A segurança alimentar é um pilar fundamental para a saúde pública e para a confiança dos consumidores nos alimentos que consomem. Ao longo das últimas décadas, um sistema tornou-se referência mundial para garantir que os produtos alimentares são seguros: o HACCP. Este conjunto de princípios e procedimentos é aplicado pelas empresas do setor alimentar, desde a produção primária até ao consumo final, com o objetivo de identificar, avaliar e controlar perigos que possam comprometer a integridade dos alimentos.

Se tem interesse na área da culinária, continue a ler para descobrir exatamente o que é o HACCP, como funciona realmente e porque é indispensável para a indústria e para a população em geral!

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O que significa HACCP?

HACCP é a abreviação de "Hazard Analysis and Critical Control Points", que em português se traduz como Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos.

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Ter um certificado HACCP é essencial para uma organização ou restaurante funcionar de forma correta. | Fonte: Pexels

Cada palavra da sigla refere-se a uma coisa específica:

  • Hazard (Perigo): qualquer agente biológico, químico ou físico presente nos alimentos que possa causar efeitos adversos;
  • Analysis (Análise): o processo de identificar e avaliar esses perigos;
  • Critical Control Points (Pontos Críticos de Controlo ou PCCs): as etapas ou medidas específicas onde é possível controlar de forma eficaz para prevenir, eliminar ou reduzir um perigo a níveis aceitáveis.

Como surgiu o HACCP?

O conceito do HACCP surgiu na década de 1960, desenvolvido pela NASA em conjunto com a Pillsbury Company e os laboratórios do exército norte-americano.

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Sabia que?

O seu objetivo inicial era garantir que os alimentos consumidos pelos astronautas em missões estivestras estivessem completamente livres de riscos, uma vez que uma intoxicação alimentar no espaço seria potencialmente desastrosa.

Com o passar do tempo, a metodologia provou ser extremamente eficaz e foi adaptada para utilização em toda a indústria alimentar. Na década de 1990, a Comissão do Codex Alimentarius da FAO (Organização para a Alimentação e a Agricultura) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), formalizou o HACCP como o padrão internacional para sistemas de gestão da segurança alimentar.

Qual é a importância do HACCP?

O HACCP é considerado um sistema preventivo, ou seja, atua antes de ocorrerem problemas. Ao contrário dos métodos tradicionais que são baseados apenas em inspeções finais, o HACCP tem como objetivo garantir a segurança do alimento em todas as etapas do processo.

Entre os principais benefícios estão:

  1. Proteção da saúde pública: reduz significativamente o risco de doenças de origem alimentar;
  2. Cumprimento legal: em Portugal e na União Europeia, o HACCP é uma exigência legal para operadores do ramo alimentar;
  3. Melhoria da confiança do consumidor: demonstra compromisso com a qualidade e segurança dos alimentos;
  4. Redução de perdas económicas: previne problemas que poderiam levar a recolhas de produto, multas ou danos económicos;
  5. Facilitação do comércio internacional: por ser um padrão global, ajuda na exportação e importação de produtos alimentares.

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Como funciona o HACCP?

O HACCP baseia-se em sete princípios fundamentais definidos pelo Codex Alimentarius. A sua aplicação requer uma abordagem sistemática, que envolve a equipa de segurança alimentar da empresa, formação adequada e registos completos.

Realizar uma análise de perigos

Consiste em fazer a identificação todos os perigos possíveis em cada etapa do processo produtivo. Estes perigos podem ser:

  • Biológicos, no caso de bactérias, vírus ou parasitas;
  • Químicos, no caso de resíduos de pesticidas, aditivos não autorizados ou metais pesados;
  • Físicos, no caso de fragmentos de vidro, metal ou plástico.

Após identificados, é feita a avaliação do risco e da probabilidade de ocorrência dos mesmos.

Determinar os Pontos Críticos de Controlo

Como já mencionamos, os PCCs são as etapas onde é possível aplicar medidas de controlo para eliminar o perigo ou reduzi-lo a um nível aceitável. Por exemplo:

Tratamento térmico (cozedura ou pasteurização) para eliminar microrganismos;

Controlo de temperatura durante o armazenamento refrigerado.

Definir limites críticos

Para cada PCC é definido um valor ou parâmetro que deve ser cumprido para garantir o controlo do perigo. Por exemplo:

  • Temperatura mínima de 75°C no centro do alimento durante a cozedura;
  • pH máximo permitido para um determinado produto.

Estabelecer procedimentos de monitorização

Definem-se métodos e frequência de medição para garantir que os limites críticos estão a ser cumpridos. Por exemplo, a medição e registo da temperatura de um forno em intervalos regulares.

Definir ações corretivas

Estas ações são medidas a tomar quando se verifica que um limite crítico não foi cumprido.

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Vejamos um exemplo:

Se a temperatura de cozedura não atingir o valor mínimo, o lote pode ter de ser rejeitado ou submetido a um novo tratamento.

Estabelecer procedimentos de verificação

Isto inclui auditorias internas, testes laboratoriais e revisões de registos para confirmar que o sistema HACCP está a funcionar eficazmente.

Definir um sistema de registos e documentação

Toda a informação relativa à análise de perigos, PCCs, monitorização e ações corretivas deve ser registada. A documentação é fundamental para as auditorias e inspeções oficiais.

Quais são os pré-requisitos do HACCP?

Antes de implementar o HACCP, é essencial que a empresa ou organização disponha de programas de pré-requisitos bem estabelecidos, conhecidos como Boas Práticas de Higiene e Fabrico. Estas práticas incluem:

  • Limpeza e desinfeção adequadas;
  • Formação dos manipuladores de alimentos;
  • Manutenção preventiva de equipamentos;
  • Abastecimento de água potável;
  • Controlo de pragas;
  • Controlo da cadeia de frio;
  • Gestão adequada de resíduos.

Sem estes fatores, o HACCP não será eficaz, porque qualquer problema básico de higiene pode comprometer todo o sistema.

pessoa de lucas a manusear alimento
Ver um plano HACCP exemplo pode ajudar a perceber como o sistema funciona e como é implementado. | Fonte: Pexels

Sabe onde pode trabalhar se possuir conhecimento na área?

Como implementar o HACCP passo a passo?

A implementação de um plano HACCP geralmente segue as seguintes etapas:

Para aprofundar conhecimentos práticos, experimente os cursos de cozinha que podem enriquecer a sua formação em segurança alimentar.

  1. Constituir a equipa: é necessário formar uma equipa com profissionais com conhecimentos sobre o produto, o processo e a segurança alimentar;
  2. Descrever o produto: incluir ingredientes, composição, embalamento, vida útil e requisitos de armazenamento;
  3. Identificar a utilização esperada: considerar como o produto irá ser utilizado (consumo direto, necessidade de cozedura, etc.);
  4. Construir o diagrama de fluxo do processo: representar graficamente todas as etapas de produção;
  5. Confirmar o diagrama no local: garantir que corresponde à realidade da fábrica ou instalação;
  6. Aplicar os sete princípios do HACCP: tais como estão descritos anteriormente;
  7. Formar o pessoal: todos os colaboradores devem compreender o seu papel no sistema;
  8. Rever e atualizar regularmente: quaisquer alterações no processo, ingredientes ou legislação exigem revisão do plano.

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Legislação do HACCP em Portugal e na União Europeia

Na União Europeia, o HACCP é uma exigência legal estabelecida pelo Regulamento (CE) n.º 852/2004 relativo à higiene dos géneros alimentícios.

pasteleira com luvas a decorar bolo

Em Portugal, esta obrigação aplica-se a todos os operadores do setor alimentar, incluindo restaurantes, padarias, fábricas, talhos, supermercados e até pequenas unidades de produção artesanal.

As autoridades competentes, como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), realizam inspeções para verificar a conformidade. O incumprimento pode resultar em contraordenações, multas e até o encerramento temporário do estabelecimento.

É muitas vezes confundido com a ISO 22000, mas embora estejam relacionadas, não são a mesma coisa:

  • HACCP: metodologia específica para detetar e controlar perigos alimentares;
  • ISO 22000: norma internacional que estabelece requisitos para um sistema de gestão da segurança alimentar, incorpora o HACCP e outros elementos de gestão da qualidade.

Na prática, o HACCP é uma parte fundamental da ISO 22000, mas esta última é mais abrangente e inclui aspetos de comunicação e melhoria contínua.

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Desafios comuns na aplicação do HACCP

Apesar de ser um sistema comprovadamente eficaz, a implementação do HACCP pode enfrentar alguns obstáculos:

  • Falta de formação: se não existir conhecimento técnico, o plano pode falhar;
  • Custos iniciais: requer investimentos em equipamentos de medição, formação e consultoria;
  • Resistência à mudança: alterar procedimentos e rotinas pode gerar resistência interna;
  • Manutenção de registos: a documentação exige disciplina e organização;
  • Atualização constante: as mudanças na legislação ou no processo produtivo exigem revisão contínua.

Com a globalização e a complexidade crescente das cadeias de abastecimento, o HACCP continuará a ser um pilar da segurança alimentar. No entanto, algumas tendências estão a moldar a sua aplicação, principalmente a adaptação dos meios para o mundo digital.

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Sabia que?

Hoje em dia já se utilizam vários sensores e softwares para monitorização em tempo real, que são mais fidedignos, sustentáveis e permitem uma maior transparência para quem os consome.

No fundo, o HACCP é mais do que uma exigência legal: é um sistema robusto e reconhecido internacionalmente para garantir que os alimentos chegam ao consumidor de forma segura. Ao detetar perigos, definir pontos críticos e implementar controlos rigorosos, as empresas do setor alimentar protegem a saúde pública, fortalecem a sua reputação e asseguram a conformidade com padrões globais.

Num mundo onde os consumidores estão cada vez mais atentos à qualidade do que consomem, cumprir estas regras não é apenas uma obrigação, é uma estratégia inteligente para o sucesso e a credibilidade a longo prazo!

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Catarina

Eterna otimista, com um bichinho por viajar. Apaixonada por literatura e ficção. Metro e meio de pessoa, vivo pelo lema "Though she be but little, she is fierce". Trabalho atualmente como tradutora e redatora freelancer.