Pode abandonar tudo, mas nunca abandone as aulas de piano. - Alicia Keys
Começou a fazer aulas de piano online ou com um professor particular e está apaixonado pelo instrumento? Fique descansado em saber que várias pessoas que começam um curso de piano passam pela mesma situação, independente de serem pianistas natos ou alunos que sonham em tocar bem, mas que precisam de se esforçar bastante!
O piano é, sem dúvida, um dos instrumentos mais conhecidos no mundo. É também considerado um dos mais completos, porque abrange um grande número de sons graves e agudos. Mas se pesquisar sobre o instrumento, provavelmente vai se deparar, num momento ou outro, com o cravo. Não, não nos estamos a referir à flor ou aquele pontinho preto que aparece na nossa pele, mas sim do instrumento de teclas e cordas.
Tem uma estrutura muito parecida com a do piano, mas o cravo produz um som bem distinto. Ao contrário do piano, que é um instrumento de cordas percutidas, o cravo pertence ao grupo das cordas pinçadas, ou seja, instrumentos que geram os sons ao tocar ou beliscar uma corda. Mas, à primeira vez, podem parecer muito semelhantes, principalmente para um aluno iniciante.
Neste caso, podem existir muitas dúvidas, como: qual é a relação histórica entre piano e cravo? Quais são as diferenças entre os dois instrumentos? Como reconhecer a peculiaridade dos sons de cada um deles? Estas são apenas algumas das perguntas que podem ter passado pela sua cabeça depois de ler esta breve introdução!
Pois bem, para ajudar a Superprof desenvolveu este artigo, especialmente para esclarecer as suas dúvidas em relação a estes dois instrumentos de teclas e de cordas! Temos certeza que depois desta leitura, vai ficar ainda mais apaixonado pelas suas aulas de piano!
História do piano e do cravo
Antes de passarmos para as diferenças específicas entre estes dois instrumentos, vejamos primeiro um pouco da sua história e como se desenvolveram.
O pianoforte: o início do piano que conhecemos hoje em dia
Tudo começou com Bartolomeo Cristofori, que inventou o primeiro instrumento de teclado: o clavicorde, ou “gravecembalo col piano e forte” em italiano. Cristofori fabricou vinte modelos deste instrumento ao longo da sua vida. O conceito foi retomado e melhorado em 1770 pelo alemão Gottfried Silbermann, que melhorou os planos e o processo de batidas de martelo.

O pianoforte, como era conhecido na altura, passa por muitas melhorias: tudo para permitir que os pianistas da época emitissem um som mais poderoso e com mais capacidades expressivas.
O cravo: um instrumento que "belisca" as cordas
Não podemos confundir o pianoforte com o cravo. O cravo não pode ser considerado um antepassado do piano por dois motivos:
Foi criado depois.
Não possui as mesmas características técnicas.
Além disso, o cravo não alcançou o mesmo sucesso que o piano. A maior prova disso é que toda a gente já escutou uma peça de piano pelo menos uma vez na vida, mas muitas pessoas nem sabem sequer que existe um instrumento chamado cravo!
O cravo mais antigo, completo e ainda preservado, veio da Itália e é datado de 1521. Mas estes antigos instrumentos italianos não dão qualquer pista sobre a origem do cravo, já que apresentam uma forma já bastante aperfeiçoada do instrumento. Com o passar do tempo, foram contruídos instrumentos maiores e mais elaborados, principalmente por Bartolomeo Cristofori.
Os fabricantes italianos do cravo construíram instrumentos de manuseio simples (um único teclado), com construção leve e relativamente pouca tensão nas cordas. Esta versão do cravo sobreviveu entre os fabricantes italianos durante séculos, com muito pouca alteração.
Os cravos antigos italianos produziam sons que são considerados agradáveis, mas discretos quanto ao tom. Eram, por isso, considerados apropriados para o acompanhamento de cantores ou outros instrumentos.
O cravo atingiu o seu apogeu durante o período do Barroco (entre 1600 e 1750, aproximadamente). De acordo com a história da música, esta foi a época em que foi mais utilizado, incluindo em grandes composições de famosos compositores como Johan Sebastian Bach.
Era frequentemente utilizado para música de câmara e de orquestra, sendo também tocado durante peças de teatro. Mozart, por exemplo, utilizou o instrumento em recitais até 1791, como em La Clemenza di Tito.
Além do órgão, o cravo também era utilizado nas igrejas, nas cantatas e oratórios. Com o surgimento do Romantismo, o cravo começou a ser menos utilizado, porque não correspondia aos novos ideais estéticos que apareciam na época.
Quando o piano se tornou mais famoso que o cravo
Durante o ápice do seu desenvolvimento, o cravo acabou por perder território para o piano, que se tornou o favorito entre os músicos que tocavam instrumentos de teclas e cordas. O piano evoluiu rapidamente, o que resultou numa diminuição gradual dos fabricantes de cravo. Consequentemente, os músicos também passaram a se dedicar mais à aprendizagem e ao emprego do piano nas suas composições, em detrimento do cravo.
E graças à Revolução Industrial, o progresso do pianoforte superou as expectativas dos virtuoses da época. Na época foi possível:
- Trabalhar uma maior precisão de som;
- Aprimorar o toque do teclado com teclas mais flexíveis;
- Produzir cordas de aço de alta qualidade, mais resistentes e mais precisas.
Pianoforte versus piano
Falamos muito em pianoforte até aqui, o que leva à pergunta que não se quer calar: um pianoforte e um piano são a mesma coisa? A resposta é sim. A verdade é que piano é simplesmente um nome abreviado para o que, em geral, se originou na Itália com o nome de pianoforte.
De acordo com o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, (e como já mencionamos acima) o pianoforte foi inventado por Bartolomeo Cristofori em 1700. O construtor estava encarregado de construir e cuidar dos cravos pertencentes à corte florentina do Grande Príncipe Ferdinando de 'Medici. "O poeta e jornalista Scipione Maffei, na sua descrição entusiástica de 1711, nomeou o instrumento de Cristofori como 'gravicembalo col piano, e forte' ('cravo com som suave e barulhento'), a primeira vez que foi chamado pelo seu nome eventual, pianoforte," relata o site do museu.

O instrumento que Cristofori inventou foi descrito como "semelhante a um cravo (...) com martelos e amortecedores, dois teclados e uma faixa de quatro oitavas". A ação do seu piano foi “altamente complexa e, portanto, cara, fazendo com que muitos de seus recursos fossem abandonados pelos fabricantes subsequentes do século XVIII, e, então, gradualmente reinventado e reincorporado nas décadas posteriores.” O verdadeiro precursor do piano, no entanto, é o dulcimer, que apareceu antes do cravo.
Existem três pianofortes Cristofori conhecidos nos dias de hoje, e o mais antigo reside na coleção do Museu Metropolitano de Nova Iorque. Dá para imaginar, portanto, o quão valorizados estes objetos são atualmente!
Atualmente, o termo pianoforte é, frequentemente, usado para descrever pianos antigos marcados como tais.
Desenvolvimento do piano na Alemanha
Foi em 1853, na Alemanha que a marca Blüthner conseguiu desenvolver os aspetos técnicos e estéticos dos seus pianos, tornando-os robustos e poderosos. A Blüthner patenteou 4 melhorias nos seus modelos e diversificou a sua oferta, deixando a sua marca na história do piano.
Em 1915, o piano padrão da marca alemã tinha as seguintes características:
- 2 metros e 15 centímetros de comprimento;
- Peso de 300 kg;
- Som que cobria 5 oitavas.
As outras empresas foram obrigadas a acompanhar a onda, já que estavam atrasadas nessas inovações.
Nascimento do piano moderno
Na segunda metade do século XIX, mais precisamente em 1885, existiam mais de 20 marcas de fabricantes de piano. Foi durante esta época que nasceu o piano moderno que conhecemos hoje. No entanto, só no início do século XX é que o piano conseguiu combinar poder, beleza e a sonoridade perfeita.
A prática do piano também se difundiu com a conquista e o domínio de novas regiões por grandes potências europeias. O piano chegou aos Estados Unidos na segunda metade do século XIX, com a criação de duas empresas: Steinway e Grodrian. Como em muitas outras áreas, os EUA rapidamente se tornaram líderes mundiais no fabrico do instrumento, permanecendo assim até os dias hoje. Para ter uma ideia, mais de 200 fábricas e mais de 870 patentes foram registadas no país ao longo dos últimos cem anos!
Já o Japão entrou no mercado relativamente tarde, com a famosa e mundialmente conhecida marca Yamaha, que foi criada em 1900.
O piano no século XXI
O piano entrou no século XX e passou a integrar as novas tecnologias. Sendo assim, hoje em dia, em pleno século XXI, podemos encontrar todos os tipos de pianos possíveis e imagináveis. Os pianos verticais popularizaram-se e os pianos elétricos de todos os tipos revelaram-se equipamentos multifuncionais de alta qualidade. Aliás, estes últimos podem perfeitamente substituir os pesados e volumosos pianos verticais ou de cauda!
Aprender piano: diferenças entre piano e cravo
Existe muita confusão quando falamos de piano, cravo e órgão. O piano e o cravo, por exemplo são instrumentos de cordas. Ambos se opõem ao órgão, que não possui cordas. O mecanismo de funcionamento do órgão requer a passagem de ar por tubos, e cada um deles produz um timbre diferente.

Já o piano possui cordas e, para as vibrar, é preciso pressionar as teclas. É esta vibração que gera o som. Este mecanismo de funcionamento é mecânico: o martelo gera um impacto nas cordas, de cada vez que o pianista pressiona uma tecla. Além disso, é possível controlar a intensidade e força com a qual cada corda é percutida.
Fisicamente, na parte exterior, a diferença do cravo em relação ao piano é o facto do primeiro não possuir pedais. Já para não mencionar que o cravo é bem menor e parece ser bastante mais frágil que o seu oponente. Além disso, as teclas do cravo são mais finas que as do piano.
Mas a maior diferença entre cravo e piano diz respeito ao mecanismo de funcionamento. No cravo, em vez de serem marteladas, as cordas são “pinçadas” (para ter uma ideia, imagine a forma como beliscamos as cordas de uma harpa ou de um violão). Com este mecanismo, não é possível o cravista ter controlo da intensidade e da força dos sons emitidos. Por este motivo, o som do cravo é sempre o mesmo, independentemente do pressionar as teclas. É exatamente por esta razão que o cravo produz um som muito característico ao ser tocado por um músico especialista no instrumento.
O piano por dentro
Quando começamos a tocar um instrumento, independentemente de qualquer seja, ficamos sempre intrigados em saber como funciona. Isto porque saber qual é o seu funcionamento ajuda a compreender como o som é produzido, e isto contribui para a nossa aprendizagem.
Como funciona um piano?
Se está a fazer aulas de piano, é provável que o professor já tenha explicado como o instrumento opera a partir do momento em que uma tecla é pressionada. Mas, para quem não sabe, vamos ver mais pormenores sobre o seu funcionamento.
Teclas e cordas
Dentro do instrumento existe um prolongamento da tecla, que forma uma espécie de alavanca. Quando a tecla está em repouso, o martelo permanece baixado. Quando a tecla é pressionada, o seu prolongamento sobe e o martelo atinge uma corda, que vibra e produz o som.
Em geral, um piano possui 88 teclas, além dos famosos pedais, que servem para prolongar, suavizar e até abafar a vibração das cordas.
Se o pianista bater com força na tecla, o martelo atinge a corda com força, gerando um som mais intenso.
Pedais
Os pianos possuem, geralmente, entre dois a três pedais, que são componentes muito importantes para tocar peças. O pedal da direita é o que permite que as cordas vibrem livremente, dando uma sensação de prolongamento do som. Permite ainda a execução de uma técnica chamada legato, que faz com que o som das notas sucessivas pareça contínuo.
Tipos de piano
Além da composição, também deve conhecer os diferentes estilos e modelos deste instrumento musical.
Piano de cauda
O piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas horizontalmente. Necessita, por isso, de um grande espaço, porque é bastante volumoso. Adequado para salas de concerto com tetos altos e boa acústica, pode ser encontrado em diversos modelos e tamanhos, que variam entre 1,8 e 3 metros de comprimento e pesam à volta de 620 quilos.
Piano vertical
O piano vertical tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em metal ou madeira. Esta estrutura faz com que os martelos não beneficiem da força da gravidade.
Piano digital
O piano digital, consegue guardar numa memória os sons que são reproduzidos. O piano digital é diferente dos teclados digitais, porque simula a sensação das teclas do piano acústico, além de simular a estrutura externa de um piano.
Apesar da sua estrutura semelhante com os pianos acústicos, no que diz respeito ao som e às teclas, a versão digital possui vantagens como a capacidade de alterar o volume do som emitido e também permitir utilização de fones de ouvido. Se tiver vizinhos que não sejam muito compreensíveis e tiver começado a fazer curso de piano em que precisa de repetir a mesma nota milhares de vezes, então um piano acústico com fones de ouvido pode ser a melhor opção! É, na verdade, o modelo ideal para os iniciantes na arte de tocar piano!
O cravo por dentro
Como não vemos muitos cravos hoje em dia, pode ser difícil imaginar como seria o instrumento por dentro. Já sabemos que possui teclas e cordas como o piano e que estas não funcionam necessariamente como o instrumento que originou do pianoforte. E claro, tal como o piano, entender o funcionamento e a estrutura interna de uma cravo contribui para a aprendizagem deste instrumento tão pouco familiar aos jovens portugueses.
Como funciona um cravo?
O prolongamento da tecla também existe no cravo. A diferença é que não existe um mecanismo para martelar as cordas. O som é produzido por pequenas unhas de plástico (o plectro), que se assemelham às palhetas de uma guitarra. Estão montadas em peças chamadas saltadores e, à medida que o teclado é acionado (pressão nas teclas), estas peças sobem, levando a unha de plástico a beliscar a corda. Sendo assim:
- O plectro belisca a corda, fazendo-a vibrar, e volta à posição original;
- O saltador é uma peça de madeira, fina e retangular, que assenta sobre a extremidade final da tecla. É mantida no lugar por duas guias (superior e inferior) que são duas peças de madeira longas com furos através dos quais passam os saltadores;
- O contato entre o plectro e corda acaba aí, não importando a força aplicada na tecla!
Um cravo pode ter entre uma a três cordas por nota (e algumas vezes, até mesmo mais). Em geral, uma corda é afinada a quatro pés, ou seja, uma oitava acima do fundamental. Quando existem dois coros de oito pés, um deles tem o ponto de vibração próximo ao cavalete, o que cria uma tonalidade mais "nasal" e enfatiza as harmonias superiores.
Tipos de cravo
Tal como anteriormente, também deve conhecer os diferentes modelos disponíveis.
Virginal
O virginal é um cravo pequeno de forma retangular, que se parece com um clavicórdio. Possui apenas uma corda para cada nota fixada paralelamente ao teclado, no lado comprido da caixa.
Espineta
Um cravo com o conjunto de cordas inclinado num ângulo (geralmente de cerca de 30º) em relação ao teclado é chamado espineta. Neste tipo de cravo, as cordas estão muito próximas, o que impede que os saltadores sejam posicionados entre elas na forma normal. Em vez disso, são dispostas em pares, com os saltadores colocados no espaço maior entre elas. Os saltadores são instalados com as faces voltadas para direções opostas, beliscando as cordas adjacentes a este espaço.
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