindo os seus objetivos e exatamente o que quer aprender. Quer apenas fazer um curso intensivo de árabe? Quer utilizar a oportunidade para adquirir um diploma superior numa área específica? Tudo isto influencia a escolha.
Além disso, deve ponderar ainda os seguintes critérios:
- o seu nível de proficiência na língua (as aulas serão dadas em árabe?);
- o tipo de formação que quer fazer;
- o dialeto de árabe que quer dominar;
- o orçamento que tem para gastar;
- o valor das propinas na instituição;
- o custo de vida local.
Em alguns casos poderá ser necessário fazer cursos intensivos para ter o nível de árabe necessário antes da inscrição. Tudo depende dos seus objetivos e das aulas que quiser fazer. Pesquise informação sobre os cursos em que tem interesse e se existem bolsas que possam ajudar com os custos. Acima de tudo, deve verificar se a instituição é reconhecida. Se tiver dúvidas pode contactar as embaixadas e consulados desses países em Portugal.
Despois de escolher a instituição, informe-se sobre os documentos de que necessita para a inscrição e como deve fazer para que o seu grau académico seja reconhecido internacional. As regras para o reconhecimento dependem da legislação de cada país. Regra geral, é pedida a validação e reconhecimento do certificado de habilitações, diploma ou certidão de registos académicos.
As melhores universidades dos países árabes
Para que possa fazer uma escolha mais educada, deixamos aqui algumas dicas e informações sobre as universidades mais bem qualificadas (de acordo com a QS World University Rankings) e a oferta de cursos que possuem.
Universidade King Abdulaziz
A Universidade King Abdulaziz é um caso raro de uma instituição de ensino privada que foi transformada em instituição pública. Foi inicialmente fundada por um grupo de empresários mas, em 1974, foi convertida em universidade pública. Esta universidade da Arábia Saudita é considerada a melhor do Médio Oriente.
Está dividida entre 19 faculdades e 13 centros de pesquisa (predominantemente nas áreas da medicina, meio-ambiente, energia e alterações climáticas). Tem um corpo docente formado por aproximadamente 83 mil alunos e grande parte deles são proveniente de outros países.
Universidade de Petróleo e Minerais King Fahd
Esta instituição pública possui os melhores programas nas áreas de ciências, engenharia, negócios e gestão em toda a Arábia Saudita. Foi fundada em 1963 e tem cerca de 10 mil estudantes inscritos. A universidade é dividida numa escola de negócios, a KFUPM Business School (KBS), e seis faculdades: Engenharia de Petróleo e Geociências; Ciências de Engenharia e Engenharia Aplicada; Ciência da Computação e Engenharia; Ciências; Design Ambiental e Estudos Gerais.
Universidade de Khalifa
Esta universidade possui um campus principal em Abu Dhabi e um campus satélite em Sharja, nos EAU. É a universidade mais nova da lista, só tendo sido fundada em 2007 a partir da fusão de outras instituições, mas ocupa o terceiro lugar das melhores universidades do Médio Oriente. Com um corpo docente altamente internacionalizado, os cerca de 3500 alunos da universidade podem escolher entre 12 programas de licenciatura, 14 programas de mestrado e 1 de doutoramento.
Universidade Americana de Beirute
Fundada em 1866, a Universidade Americana de Beirute (AUB) no Líbano é a instituição mais antiga do Médio Oriente. Possui 141 programas diferentes de licenciatura, mestrado e doutoramento num campus formado por 64 prédios, com dormitórios, museus, bibliotecas e até um hospital.
A língua oficial da universidade é o inglês e aproximadamente 1/5 dos estudantes que a frequentam possuem outras nacionalidades. Os diplomas concedidos pela universidade são registrados pela Universidade Estadual de Nova York, o sistema de faculdades e universidades públicas dos EUA.
Universidade do Qatar
Na Universidade do Qatar, os estudantes podem optar por cursos com aulas em inglês (nas áreas da engenharia, ciências naturais e negócios) e em árabe (nas áreas da educação, artes e ciências sociais). Ao todo, a instituição tem 10 faculdades diferentes, incluindo uma dedicada exclusivamente aos estudos islâmicos, e os cerca de 8 mil estudantes distribuem-se entre elas.
Devido à cultura, a instituição possui faculdades distintas para homens e para mulheres que, representando 70% do corpo estudantil da universidade, têm salas de aula exclusivas. Além disso, a universidade conta com representantes de 52 nacionalidades no seu corpo estudantil.
Universidade dos Emirados Árabes Unidos
Fundada em 1976, esta universidade é a mais antiga e uma das três instituições públicas de ensino superior dos EAU. É conhecida nacionalmente por formar os principais líderes dos Emirados, entre diplomatas, oficiais de governo, ministros e empresários. Tem cerca de 15 mil alunos e 25% da população estudantil da instituição é composta por cidadãos estrangeiros. Ao contrário das outras universidades referidas até agora, esta instituição não possui um campus único, mas sim 6 mais pequenos espalhados pela cidade!
Claro que pode viajar para o estrangeiro sem ter que optar por uma das formações que as universidades locais oferecem, mas não o aconselhamos. Se o objetivo é aprender árabe, deve garantir que tem o apoio necessário para dominar a gramática e o vocabulário. Ter um professor qualificado é essencial. Também poderia fazer aulas de árabe particulares, mas estando fora de Portugal pode ser mais difícil encontrar um professor particular indicado. Como tal, recomendamos que recorra a uma instituição verificada. Vai dominar a língua na comunicação diária sim, mas não descuide as aulas!
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