Ser guitarrista ou violonista é poder tocar as suas próprias composições, mas também as músicas dos nossos artistas, guitarristas ou violonistas preferidos, que aprende através de aulas de guitarra com um professor experiente ou de forma autónoma.
Não importa se gosta de rock, funk, blues, hard-rock, clássico ou qualquer outro género. Há, com certeza, músicas que gostaria de ser capaz de tocar, certo? Para isso, não tem outra hipótese se não aprender os acordes que formam a parte central dos ritmos das músicas.
Mas como é que se lê um acorde e, principalmente, como é que o reproduz? Existem tutoriais de viola ou guitarra que pode utilizar para treinar? É necessário dominar o solfejo para o conseguir fazer? De forma simplificada, ter uma base em teoria musical é essencial.
Aprender a ler música assemelha-se muito a dominar uma nova língua. É aos poucos que passamos de meros ouvintes a leitores de partituras e pautas. Neste sentido, dentro do mundo da música, a teoria é algo fundamental. É através dela que aprendemos a ler e a escrever, musicamente falando.
Mas num mundo tão rico de conceitos e aplicações, às vezes podemos sentir-nos um pouco perdidos. O que produz um acorde? O que é uma nota? Clave? Pauta? Solfejo? Então, respire fundo e aproveite este artigo para descobrir a simplicidade e sofisticação de cada um destes conceitos musicais!
Notas musicais
As notas musicais são sinais gráficos e sonoros criados para representar as variações da altura do som, de forma a organizar a linguagem musical e facilitar a composição de melodias. Existem sete notas: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
Da forma como hoje são conhecidas, as notas foram criadas pelo monge italiano Guidi d'Arezzo (992-1050). E é provável que não saiba, mas foi no seu texto sagrado Hino a São João Batista (Ut queant Laxis, no original), que d'Arezzo utilizou o início de cada frase para nomear cada uma das notas, e assim determinar cada uma das 7.

Uma escala musical é constituída por 7 notas, sendo a primeira repetida no final. Por exemplo, uma escala de Sol será: Sol - La - Si - Dó - Ré - Mi - Fá - Sol. Estas notas são escritas nas pautas musicais ou partituras: um conjunto de cinco linhas paralelas na horizontal, separadas por quatro espaços entre elas. Ainda existem as linhas suplementares, que auxiliam na representação de todos os sons.
Outro símbolo importante na leitura ou elaboração de uma partitura é a clave, disposta no início da pauta. A clave serve para nomear a escala das notas que está a ser usada. Por exemplo, escala de Dó, escala de Lá, etc.
Outra questão interessante das notas é as suas variações, podendo ser mais graves ou mais agudas, dependendo da posição ocupada ao longo da pauta.
O que é solfejo?
De forma simplificada, solfejar consiste em cantar os sons das notas de uma pauta, para ajudar a sua aprendizagem. No entanto, muitas pessoas têm medo do solfejo ou não compreendem a técnica.
Uma escala tem a sucessão de 7 notas, uma após a outra, da mais grave à mais aguda e vice e versa.
Mas o solfejo é fundamental, porque trabalha ritmo, melodia, afinação e ainda ajuda a desenvolver a perceção auditiva. Esta, por sua vez, contribui para a identificação e assimilação das notas, que são a base da musicalidade.
Para solfejar, basta seguir estes passos:
- Faça a leitura rítmica primeiro, ou seja, leia apenas o ritmo, sem o nome ou entonação das notas;
- Depois, faça a leitura métrica, ou seja, diga em voz alta o nome das notas com o ritmo;
- Faça uma escala na tonalidade (tom) do solfejo, subindo e descendo várias vezes. Depois, faça os arpejos, ou seja, diga as notas de um determinado acorde uma após a outra;
- Por último, faça o solfejo.
Além disso, para se ter um bom solfejo, o ideal é estudar as escalas no piano, acompanhando com a voz, nota por nota. Deve entoar o nome de cada nota da melodia tendo em conta o tempo e os valores rítmicos, ou seja, a sua duração.

Os especialistas afirmam que a técnica do solfejo ajuda a compreender melhor a teoria da música, a aperfeiçoar o reconhecimento dos intervalos na melodia e a identificar a altura de cada nota quando é lida pela primeira vez.
É possível, ainda, distinguir entre dois modos de aplicação diferentes do solfejo. No modo movível as denominações das notas são dadas em alturas distintas, de acordo com o contexto. No modo fixo, por sua vez, as notas possuem nomes que correspondem à mesma altura.
O que é um acorde?
Utilizando uma pequena analogia, podemos dizer que o acorde é o conjunto das notas. Ou seja, é o grupo ou conjunto de 3 ou mais notas tocadas ao mesmo tempo. Se a nota fosse um indivíduo, o acorde é um conjunto desses indivíduos.
Esta união de 3 ou mais notas tocadas simultaneamente contempla inúmeras combinações possíveis de permutação, resultando nos mais diversos acordes. Por esse motivo, e para facilitar a vida dos músicos, cada um tem um nome.
Acordes naturais
Antes de aprendermos como se nomeia os acordes, é importante sabermos que alguns acordes recebem o mesmo nome das notas. Estes são denominados acordes naturais e cada um deles é formado por 3 notas.
Talvez soe um pouco complicado, mas não se preocupe já com isso. Deve apenas saber que as notas que formam os acordes naturais são o primeiro, o terceiro e o quinto graus das suas respetivas escalas.
E também deve saber que um acorde pode ser maior, menor ou suspenso, e que essas nomenclaturas relacionam-se ao terceiro grau da escala:
- Acorde maior: para constituir os acordes maiores, usamos o terceiro grau maior;
- Acorde menor: para formar os acordes menores, utilizamos o terceiro grau menor;
- Acorde suspenso: quando um acorde não possui o terceiro grau, não pode ser classificado como maior e nem como menor. Recebe, então, a denominação de suspenso.
Para discernir entre os acordes, os símbolos utilizados são o "m" para nos referirmos ao acorde menor e "sus", ao suspenso. Quando não houver nenhum desses símbolos, isso quer dizer que o acorde é maior.
No que diz respeito ao quinto grau, tanto no caso dos acordes maiores como no dos menores, é a quinta justa. No entanto, não se preocupe em memorizar tudo, vá aprendendo aos poucos.
Bem, agora que já aprendemos um pouco sobre as regras, que tal formarmos alguns acordes? Pense num acorde que gostaria de formar, por exemplo, Dó maior:
- Primeiro grau: Dó
- Terceiro grau maior: Mi
- Quinto grau (quinta justa): Sol
Ou seja, basta que prima ou deixe soar estas notas no seu instrumento e terá o acorde de Dó maior.

Vamos ver outro exemplo? E que tal Fá menor?
- Primeiro grau: Fá
- Terceiro grau menor: Lá bemol
- Quinta justa: Dó
Ou seja, é mesmo necessário que aprenda a formar todos os acordes, mesmo aqueles mais difíceis ou com muitas extensões. E sem precisar de estar sempre a recorrer a um dicionário de acordes.
O diagrama de acordes
Para representar corretamente um acorde, deve utilizar o diagrama de acordes. O diagrama é um esquema de representação na vertical do braço de uma viola ou guitarra. E torna muito mais fácil determinar a sua posição.
Todos os acordes podem ser representados através dos diagramas. No fundo, uma pauta proporciona uma leitura simplificada das notas e o diagrama oferece a mesma simplificação para os acordes.
Como fazer um diagrama?
Para analisar e tocar os seus acordes de guitarra, deve começar por entender como é feito um diagrama e uma sequência de acordes. Depois é que aprende a sonorizar os acordes com o instrumento.
Num diagrama, encontra 3 informações principais: as cordas, os dedos e as casas. É o conjunto destes três elementos que permite representar qualquer tipo de acorde. E, com ele, aprende exatamente que dedo deve colocar em que corda e em que casa.

Num diagrama, as cordas da guitarra são representadas pelas linhas verticais, enquanto que os trastes e as casas são representadas pelas linhas horizontais.
As linhas duplas horizontais (que às vezes são substituídas por uma linha preta grossa) representam a pestana entre o braço e a mão da viola.
O diagrama identifica-se por números. Desta forma, para acentuar a identificação, cada dedo da sua mão esquerda é associado a um número entre 1 e 4. O polegar é normalmente representado por "P" ou "T" por causa de "thumb", como se designa em inglês.
A diferença entre um diagrama de acordes e uma pauta
Como mencionamos, a pauta é uma forma de música escrita que pode ser utilizada para viola ou guitarra, embora não se limite apenas a estes instrumentos. É representação visual das cordas da guitarra e ajuda a colocar os seus dedos no lugar certo.
No diagrama, por outro lado, tem informações também sobre:
os dedos
as casas
as cordas
E o conjunto destas 3 informações serve para representar todos os tipos de acordes. Por isso, é uma representação mais complexa que a pauta. Por exemplo, alguns diagramas mostram os primeiros hammer-ons e pull-offs representados por "h" e por "p", respetivamente. As cordas são representadas por barras oblíquas na frente e atrás. Uma barra oblíqua mostra quando deve deslizar para o alto e, ao contrário, para baixo para uma barra oblíqua invertida.
Compreender um diagrama de acordes
Os músicos iniciantes vão encontrar símbolos "estranhos" a primeira vez que analisarem um diagrama de acordes. Por exemplo, um "X" quer dizer que a corda não deve ser tocada nem arranhada para esse acorde. Se aparecer um "O" quer dizer que as cordas com o "O" vão ficar soltas. Ou seja, não deve pressioná-las ou arranhá-las para tocar essa nota.
Os números 1, 2, 3 e 4 correspondem, como vimos acima, aos dedos da mão esquerda que precisa de utilizar. Então:
- O "1" é o seu indicador;
- O "2" é o seu dedo do meio;
- O "3" é o seu anelar;
- E o "4" é o seu mindinho.
Os números romanos como I, II, III, IV, etc., indicam a primeira casa do acorde no braço da guitarra. Por exemplo, quando lê III no diagrama, sabe que aquele acorde começa pela 3ª casa do braço da viola.
Note que, para aprender a tocar na aulas de guitarra, a leitura dos acordes desempenha um papel muito importante na aprendizagem. Até porque é possível tocar um acorde em várias posições diferentes.
Quando não há nenhum número romano indicado, mas, sim, a linha dupla horizontal no seu diagrama, é porque o acorde deve começar pelo início do braço (pela pestana). O que é, normalmente, o caso dos acordes básicos (como os acordes maiores e menores).
Em termos técnicos, a nota mais grave é uma "tónica" (grau tonal, base, raiz ou fundamental). Normalmente é por essa que se começa a tocar um acorde ou é através dela que se decompõe em forma de arpejo. É também ela que define o nome do acorde em questão.
Quais são os acordes principais?
Se quiser tocar rapidamente algumas músicas mais fáceis, é preciso decorar alguns acordes de viola ou fazer um curso de guitarra online. Isto quer dizer que terá que identificar e ensaiar várias vezes cada acorde até saber fazê-los de cor, sem olhar.
Os acordes indispensáveis são os de Lá menor, Mi menor, Dó maior, Ré maior e Sol maior. A partir desses 5 acordes, já é capaz de tocar várias músicas. Entre elas, as principais faixas do pop e do rock. Claro, esta lista não é definitiva, e não é obrigado a conhecer apenas estes! Mas todos estes 5 têm um ponto em comum: a mesma tonalidade.
Exercício para tocar melhor os acordes
Este exercício é recomendado para os alunos que já têm ao menos um pouco de experiência com a guitarra. Não é indicado para os mais iniciantes porque é necessário estar mais à vontade com o instrumento.
Siga os seguintes passos;
- Posicione a sua mão corretamente na viola ou guitarra;
- Forme um acorde com os seus dedos como faz normalmente. No entanto, desta vez não vai pressionar as cordas e encostar os dedos no braço. Deve ficar alguns centímetros longe das cordas, em cima das casas;
- Quando os dedos estiverem posicionados em frente às casas, pressione-os todos ao mesmo tempo e não os mexa;
- Repita as vezes que forem necessárias.
Este é um excelente exercício para que perceba o que acontece em tempo real com cada movimento. Quando toca uma música na viola ou na guitarra, não pode errar. Cada posicionamento deve ser impecável desde a primeira vez, se não, corre o risco de perder o ritmo da música.
Se o conseguir acertar, pode fazer este exercício para os diferentes acordes maiores e menores para testar seu posicionamento. Se não conseguir, não tente corrigir. Tente compreender onde está o erro e melhore a posição dos dedos antes de recomeçar o exercício.

O exercício ajuda a ganhar agilidade para posicionar bem os dedos, principalmente para que seja capaz de mexer todos os dedos de uma vez. Isto ajuda a que se sinta mais seguro nos movimentos e a que se torne mais rápido, principalmente se começar a tocar guitarra com arpejos.
Saiba como mudar as suas cordas em 5 etapas.
Dicas para conseguir fazer acordes na viola
Veja algumas dicas para garantir uma boa leitura da pauta e ser capaz de tocar os acordes na sua guitarra. Não se preocupe, todos os bons violonistas e guitarristas passaram por este caminho. E não custa tentar, não é?
- Aprenda a posicionar bem os seus dedos no braço da viola ou da guitarra. No começo, aprenda apenas a posicionar os dedos da mão esquerda. Verifique se cada dedo toca em apenas uma corda de cada vez;
- A partir do momento que conseguir posicionar bem os dedos, refaça o gesto arranhando as cordas com a mão direita;
- Quando um dedo estiver mal posicionado, pare o movimento e recomece da forma correta;
- Não tente dobrar os dedos ou posicioná-los de qualquer forma, porque pode criar maus hábitos ou vícios. Além disso, não vai conseguir reproduzir os mesmos gestos se forem desconfortáveis e mal improvisados. Não sofra! Tente de novo o posicionamento certo, sempre;
- Seja observador e reflita como articular um acorde. Porque é que não consegue? Os dedos tocam noutras cordas? Não está a pressionar o suficiente? Está a prender outras cordas com a palma da mão? Pode ver vídeos no YouTube que ensinam exatamente como o deve fazer;
- Toque bem todas as cordas para conseguir reproduzir claramente o acorde em questão. Depois, toque cada uma em separado, colocando os dedos em cada posição certa: cada nota deve soar com nitidez. Não deve ser abafada nem ondulada;
- Se as cordas ondulam e reproduzem um som abafado é porque os seus dedos não estão no lugar certo. Se os seus dedos tocam outras cordas, ou é porque não está a pressionar o suficiente ou a sua palma está a abafar o som. Treine para conseguir pressionar de forma precisa com a ponta dos dedos;
- Treine cada posição até poder arranhar cada corda e cada nota sem erro. A sua forma de tocar deve ser fluida e natural;
- Treine regularmente, todos os dias ou em dias alternados, pelo menos 10 minutos. Vai ganhar calos nas pontas dos dedos, mas será mais rápido porque vai memorizar os gestos certos;
- Quando souber tocar vários acordes de cor, divirta-se invertendo a ordem! Faça o mesmo exercício que exemplificamos, só que por outra ordem. Isto vai ajudar a melhorar a sua técnica na guitarra. Aos poucos, vai ganhar mais precisão, força e habilidade.
Ler e tocar os acordes de viola para iniciantes são coisas que todos os violonistas ou guitarristas devem saber. A diferença está na capacidade de ser preciso e reproduzir os sons mais nítidos possível.
É por isso que é melhor não ter pressa. Fragmente todos os acordes para tocar cada nota de uma vez. Quando se sentir seguro, pode acelerar a cadência e tocar conjuntos mais complexos. Tem que ser muito paciente para aprender a tocar guitarra e não perder a motivação.
Mas de qualquer forma, não se esqueça de decorar todos os acordes para ser capaz de os identificar e replicar depois. Tenha sempre em mente que a guitarra é um dos instrumentos mais populares e bonitos que existem! Além disso, é barato, de fácil transporte e faz o maior sucesso numa roda de amigos.
Foque-se em melhorar cada vez mais a sua técnica e, se quiser, conte com a ajuda da comunidade Superprof na procura de professores de guitarra bons e experientes para as suas aulas!
Gostei e vou selecionar o essencial e colocar em Poir point
Gostei da forma de ensinar. Obrigado. vou fazer resumo em Poirpoint.
Muito interessante
Obrigada Maria :)
Muito bom! Sou amador e estou a tentar evoluir.
Muito obrigada Armando! Evoluir sempre :)