Os exames nacionais a realizar são estipulados pela área que cada um escolhe após terminar o 9º ano. Mas independentemente de ser da área de Humanidades, Ciências ou Artes, o exame de português do 12º ano é obrigatório para todos.
E sendo a prova principal, sabemos que pode ser a maior dor de cabeça para muitos dos jovens portugueses. Conseguimos entender porquê, os enunciados das provas são longas, as questões são complexas e sujeitas à forma de interpretar de cada um e o que tem que estudar engloba muitas obras, temas e conceitos gramaticais.
Isso implica que faça uma boa preparação prévia, porque ao contrário dos cursos de química, matemática ou história, pode ser mais difícil saber aquilo que deve rever antes do exame português. Com um grande foco nas capacidades de leitura e compreensão do aluno, existem conteúdos básicos que estarão obrigatoriamente presentes nas perguntas do exame.
Por esse motivo, e para diminuir a ansiedade que se sente enquanto se prepara para os exames, criamos uma lista com as matérias e conceitos principais do programa de português da escola para que possa organizar o seu estudo e conseguir alcançar a nota desejada.
A estrutura dos exames nacionais de português
A melhor forma de se preparar de forma correta para os exames de portugues, é saber qual é a sua estrutura. A prova está dividida em três grupos, grupo I, grupo II e grupo III, e cada um testa uma parte do conteúdo.

O grupo I está dividido em três partes, A, B e C e foca-se principalmente na interpretação e leitura de textos. As partes A e B são compostas por excertos de texto, que o estudante tem que ler, analisar e interpretar para responder às questões e exercícios que são colocados sobre os mesmos. Os exemplos que terá que interpretar podem ser um pequeno excerto de obras completas ou até mesmo poemas contemporâneos. A parte C requer uma breve exposição sobre uma outra obra, com introdução, desenvolvimento com crítica e conclusão.
O grupo II também contempla excertos de textos mas nesta fase o intuito não é interpretar e analisar dos mesmos, mas sim testar a gramática e o conhecimento dos estudantes do conteúdo gramatical. O grupo III pede que escrevam um texto estruturado sobre um assunto ou uma descrição de uma imagem. Este deve ter entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras e pretende avaliar a escrita e o sentido crítico.
A prova tem a duração de 120 minutos, e uma tolerância de 30, perfazendo duas hora e meia na totalidade, para responder e verificar todas as respostas.
Aproveitamos também para relembrar que o uso de telemóveis e outros aparelhos eletrónicos é estritamente proibido durante a realização dos exames nacionais, portanto se for possível evite levá-lo consigo!
Descubra como pode ter melhor nota no exame de português.
As matérias que saem no exame de português
Nunca é possível prever exatamente aquilo que irá sair num exame nacional, seja ele de português ou de outra disciplina qualquer. No entanto, como a matéria dada pelos professores em cada aula segue um plano estruturado pelo Ministério da Educação, podemos pelo menos enumerar aquilo que pode ser questionado. Mas vamos por partes, porque a interpretação e leitura de textos é apenas um terço do conteúdo do que é avaliado e o restante também é muito importante.
Uma parte importante é a gramática e a componente gramatical que é estudada por todos os alunos. Deve fazer revisão da sintaxe das frases, a sua composição, os sujeitos, os verbos, os pronomes, os advérbios e todos os outros componentes que são testados nos exames, uma vez que a componente nominal e verbal tem muita importância. De certeza que terá feito muitos exercícios durante as aulas de português online é esse tipo de conteúdo que pode antecipar. No exame tem a grande vantagem de que a maioria das questões de gramática são de escolha múltipla.
Além disso será também testada a capacidade de criar um texto crítico e expositivo sobre um tema relacionado com as obras que foram estudados pelos alunos ou sobre uma imagem que desperte o pensamento crítico, em poucas palavras. Este pode ser um relato de uma viagem, um artigo de divulgação científica, uma entrada de diário, um livro de memórias, uma exposição, uma apreciação crítica ou até mesmo uma pequena reportagem, mas regra geral é um texto ou artigo de opinião.
Quanto à parte da interpretação existem algumas obras que são estudadas no programa curricular e que são de caráter obrigatório. São várias e sabemos que não irão sair todas no enunciado, mas é sempre uma boa ideia revê-las a todas atempadamente para que tenha certeza que sabe pelo menos os pontos principais de cada uma. São elas:
- Fernão Lopes, Crónica de D. João I;
- Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira ou o Auto da Feira;
- Luís de Camões, Os Lusíadas ou rimas variadas;
- Padre António Vieira, O Sermão de Santo António aos peixes;
- Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa:
- Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra:
- Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição;
- Eça de Queirós, Os Maias;
- Cesário Verde, Cânticos de Realismo;
- Fernando Pessoa, A Mensagem e poesia de ortónimo e heterónimos (Alberto Caeiro Ricardo Reis e Alberto Campos);
- Eugénio de Andrade, Miguel Torga, Alexandre O'Neill e Manuel Alegre, poesia contemporânea;
- José Saramago, Memorial do Convento.

Saiba o que deve evitar fazer no exame da nossa língua materna.
Preparação para a interpretação de texto e gramática
Mencionamos anteriormente que parte do que é avaliado é interpretação e leitura de texto, por isso é importante que se prepare com antecedência para essa parte da prova. Na verdade, preparar-se para interpretar e ler o excerto escolhido poderá ser tão fácil como para a gramática e muito mais simples do que preparar para o grupo da redação.
A gramática obriga à memorização de muitas regras e conceitos, incluindo os tipos de conjunções, advérbios e nomes. Não pode fugir à estrutura de sujeito, predicado e complementos, e terá que os saber distinguir a todos. E é importante que domine estes conceitos não só para responder às questões gramaticais específicas, mas também para todas as restantes, uma vez que é a gramática que determina as regras para o uso da língua e deve utilizá-la corretamente em todas as respostas que der.
Por isso, deve fazer a revisão de todo o conteúdo gramatical, nominal e verbal de forma a saber reconhecer todos os elementos da sintaxe (sujeito, predicado e complementos), as classes de palavras, os nomes, os verbos e os advérbios, além de conhecer as diferentes figuras de linguagem que podem ser utilizadas.
Por outro lado, interpretar um excerto é algo mais pessoal, onde cada estudante pode ter uma opinião diferente, mesmo que cada obra seja discutida ao pormenor durante as aulas. Isto quer dizer que cada estudante poderá ter uma ideia daquilo que é a opinião geral sobre os excertos que são estudados e o significado figurativo de certas palavras e expressões portuguesas. Além disso, tem acesso a centenas de recursos e resumos de cada livro ou autor que pode utilizar para a sua revisão das temáticas mais comuns.
Acima de tudo, é importante que se lembre que as respostas às questões são sempre avaliadas por critérios e não existe uma resposta certa ou errada.
Cada pessoa tem uma forma diferente de se expressar, mas desde que demonstre o seu conhecimento sobre as temáticas e pontos de vista exprimidos na obra terá pelo menos alguns pontos atribuídos.
Preparação para o artigo de opinião dos exames de português
Ao contrário do que acontece com os dois grupos mencionados anteriormente, pode ser mais difícil preparar-se para o grupo onde tem que criar um artigo argumentativo. Aqui não existe matéria, regras ou textos específicos a analisar, ainda que por vezes o tema esteja interligado com a temática principal de um dos livros estudados no programa. No entanto, isto não quer dizer que não seja possível preparar-se com antecedência para este grupo, principalmente se for um dos alunos que sente dificuldade em pensar em algo para escrever na altura.

No mesmo esquema das restantes questões, pode ver enunciados dos anos anteriores para perceber que tipos de texto são normalmente pedidos aos estudantes. Este exercício permite que tenha uma ideia daquilo que lhe pode ser pedido e pode praticar respondendo a essas propostas.
Também pode ler artigos de opinião em jornais ou blogs onde normalmente se expõe críticas a um problema social ou político de forma implícita e breve. Estes artigos permitem tirar ideias sobre as formas de abordar um tema e expor as suas ideias de forma argumentativa e clara.
Depois, basta treinar o máximo possível. Pode escrever pequenos textos sobre temáticas da atualidade, descrições de imagens ou até mesmo artigos inspirados numa situação que viveu. Este treino ajuda a que se sinta mais à vontade no momento do exame e que não fique muito tempo bloqueado a pensar no que poderá escrever.
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Critérios de correção dos exames nacionais de português
Os critérios de correção são a fórmula que os examinadores utilizam para determinar quantos pontos vale a resposta de cada estudante a todas as questões do enunciado. Os valores atribuídos a cada questão são somados para chegar à nota final, entre 0 e 20 valores. Os critérios de correção são elaborados por examinadores e membros do Instituto de Avaliação Educativa, ou IAVE, o instituto do ministério da educação responsável pela avaliação dos conhecimentos dos estudantes do ensino básico e secundário.

São estes critérios que permitem estabelecer quais são as informações necessárias que cada aluno deve referir ao responder às perguntas e como pontuar quando existem informações ou detalhes em falta. São eles que determinam quais são as respostas corretas, no caso da gramática, e que conteúdo considerar mais ou menos correto, no caso da interpretação de texto, de forma a pontuá-los corretamente.
No caso da redação, são avaliados dois parâmetros distintos: a estruturação temática e a correção linguística. Na estrutura temática são avaliadas vários itens: o formato do conteúdo, o tema e a pertinência da informação e a organização e coesão textuais. São dados mais valores sempre que o estudante escrever um artigo de acordo com o género ou formato solicitado, se seguir a temática sem desvios e com argumentos eficazes e se o seu artigo estiver bem organizado e coeso. Sempre que essas características não estejam presentes, o aluno perde pontos.
Na correção linguística é desvalorizado um ponto cada vez que o estudante dá um erro de pontuação, de ortografia, construção verbal (acentuação ou uso indevido de minúscula ou maiúscula), de morfologia ou não faz citação ou referência a uma obra, e de dois pontos num erro da sintaxe ou impropriedade lexical.
Também são desvalorizados pontos cada vez que não são respeitados os limites de palavras.
Por cada palavra a mais ou menos é descontado um ponto, até ao máximo de 5 pontos na totalidade. Se a sua extensão for inferior a 80 palavras, a redação é classificada com 0 pontos. Nestes casos é importante lembrar que palavras ligadas por hífen contam apenas por uma. Tenha estes detalhes sempre em mente quando estiver a fazer a sua preparação para os exames!
Como cobrir toda a matéria do programa de português
Independentemente de sentir mais dificuldade com a leitura e interpretação de textos, com todas as componentes da gramática, a verbal e a nominal, ou com o facto de ter que criar uma redação no momento, é importante que reveja e que se prepara para todos os aspetos do exame.
Agora que já tem uma ideia de quais são as obras que podem estar presentes no exame, já sabe quais são os livros e os autores que deve incluir no seu plano de estudo. Os conceitos gramaticais também não são novidades, aprendemos a estrutura de sujeito + predicado + complemento desde o início do estudo da língua portuguesa na escola. Ainda que não seja possível determinar com antecedência o tema da redação, tal como mencionamos pode sempre treinar a sua escrita de forma a estar mais bem preparado no dia D.
Além disso, existem várias formas de fazer a revisão de todos os conceitos de forma a garantir que tem o melhor resultado possível na prova. Com os conteúdos que mencionamos neste artigo, pode fazer uma lista daqueles com maior probabilidade de estarem presentes no enunciado. Já sabe quais são os livros, obras literárias e compilações de poemas que têm caráter obrigatório e são esses que tem que rever e deve garantir que inclui no plano de estudo.
Também pode analisar os enunciados dos anos anteriores, de forma a perceber qual é o tipo de questões que se colocam normalmente nos exames. Os professores incentivam esta prática com a análise de enunciados e critérios de correção antigos no decorrer de uma ou outra aula, para que os alunos possam ver aquilo que os espera no futuro. Ao completar estes enunciados, fica ainda com uma uma ideia do resultado que teria.
Por último, deve realizar muitos exercícios, como forma de perceber se os conteúdos foram assimilados corretamente ou não. Os exercícios são um grande aliado para a gramática, mas também para a interpretação textual, e deve utilizá-los para perceber quais são as dúvidas que persistem e aquilo onde está a errar. Utilize este método para poder pedir esclarecimentos sobre todas as matérias onde ainda tem dificuldades.
Como em tudo na vida sabemos que falar é fácil, mas na verdade nem sempre é simples passar da teoria à prática. E naquilo que se refere ao estudo para um exame, é preciso ir mais além do que simplesmente rever as matérias. Porque aquilo que é avaliado nas questões a que vai responder não é só a retenção do conhecimento de cada aluno, mas também as competências que foram desenvolvidas durante o ano e o curso escolar e que são essenciais para o resto da vida.
As competências são essenciais no desenvolvimento de um aluno e fazem também parte daquilo se aprende na escola junto com as matérias. Falamos de:
- Ter pensamento crítico e saber analisar uma situação;
- Conseguir criar estratégias de argumentação de forma sustentar a sua opinião;
- Conseguir argumentar sobre pontos de vistas diferentes em variados temas;
- Analisar informações de acordo com os textos e a intenção em que são utilizadas.

Isto é possível porque durante as aulas o professor ensina a analisar a função da linguagem em cada texto, a analisar e interpretar recursos da linguagem, a identificar recursos verbais e não-verbais para expressar o nosso ponto de vista, a identificar o objetivo dos textos e o seu público-alvo, a utilizar a língua portuguesa em diferentes tipos de comunicação e também a identificar as marcas de variação linguística.
Portanto, sempre que estiver a rever as suas notas sobre como interpretar as obras estudadas ou como estruturar as suas opiniões na redação argumentativa, estará também a desenvolver o seu sentido crítico e a sua capacidade de análise. Por isso, mesmo que pense que tem muita coisa para estudar, lembre-se que a grande vantagem da nossa língua é que todas as áreas estão interligadas. Ao ler o excerto de uma obra para analisar o ponto de vista do autor, está ao mesmo tempo a aprender a composição gramatical e a ganhar conhecimento sobre como expressar uma opinião em subtexto.
Se mesmo assim sentir que precisa de ajuda para as suas dúvidas mais persistentes, pode sempre optar por ter explicações de português com um professor particular, como os que encontra na plataforma virtual da Superprof. Desta forma terá não só acesso a informações, exercícios e material que não teria disponível de outra forma, mas também poderá escolher a carga horária de cada aula, os dias em quer ter as explicações e até mesmo se são de forma presencial ou online.
Por isso de que está à espera para começar a fazer a sua revisão da matéria de português? Com acesso a tantos recursos e material, tanto físicos como online (devido ao acesso à internet), e sabendo que pode obter ajuda de um professor fora da escola, não há razões para adiar mais!
Este site ajudou-me muito a organizar os meus estudos.