を 聞いて 十 を 知る
Provérbio japonês
Este provérbio japonês é o equivalente ao nosso "para bom entendedor, meia palavra basta". Traduzido literalmente por " ouvir uma vez, entender dez vezes", não deixa dúvidas de interpretação. E gostaríamos de dizer que se aplica ao idioma do país onde tem origem, mas a verdade é que precisa de ouvir japonês bem mais do que uma vez para o entender totalmente.
O japonês possui dois sistemas de escrita principais: o Hiragana e o Katakana. Cada um tem diferentes formas de utilização, propósitos e características, e a maioria das frases japonesas são uma combinação de ambos. Com estes dois sistemas distintos e o seu uso complexo e variado, a língua japonesa é uma das mais difíceis de dominar. Se quer aprender o idioma, deve começar os estudos por estes sistemas.

Se está a começar o curso de japonês e estes nomes ainda o assustam, podemos ajudar! Continue a ler para ficar a conhecer os dois sistemas de escrita japoneses, quais são as suas características principais, de onde originam e ainda qual é o seu impacto na história e cultura do país!
Hiragana: a arte da simplicidade e fluidez
O sistema de escrita Hiragana (平仮名) é um conjunto de caracteres japoneses que representam sílabas. É utilizado principalmente para escrever palavras de origem japonesa, bem como para flexionar verbos e adjetivos, criar partículas gramaticais e escrever nomes cujos kanji (os caracteres chineses) são difíceis de ler ou não existem no idioma.
O Hiragana é composto por 46 caracteres básicos, que representam diferentes combinações de consoantes e vogais, além de alguns caracteres adicionais para representar sons especiais. Cada caractere representa uma sílaba, e como é um sistema fonético, a pronúncia de cada caractere é normalmente consistente e previsível.
Hiragana pode ser traduzido como "simples" ou "comum", numa representação perfeita do objetivo deste sistema de escrita.
Os japoneses utilizam o sistema desde a infância para aprender a ler e escrever, e este desempenha um papel fundamental na escrita japonesa. Até porque este sistema não é apenas eficaz para representar os sons da língua, mas também é uma forma artística de expressão. Quando é utilizado na caligrafia, a forma dos caracteres e a maneira como são escritos podem ser apreciadas como uma forma de arte por si só.
Uma das características mais notáveis deste sistema de escrita é a sua simplicidade e fluidez. Os caracteres do Hiragana são geralmente curvos e têm uma aparência suave e elegante. Essa fluidez na escrita reflete a estética japonesa de valorizar a harmonia, a simplicidade e a beleza na linguagem escrita.
Além disso, a simplicidade do sistema torna-o acessível para as crianças aprenderem a ler e escrever, e é um ponto de partida importante para quem quer aprender japonês como língua estrangeira. É a base necessária para compreender a estrutura fonética do japonês e uma ferramenta fundamental para a construção de frases e para a compreensão da gramática.
Como tal, o Hiragana não é apenas um sistema de escrita funcional, mas também um componente cultural e artístico significativo do idioma. A sua simplicidade e fluidez tornam-no verdadeiramente único e cativante.

Este sistema de escrita teve origem na China, mas foi desenvolvido e adaptado para o japonês ao longo de muitos séculos. Os caracteres chineses (kanji) foram introduzidos no Japão por volta do século IV ou V d.C. Os japoneses começaram a utilizar os kanji para escrever a sua própria língua, adaptando-os para representar os sons e palavras japonesas. No entanto, os kanji eram insuficientes para representar todos os sons do japonês, que é uma língua com uma estrutura silábica mais complexa do que o chinês.
Durante o período Nara (710-794 d.C.), os japoneses começaram a utilizar os kanji de forma fonética para representar sons específicos em vez de significados. Isto deu origem a um sistema conhecido como Man'yōgana, uma forma primitiva de escrita japonesa, que é considerada um precursor do sistema atual. Com o tempo, os caracteres Man'yōgana evoluíram e tornaram-se mais simples para criar o sistema de escrita que é utilizado hoje em dia.
Os primeiros exemplos de Hiragana datam ao século IX e foi desenvolvido principalmente por mulheres da corte imperial japonesa, que o utilizavam para escrever poesia e fazer outros registos pessoais. Com o passar do tempo, passou a ser usado para uma variedade de fins, incluindo registos oficiais, correspondência e obras de literatura, tornando-se uma parte essencial da escrita japonesa.
Katakana: a influência estrangeira e modernidade
Tal como o sistema de escrita anterior, o Katakana (片仮名) é um conjunto de caracteres japoneses que também representa sílabas, mas é usado principalmente para escrever palavras de origem estrangeira, nomes próprios estrangeiros, empréstimos linguísticos e alguns outros fins específicos.
A principal diferença entre os dois sistemas de escrita está na sua utilização. Ao contrário do Hiragana, que é maioritariamente utilizado para palavras de origem japonesa, o Katakana é usado para nomes e sons estrangeiros que não podem ser representados de forma adequada.
O Katakana é composto por 46 caracteres básicos, semelhantes em número e formato aos do primeiro sistema, e também é fonético, consistente e previsível. Por exemplo, palavras estrangeiras como "café" são escritas em Katakana como "カフェ" (ka-fe), e nomes próprios estrangeiros como "John" são escritos como "ジョン" (jon). Além disso, o Katakana também é utilizado em publicidade, logotipos e placas para chamar a atenção para termos ou frases específicas.
Este sistema de escrita, assim como o anterior, tem origens na adaptação dos kanji para representar sons e palavras japonesas. No entanto, o Katakana desenvolveu-se de forma independente e tem uma história e utilização distintas. Começou por se desenvolver como um sistema de escrita separado e era inicialmente utilizado em contextos religiosos e académicos.
Durante o período Heian (794-1185 d.C.), o Katakana passou por um processo de simplificação e padronização. Os caracteres foram simplificados em comparação ao seus kanji equivalentes, numa relação menos visual, o que o tornava mais adequado para representar sons e palavras estrangeiros.
E com o tempo, o Katakana passou a ser utilizado não só para representar termos de origem estrangeira, mas também empréstimos linguísticos e nomes próprios estrangeiros. Isto inclui palavras de línguas ocidentais, nomes de pessoas, lugares e produtos estrangeiros. Além destes, o Katakana também é utilizado em contextos específicos, como:
publicidade
logótipos
rótulos de produtos
sinais
Basicamente, todas as ocasiões onde seja necessário chamar a atenção para informações importantes.
O Katakana é essencial para a comunicação internacional, e também pode ser utilizado para enfatizar um estilo ou conceito moderno.
No fundo, o Katakana possui uma forte associação com a influência estrangeira e a modernidade no contexto do idioma japonês.
À medida que o Japão se tornou cada vez mais globalizado e adotou elementos da cultura e tecnologia ocidentais, a utilização do Katakana aumentou. Este aumento reflete a resposta do japonês às influências externas e à necessidade de comunicar ideias e produtos estrangeiros de forma clara. Tornou-se, assim, a escolha preferida para escrever termos de línguas estrangeiras, especialmente as ocidentais, que foram incorporadas no vocabulário japonês. O Katakana permite que esses termos sejam facilmente identificadas como estrangeiras e pronunciadas corretamente.

Pode ser utilizado para termos relacionados com:
- tecnologia;
- internet;
- informática;
- redes sociais;
- tecnologia da informação;
- ciência;
- alimentação;
- moda;
- música;
- entretenimento;
- cultura pop.
A verdade é que o Katakana não é apenas um sistema de escrita, mas também um reflexo da evolução da língua e da sociedade japonesa em resposta às influências estrangeiras e à modernidade. Desempenha um papel fundamental na comunicação contemporânea e é uma ferramenta importante para representar o mundo globalizado em que vivemos. E se o quer dominar totalmente, terá que praticar e realizar vários exercícios.
Impacto da escrita na sociedade e identidade japonesa
Os sistemas de escrita têm tido um impacto significativo na sociedade e na identidade japonesa ao longo dos séculos.
A escrita é um elemento fundamental na preservação da cultura e da história do Japão. Vários documentos escritos, registos históricos e literatura tradicional foram transmitidos ao longo das gerações graças aos sistemas de escrita japoneses. São eles que permitem que os cidadãos japoneses tenham acesso e compreendam as suas tradições culturais e históricas.

De certa forma, a escrita tornou-se um símbolo da identidade nacional japonesa. É uma parte intrínseca da rica herança cultural do país. Além disso, o seu processo de aprendizagem é uma parte fundamental da educação no Japão. As crianças japonesas aprendem a ler e escrever com os sistemas de escrita, que são uma parte central do currículo escolar e da identidade educacional japonesa.
A escrita japonesa também desempenha um papel fundamental na expressão artística, incluindo caligrafia, poesia e pintura. A estética da escrita, a forma dos caracteres e a maneira como são escritos são apreciadas como verdadeiras formas de arte. Também dá aos cidadãos a oportunidade de se expressarem de forma única e pessoal.
Resumindo, a escrita desempenha um papel multifacetado na sociedade japonesa, influenciando a cultura, a história, a educação e a identidade do país. É uma parte vital da rica tapeçaria cultural do Japão e continua a evoluir e a adaptar-se à medida que o país enfrenta desafios e oportunidades na era moderna e globalizada.
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