A aletria é um dos doces mais tradicionais da gastronomia portuguesa, e marca presença em inúmeras celebrações familiares, especialmente na época do Natal. Com a sua textura cremosa, sabor delicado e o toque especial da canela, este prato combina simplicidade e tradição.

No fundo, a aletria é mais do que uma sobremesa: é um elo entre o passado e o presente, uma prova da riqueza cultural e culinária de Portugal. Prepará-la é um gesto de partilha e celebração, um tributo às tradições que resistem ao tempo. Com a sua versão tradicional e versões mais modernas e adaptadas aos tempos, é um verdadeiro símbolo da doçaria portuguesa tradicional.

Mas se ainda tem dúvidas sobre a aletria continua ser um dos maiores tesouros da doçaria portuguesa, continue a ler para descobrir qual é a origem deste prato, o papel que desempenha nas mesas portuguesas e como preparar a versão perfeita deste doce tão amado em casa.

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As origens da aletria

A palavra "aletria" tem origem árabe e deriva do termo al-irtiya, que se refere a um tipo de massa fina semelhante ao que hoje conhecemos como fios de ovos ou cabelo de anjo. A presença da aletria na culinária portuguesa remonta à influência mourisca na Península Ibérica, por volta do século VIII, quando os árabes trouxeram a tradição de utilizar massas finas em pratos doces e salgados.

aletria coberta com frutos secos

Embora a aletria seja hoje em dia associada às sobremesas, a sua aplicação inicial era predominantemente salgada, como em sopas ou em pratos de acompanhamento de carne. Foi nos conventos portugueses, durante a Idade Média, que a aletria ganhou a sua versão doce, com a introdução de ingredientes como os açúcares e os laticínios. Estes elementos, combinados com a massa fina, criaram a sobremesa que se tornaria um símbolo do Natal e outras festas portuguesas.

A aletria é especialmente consumida na época natalícia, a sua popularidade rivaliza com outros doces tradicionais como o arroz doce, as rabanadas e o bolo-rei. É presença obrigatória nas celebrações, devido à facilidade com que é preparada, e, claro, a sua capacidade de agradar a diferentes paladares, sendo possível adaptá-la para agradar quem prefere versões mais ou menos doces, mais cremosas ou mais firmes.

Independentemente da preferência, é muitas vezes decorada com desenhos geométricos feitos com canela em pó, um detalhe que demonstra o carinho e o cuidado com que é preparada! No geral, é um dos doces mais amados em Portugal, e muitas vezes a sua receita é transmitida de geração em geração.

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Reinvenção constante

Nos tempos modernos, a receita foi reinterpretada por chefs que adicionam elementos inesperados, como frutos secos, chocolate ou até especiarias como cardamomo e anis.

Apesar dessas inovações, a versão tradicional é a que ocupa um lugar especial no coração dos portugueses. A simplicidade da aletria também tem ajudado a que seja um prato apreciado internacionalmente. Muitos turistas descobrem o doce ao visitar as terras portuguesas e acabam por adotá-lo como uma sobremesa reconfortante nas suas próprias mesas.

Já pensou em experimentar uma receita de Red Velvet como os que vê nas redes sociais?

As variações regionais da aletria

Embora a base da aletria seja relativamente uniforme em todo o país, existem pequenas diferenças regionais que conferem identidade ao prato. Algumas zonas privilegiam a cremosidade e utilizam maior quantidade de líquido para o resultado final seja solto e cremoso. Outras mantêm-se fiéis à tradição antiga e utilizam exatamente o ingrediente com que a receita foi originalmente concebida. Ou seja, tem muito por onde escolher e experimentar.

Pode encontrar versões como:

  • Aletria cremosa: mais predominante no Norte de Portugal, esta versão é feita com uma quantidade generosa de leite, e tem uma textura macia e aveludada. É comum juntar cascas de limão ou laranja para dar um toque cítrico e cortar ligeiramente o doce;
  • Aletria com ovos: vai encontrar várias receitas que não incluem este ingrediente, mas em algumas regiões do Norte e da Beira Litoral adicionam-se gemas batidas no final da preparação, que lhe dão uma cor dourada ao doce, intensificam o sabor e ajudam a conseguir uma textura mais cremosa;
  • Aletria tradicional simples: a versão mais tradicional não inclui qualquer tipo de laticínios, nem ovos. É feita de forma muito mais simples, apenas com açúcar, água e canela. Ainda é feita desta forma em muitas partes do país e há quem jure que fica mais saborosa e autêntica.

Escolher qual destas receitas fazer deve ser ligado apenas ao seu gosto pessoal ou à tradição em sua casa. Porque podemos garantir que todas elas são deliciosas! E não se vai arrepender de as experimentar.

Sabia que também existem várias versões e receitas de pão de ló? Fofo, cremoso, com chocolate...

Como fazer aletria?

A preparação da aletria não é complicada, mas a atenção aos detalhes é essencial para atingir a textura e o sabor ideais. Os passos são poucos, mas é importante que os siga direitinho, com atenção aos tempos e à temperatura, se quer conseguir o resultado final que espera e com a textura que procura.

Se quer tentar fazer esta receita de aletria tradicional em casa, vai precisar dos seguintes ingredientes:

  • 200g de aletria (partida em pedaços);
  • 1L de leite;
  • 200g de açúcar;
  • 3 gemas de ovo;
  • 1 casca de limão;
  • 1 pau de canela e q.b. em pó (a gosto).

Como mencionamos, a preparação é muito simples! Comece por quebrar a aletria em pedaços mais pequenos.

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A nossa dica

Pode optar por parti-la diretamente para dentro do tacho, mas aconselhamos a que o faça antes de começar o resto da receita, para poder adicionar a massa toda ao mesmo tempo e conseguir uma distribuição mais uniforme do doce.

Numa panela grande, aqueça o leite juntamente com o açúcar, o limão e o pau de canela. Deixe levantar fervura em lume brando, para que o açúcar derreta e os aromas se infiltrem no líquido. Retire um pouco do leite quente e adicione a aletria ao leite restante na panela. Mexa de forma continua para evitar que a mistura grude ou cole ao fundo do tacho. Cozinhe em lume brando até a aletria amolecer e absorver parte do líquido.

Continue a cozinhar até atingir a textura desejada, seja mais cremosa ou mais espessa, dependendo do seu gosto. Se for preciso adicione mais leite ou mais massa, se lhe parecer muito solta ou demasiado grossa!

Bata as gemas numa tigela pequena. Adicione a porção do leite quente que retirou anteriormente da panela e misture-a gradualmente com as gemas, para as temperar. Em seguida, verta esta mistura de volta para a panela, mexendo rapidamente para evitar que as gemas talhem. Cozinhe durante mais 1 ou 2 minutos e retire do lume.

Despeje a aletria numa travessa ou em pratos individuais. Alise a superfície com uma espátula e decore com canela em pó. Deixe arrefecer (pelo menos um pouco) antes de servir.

E porque não experimentar também fazer uma receita de cheesecake?

As dicas Superprof para a aletria perfeita

Com uma receita tão simples, pode parecer desnecessário ter truques ou dicas para alguém que simplesmente quer saber como fazer aletria. Mas, como mencionamos, existem muitas receitas por onde escolher e ainda alguns detalhes importantes com timing ou elementos que podem dificultar o processo. Para o ajudar a conseguir a textura e cremosidade que procura, deixamos aqui algumas das nossas sugestões para tornar todo o processo mais fácil.

Algumas delas são:

  • Escolha das massas: opte por utilizar uma aletria de boa qualidade, com fios finos e regulares, para garantir uma textura uniforme;
  • Aromas: experimente adicionar essência de baunilha ou casca de laranja para variações subtis no sabor;
  • Ponto de cozedura: controle bem o tempo de cozedura da massa para atingir a consistência desejada. Para uma aletria mais cremosa, retire do lume enquanto ainda tem líquido na panela;
  • Criatividade na decoração: o Natal deve ser uma época de estravagância, por isso um molde ou um funil improvisado para criar desenhos geométricos com a canela em pó, dando um toque artístico ao prato.

Se seguir todas estas nossas dicas podemos garantir que vai conseguir fazer a aletria com a textura que quer alcançar. Cremosa, solta, mais presa e consistente... Tudo é possível! Basta que siga com cuidado a receita e tenha atenção nos momentos mais importantes.

Se vir que mesmo assim não está a sair como queria, não hesite em entrar na plataforma da Supeprof e entrar em contacto com um dos nossos professores, para que lhe possa ensinar a fazer esta e muitas outras receitas! Na nossa plataforma vai encontrar pasteleiros experientes e professores de culinária qualificados que o podem ajudar a reproduzir todos os pratos que sempre sonhou fazer. Independentemente da área da gastronomia em que tem interesse ou da zona do país em que vive, consegue encontrar profissionais disponíveis para o ajudar com tudo o que precisa.

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Catarina

Eterna otimista, com um bichinho por viajar. Apaixonada por literatura e ficção. Metro e meio de pessoa, vivo pelo lema "Though she be but little, she is fierce". Trabalho atualmente como tradutora e redatora freelancer.